Apagão moral

09/05/2014 às 13:40
Leia nesta página:

O declínio moral dos representantes do povo, sobretudo, depois do PT no Poder. O que Lula de fato representa. A necessidade de reação social, pelo aprimoramento ético/moral.

O Brasil está em crise, e faz tempo! Nas incertezas deste momento histórico, todos os males decorrem, principalmente, da falta de caráter do homem público. De fato, sua má conduta abala o ânimo do povo, de si mesmo tão sofrido pelo abandono a que há muito entregue.

E esse quadro tem piorado desde que o PT assumiu o Poder, capitaneado por Lula e seus “companheiros”. Na base do discurso eminentemente populista, e a contar com a aprovação dum povo culturalmente despreparado, ficou fácil pintar o Brasil como o País das facilidades e da abundância.

Todavia, o que se viu foi o prosperar de poucos, em contraposição à vida simples e difícil da maioria da população. As regras morais, que haveriam de nortear a ação dos dirigentes e beneficiar o homem comum, perderam-se em meio a discursos bonitos na aparência e vazios de conteúdo e significação.

E a ilusão do povão se fez, e faz, inda hoje, na base de medidas paliativas, tais quais os “Bolsas Família” e similares, de tão escasso valor (à feição de verdadeira esmola) e fruto duma política assistencialista que, a rigor, só objetiva acumular votos em época de eleição. No meio desse “curral eleitoral”, a população, tratada como gado e à distância das reais oportunidades de aprendizado e crescimento sociais, sofre o desalento da desesperança.

E de lá para cá, em especial depois do episódio do mensalão, que Lula diz não ter existido (pasmem!), ouve-se o espocar de repetidos escândalos, nunca dantes vistos, a empobrecerem a vida Nacional e darem conta do desvio do dinheiro de impostos, dos mais altos do planeta, fruto do suor e das lágrimas do povo brasileiro e a desaguar no bueiro de imoralidades de todos nós conhecidas.

Apesar disso tudo, do que aconteceu e vem acontecendo no Brasil, Lula tem permanecido incólume, intocado, como símbolo político. Justo ele, a mais se beneficiar das estratégias de prosperidade dos “companheiros”, em prejuízo da superlativa carência da população.

Tantas as evidências, de malfeitos sucessivos e coisas não explicadas ou reveladas. Mesmo assim, o mito Lula, o homem feito deus por seus seguidores, continua ativo e altivo, do alto de sua arrogância e esperteza, ditando regras a um povo tão carente de decência no trato de seus destinos.

E muitos querem acreditar esteja esse mítico ser acima do bem e do mal, que dos malfeitos nada sabia e que das coisas boas sempre participava – numa demonstração de injustificável ingenuidade. Muitos outros, inda agora e apesar de tudo, enxergam no lulismo (ou lulopetismo) uma expressão de santidade, de infalibilidade, de incontestável referência.

Aí surge a pergunta, que não quer e não pode calar: referência do quê? Conhecendo-se da árvore pelo fruto e do homem por suas atitudes, dúvida não pode surgir sobre a verdade do homem por detrás do mito. Lula, infalível? Lula, santo? Lula, referencial?

A história nos mostra quem de fato é Lula. O desenvolvimento assustador dos atos de corrupção, na era que o sucedeu, há de algo significar. A questão também não deixa de se revelar estatística: os conchavos, os acertos de variada espécie, a repercutirem, inclusive, nas instituições e no olhar desconcertado do povo, todos aumentaram demais nos últimos tempos.
Só pode haver dúvida, pois, no espírito do incauto, daquele que se contenta com pouco ou quase nada. O País, qual hoje está, foi formatado por um sistema de Poder muito distante dos imorredouros princípios da ética e da moral. A luz, prometida pelo PT e que se haveria de espraiar sobre o seio da sociedade, fez-se treva, em meio à sucessão de desmandos prejudiciais à brasilidade.

Lembremo-nos da classe média, recentemente humilhada por uma filósofa petista, professora da USP (Universidade de São Paulo) e seguidora de Lula, que, num discurso inflamado, a todo pulmão e com todas as letras, afirmou odiá-la, tachando-a de atraso de vida, conservadora, ignorante e terrorista – dentre outras coisas. E isto, sob gargalhadas e aplausos do mito Lula, que, qual Dilma Rousseff, foi colocado no Poder por essa mesma classe média.

Lembremo-nos, ainda, do súbito enriquecimento dele e dos filhos – em circunstâncias até hoje não explicadas (sequer pela Receita Federal do Brasil). Bem... Há tantas coisas a recordar, e para recontar, que só o futuro dirá! O fato é que vivemos uma quadra difícil da vida da Nação, subjugada por um projeto deletério de Poder, a mais não poder, baseado na força do dinheiro e na compra de consciências.

Nesse contexto, de gritante inversão de valores inerente à acentuada esquerda petista, faz-se preciso tracemos, em nós, a disposição de servir ao bem comum, segundo princípios de cunho ético/moral, hauridos de nossos pais e avós, para que, do turbilhão de senões a que nos arrojaram, se faça luz na escuridão e se ponha fim ao apagão moral de que o Brasil se tornou a maior vítima!

Assuntos relacionados
Sobre o autor
Edison Vicentini Barroso

Desembargador em São Paulo. Mestre em Direito Processual Civil pela PUC/SP. Magistrado

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

Publique seus artigos Compartilhe conhecimento e ganhe reconhecimento. É fácil e rápido!
Publique seus artigos