Um pensamento de Kafka:
“…é como se alguém tivesse cinco lances de escada a subir e o outro apenas um lance de escadas, mas que é tão alto quanto os cinco do anterior juntos; o primeiro não apenas superará os cinco lances, mas ainda cem e mil outros, ele haverá de ter levado uma vida grandiosa e bem extenuante, mas nenhum dos lances que ele subiu haverá de ter tanta importância para ele quanto para o segundo aquele lance único, primeiro, alto, impossível de ser escalado mesmo na reunião de todas as suas forças, o qual ele não conseguirá alcançar e além do qual ele naturalmente não irá subir.”
E uma obviedade: Só damos valor aquilo que conquistamos.
No texto, Kafka remete que o segundo não poderá conquistar, mas irá se recordar sempre do seu objetivo.
E mesmo que o segundo conseguisse a proeza de subir os cinco andares, seu feito seria único, enquanto o primeiro iria ao natural o seu crescimento, sem muito pensar em como chegou lá.
Muitas vezes as lideranças fornecem as escadas mais fáceis, outras tantas, tiram as escadas.
E Kafka continua:
É bom quando nossa consciência sofre grandes ferimentos, pois isso a torna mais sensível a cada estímulo. Penso que devemos ler apenas livros que nos ferem, que nos afligem. Se o livro que estamos lendo não nos desperta como um soco no crânio, por que perder tempo lendo-o? Para que ele nos torne felizes, como você diz? Oh Deus, nós seríamos felizes do mesmo modo se esses livros não existissem. Livros que nos fazem felizes poderíamos escrever nós mesmos num piscar de olhos. Precisamos de livros que nos atinjam como a mais dolorosa desventura, que nos assolem profundamente – como a morte de alguém que amávamos mais do que a nós mesmos –, que nos façam sentir que fomos banidos para o ermo, para longe de qualquer presença humana – como um suicídio. Um livro deve ser um machado para o mar congelado que há dentro de nós.
Precisamos disto.
Obviamente não precisamos de líderes que oprimam os colaboradores, mas que permitam que que suas mentes sejam quebradas – de forma figurada, senão daqui a pouco vão literalmente assassinar em nome do texto – que suas mentes sejam exercitadas!
E para finalizar as kafikaniedades, uma sublime verdade:
Nenhum de nós tem que seguir a direção do vento, por isso existem as velas nos barcos.
É a forma como nós posicionamos a vela que faz com que o mesmo vento nos leve a lugares diferentes. Por isso o Homem criou a vela, para que os desbravadores possam seguir em direção contraria do vento.
Sejamos nós a mudança que queremos ver no mundo!
#KafkaNaVeia