A FIFA e a (in)constitucionalidade do trabalho voluntário

02/08/2014 às 15:03
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Artigo que fala sobre o trabalho voluntário feito á Copa do Mundo no Brasil e o fato de a FIFA ser uma instituição sem fins lucrativos e lucrar milhoes de dólares.

A FIFA (Federação Internacional de Futebol Associado), apesar de ser considerada uma instituição sem fins lucrativos, arrecadou, nos últimos anos milhões de dólares, e também gastou e está gastando milhões com a Copa do Mundo no Brasil. O que traz a dúvida a muita gente: como uma instituição sem fins lucrativos, consegue lucrar tanto? Um tanto irônico, mas sem a devida explicação.

O fato é que, segundo a lei 9.608/98, em seu artigo primeiro, podemos observar a seguinte previsão:

 “Art. 1º Considera-se serviço voluntário, para fins desta Lei, a atividade não remunerada, prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza, ou a instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade.”

Tudo bem que o futebol é cultura, que a Copa do Mundo é um movimento social, onde o mundo todo para pra ver, mas nada me convence de que as pessoas que estão trabalhando ali, de graça, como se fizessem um favor para o país, tem a plena consciência, de que elas estão bancando tudo, os estádios, as cadeiras, as luzes, os “camarotes” para os mais importantes, enquanto elas, além de fazerem todo o serviço “voluntariamente”, não tem o direito nem a um ingresso, por mais longe  e barato que seja o seu lugar na cadeira..

O mais incrível é que essas pessoas acham que estão fazendo muito pelo país e que serão imensamente agradecidas pela Presidente e seus seguidores, e todo o pessoal que está gastando o seu dinheiro enquanto eles trabalham na tão esperada Copa do Mundo no Brasil.

Espero que esse gesto realmente aconteça, pois é o mínimo que se pode fazer por essas pessoas, que um dia vão enxergar que o que fizeram foi apenas economizar o dinheiro do país para que sobrasse mais para a corrupção.

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