Vote com consciência!

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Teríamos o direito de julgar a intenção de voto de quem quer que seja, uma vez que, de acordo com a realidade socioeconômica de cada um, o certo apenas a ele lhe cabe?

Vote com consciência!

Você votou bem neste ano de 2014? E nas eleições passadas? Como pretende exercer seu direito ao voto no futuro? Você está sendo consciente com suas responsabilidades de cidadão brasileiro? Entretanto o que exatamente vem a ser votar bem ou de modo consciente? Pois até hoje isso nos parece alcançar status de um verdadeiro mistério e, estamos seguros que, para outras pessoas também.

Nosso primeiro contato com essas expressões, quais sejam, votar bem ou consciente, ocorreram no ano de 1994, na disputa entre Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. Naquela época, mencionar a hipótese de se votar em partidos que não fizessem parte do poder dominante, era considerado uma verdadeira afronta ao que que considerava bom senso.

Atualmente, os partidos que não faziam, àquela época, parte do poder dominante, e eram tachados de risco nacional, tomaram conta do panorama político brasileiro. O mais interessante é que hoje, para muitos que faziam parte da antiga realidade política, não votar nos partidos da situação, é o mesmo que não votar bem ou, de maneira consciente. Neste ponto nos perguntamos: a minoria cresceu ou, por uma questão de novas oportunidades os velhos tradicionalistas mudaram?

Essa conjuntura poderia levantar uma questão, ou seja, o quê, exatamente, pensa o brasileiro sobre cidadania, democracia e ética política. Estaríamos, todos nós brasileiros, cientes de seus verdadeiros significados? Ao abrirmos a Caixa de Pandora, poderemos ter surpresas?

Estas breves linhas não possuem nenhuma intenção de agredir a um ou outro colorido ideológico-partidário. Mas nos parece, particularmente, incompreensível que para quem vota nas linhagens partidárias populares são, julgados por sua, suposta, falta de consciência com o futuro do Brasil. De outro lado, aqueles que se colocam como eleitores das velhas oligarquias, são denominados errados por não suportarem a mudança do antigo paradigma da política brasileira.

Isso nos levou a refletir sobre se realmente existiria certo ou errado, consciente ou não. Filosoficamente falando, nos parece uma questão bem complicada, a qual, algumas vezes, cheira à filosofia de botequim.

O melhor voto seria para os partidos que defendem as causas populares (e em consequência tidos como populistas) ou, seria para os antigos partidos e suas velhas oligarquias? De outra parte, não haveriam novos nomes com ideias novas e oxigenadas, independentemente de sua posição partidária? Ou como se diz nos bastidores: aqueles que não seguem a cartilha de mando e desmando dos detentores do poder, ali não permanecem.

Nosso sistema eleitoral é um dos mais modernos do planeta. Se não for o mais. Nossos políticos acompanhariam toda essa evolução? E pior, o que sobra para os candidatos? No quesito candidatos, particularmente, nos parece triste e melhor nem tecer comentários.

A verdade dos fatos é que não temos direito de julgar a intenção de voto de quem quer que seja, uma vez que, de acordo com a realidade socioeconômica de cada um, o certo apenas a ele lhe cabe. Todavia, temos, como brasileiros cientes de nossos deveres éticos e morais, a obrigação de extirpar do cenário político os nomes que constam das listas negras dos denominados “fichas-sujas”.

Nós brasileiros podemos melhorar o Brasil como um todo. Para isso, não há voto certo ou errado. Há sim o voto limpo que ajudará a levantar nossa nação e, o sujo banhado no chorume expelido pelos candidatos de histórico de podridão e desapego ao bem público. Manter no cenário do político, aqueles que possuem plano de poder e não plano de governo, é sinônimo de falta de consciência com o bem nacional.

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Sobre o autor
Raphael Ricardo Menezes Alves Vieira

Advogado OAB/MS sob o Número de Inscrição 9165<br>Membro da Comissão de Meio Ambiente da OAB/MS<br>Pós Graduado em Direito Ambiental e Urbanístico<br>Pós Graduado em Direito Eleitoral.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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