Três perguntas essenciais em processo seletivo #DepartamentoAsQuintas

04/03/2015 às 20:46
Leia nesta página:

Três perguntas essenciais em processo seletivo #DepartamentoAsQuintas

Processos seletivos não são fáceis. Queremos encontrar pessoas relacionadas a atividade fim do negócio, proativas, com excelente relacionamento interpessoal e por aí vai.

Muitas são as técnicas, jogos, dinâmicas e questionamentos para buscarmos do candidato o seu melhor, o seu lado mais obscuro também para separar o joio do trigo no momento da contratação.

Por óbvio não existe um método 100% infalível e muito mais aprendemos no período de experiência desta pessoa do que qualquer processo seletivo pode nos dar.

Entretanto, grande parte daquilo que qualifica e prepara o sucesso de uma pessoa no ambiente profissional está em sua carga emocional e na forma que ela vê e age na sua vida.

Neste sentido, podemos compreender que quem está alegre com a vida, está potencialmente mais feliz e pode se dedicar mais ao trabalho e a inteligência interpessoal do que aqueles que estão destruindo o seu caminho ao invés de construí-lo.

Erich Fromm nos brinda com duas passagens em seus livros desta verdade:

“Em última análise, pode-se dizer que uma pessoa que não encontra alegria na vida tentará vingar-se e preferirá destruir a vida a sentir que não consegue encontrar qualquer sentido em sua vida. Pode estar ainda viva fisiologicamente mas psicologicamente está morta. É isso que dá origem ao desejo ativo de destruir e à necessidade apaixonada de destruir tudo, incluindo a própria pessoa, em vez de confessar que nasceu mas não logrou se tornar um ser humano vivo. Isso é um sentimento amargo para quem o experimenta e não nos entregamos a mera especulação se admitirmos que o desejo de destruir decorre desse sentimento como uma reação quase inevitável.”
~ Erich Fromm, em “Em Nome da Vida: um Retrato Através do Diálogo” (For The Love of Life, 1986)

“Parece que a quantidade de destrutividade encontrada nos indivíduos é proporcional à quantidade em que a expansividade da vida é cerceada. Não estou me referindo às frustrações individuais deste ou daquele desejo instintivo, mas à frustração do todo da vida, ao bloqueio da espontaneidade do crescimento e da expressões das capacidades sensíveis, emocionais e intelectuais do homem. A vida tem um dinamismo interno por si mesma; a vida tende a crescer, a ser expressada, a ser vivida. Parece que se essa tendência é cortada, a energia dirigida à vida passa por um processo de decomposição e muda em energias dirigidas à destruição. Em outras palavras, a vontade de viver e a vontade por destruir não são fatores mutuamente independentes, mas estão em uma interdependência revertida. Quanto mais a vontade em direção à vida é cerceada, mais forte é a energia pela destruição; quanto mais a vida é realizada, menor a força da destruição. A destruição é a consequência de uma vida não vivida. As condições individuais e sociais que geram a supressão da vida produzem a paixão pela destruição que cria, por assim dizer, o reservatório da qual as tendências hostis particulares – seja contra os outros ou contra si mesmo – são nutridas”.
~ Erich Fromm, em “O Medo à Liberdade” (Escape From Freedom, 1941)

Faça-se três perguntas:

1. O que você já fez para ser feliz?

2. Qual a alegria da sua vida hoje?

3. O que você quer fazer ainda na sua vida?

Depois de você responder as três perguntas, ficará claro que a visão, profundidade, maturidade e reação (olhar, voz, pensamento) de quem responde diz muito daquilo que se busca ou não em alguém.

Alguém que tem em mente estas 3 perguntas consegue entrevistar a pessoa e buscar nestas ou noutros questionamentos as verdades do entrevistado.

Destaque-se que não podemos medir uma pessoa por 3 perguntas. São apenas indícios. Apenas uma forma de buscar um pouco de profundidade numa conversa de 15 minutos.

Contudo, surpreendemo-nos com as pessoas quando buscamos a sua essência. Algumas tem de sobra; Outras, resta futilidades.

Busque para o seu negócio pessoas mais maduras, profissionais e principalmente dispostas a serem felizes pessoalmente.

Quem está feliz consigo, pode ser feliz no trabalho. Quem trabalha para ser feliz, tem no trabalho uma muleta de decepção, dor e obstinação que pode ser útil para quem emprega por algum tempo, mas com o tempo, se revela uma dor de cabeça nos relacionamentos interpessoais e na própria produtividade.

Somos um emaranhado de traumas de nossa existência ambulantes, eu costumo a definir. Se estou certo na minha forma de ver e pensar, quem consegue ser feliz com a sua carga de vida, consegue trabalhar e ser feliz com a carga do trabalho.

Afinal, nem tudo são flores, entretanto, mesmo com espinhos, flores tem o seu perfume e beleza. Assim é a vida, com seus traumas e dificuldades, perfume e beleza.

Não é mesmo?
____________________________________________________

Sobre o autor
Gustavo Rocha

Professor da Pós Graduação, coordenador de grupos de estudos e membro de diversas comissões na OAB. Atuo com consultoria em gestão, tecnologia, marketing estratégicos e implementação de adequação à Lei Geral de Proteção de Dados LGPD. Prefere mandar email ou adicionar nas redes sociais? [email protected] Algo mais direto como Whatsapp, Telegram ou Signal? (51) 98163.3333

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

Publique seus artigos Compartilhe conhecimento e ganhe reconhecimento. É fácil e rápido!
Publique seus artigos