Conclusão
Nos 20 anos do Código de Defesa do Consumidor, muito se evoluiu na teoria contratual neste país. Grande parte dela, graças à nova visão inserida no mercado de consumo com o advento do CDC. Muitos aspectos históricos foram importantes para o surgimento da questão consumerista, principalmente o discurso de John F. Kennedy, considerado por muitos o seu marco principal.
Pode-se destacar que mesmo com 20 anos de aplicação da Lei n. 8.078/90, o conceito de consumidor ainda é tema divergente na doutrina e nas decisões do Superior Tribunal de Justiça.
Vimos que surgiram várias teorias para explicar o conceito de consumidor: a maximalista, a finalista e a finalista aprofundada, mitigada ou híbrida.
O Superior Tribunal de Justiça já oscilou entre todos os posicionamentos doutrinários nos últimos anos, mas ultimamente tem prevalecido o entendimento de que a pessoa jurídica, para ser considerada consumidora, deve demonstrar a vulnerabilidade no caso concreto. Tal posicionamento coaduna-se com a nova aplicação dos princípios como normas, assim defendido por Robert Alexy, atendendo-se a uma nova visão da função principiológica no direito. Hoje já é certo que além da função normativa, os princípios também desempenham uma função hermenêutica, tornando-se norteadores para uma aplicação e interpretação das normas constitucionais e infraconstitucionais. Nesse novo desiderato, os princípios desempenham ainda funções interpretativa, integrativa e também limitativa das normas jurídicas.
Diante dessas afirmações, pode-se afirmar que a pessoa jurídica não tem a presunção de vulnerabilidade, como a pessoa física, o que faz com que a aplicação das regras do Código de Defesa do Consumidor se dê caso a caso, procurando-se uma decisão mais razoável que atenda ao princípio da vulnerabilidade – vetor máximo do diploma legal do consumo.
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Notas
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- RIBEIRO, Gustavo Pereira Leite. O conceito Jurídico de Consumidor. In Revista Trimestral de Direito Civil. Rio de Janeiro: Renovar, 2004. V. 18 Abr/jun.p. 43.
- OLIVEIRA, Júlio Moraes. O conceito de Consumidor em face do novo Código Civil e sua interpretação jurisprudencial. In Revista Asa-Palavra. v. 9. Brumadinho - jan/jul. 2008. p. 109.
- TEPEDINO, Gustavo. Temas de Direito Civil. 3 ed. Revista, Atualizada e ampliada. Rio de Janeiro: Renovar, 2004.p. 221.
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- JAYME, Erik. Identité culturelle et intégration: Le droit internationale privé postmodern. Recueil dês cours de l’ Academie de Droit International de La Haye, 1995, II, Kluwer, Haia, p. 36.
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- OLIVEIRA, Júlio Moraes. A Figura do preposto na lei 9.099/95. in Revista Asa-Palavra. v. 9. Brumadinho – jan/jul. 2008.p. 131.
- MELO, Nehemias Domingos de. Do Conceito Ampliado de Consumidor. In Revista Síntese. RDCPC nº 30 Jul-Ago/2004.p. 62.
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- NUNES, Luiz Antônio Rizzatto. Comentários ao Código de Defesa do Consumidor. p. 2.
- SIDOU, J.M. Othon. Proteção ao consumidor. Rio de Janeiro: Forense, 1997.p. 18-40.
- ALMEIDA, João Batista de. A proteção jurídica do consumidor. p. 10.
- BENJAMIN, Antônio Herman V., MARQUES, Claudia Lima, BESSA, Leonardo Roscoe, Manual de Direito do Consumidor. cit p. 25.
- ALMEIDA, João Batista de. A proteção jurídica do consumidor. cit.p. 10.
- NISHIYAMA, Adolfo Mamoru. A Proteção Constitucional do Consumidor. Rio de Janeiro: Forense, 2002.p. 17.
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- MARTINS, Guilherme Magalhães. A defesa do Consumidor como Direito Fundamental na Ordem Constitucional. In MARTINS, Guilherme Magalhães. (Coord.) Temas de Direito do Consumidor. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010. p. 1.
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- OLIVEIRA, Júlio Moraes. O conceito de Consumidor em face do novo Código Civil e sua interpretação jurisprudencial. In Revista Asa-Palavra. v. 9. Brumadinho - jan/jul. 2008. cit. p.110.
- MORATO, Antonio Carlos. Pessoa Jurídica consumidora. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008. cit.p. 99.
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- OLIVEIRA, Júlio Moraes. O conceito de Consumidor em face do novo Código Civil e sua interpretação jurisprudencial. In Revista Asa-Palavra. v. 9. Brumadinho - jan/jul. 2008. cit. p.110.
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