A esquizofrenia jornalística e o verdadeiro D. Sebastião do povo brasileiro

10/03/2015 às 09:13
Leia nesta página:

O povo brasileiro não precisa de um "salvador da pátria" ungido pela imprensa.

Todos os veículos de comunicação de massa aderiram à campanha visando a redução da violência contra a mulher. Esta iniciativa seria louvável, se não fosse hipócrita. Afinal, apesar de supostamente defenderem o sexo frágil, os mesmos jornais, revistas, redes de TV, etc...  fazem ataques pessoais contra Dilma Rousseff todos os dias como se ela não fosse uma mulher, como se os votos das mulheres que a elegeram não tivessem qualquer importância política.

O Dr. Drauzio Varela afirma que a esquizofrenia é caracterizada por:

“Os sintomas produtivos são, basicamente, os delírios e as alucinações. O delírio se caracteriza por uma visão distorcida da realidade. O mais comum, na esquizofrenia, é o delírio persecutório. O indivíduo acredita que está sendo perseguido e observado por pessoas que tramam alguma coisa contra ele. Imagina, por exemplo, que instalaram câmeras de vídeo em sua casa para descobrirem o que faz a fim de prejudicá-lo.

As alucinações caracterizam-se por uma percepção que ocorre independentemente de um estímulo externo. Por exemplo: o doente escuta vozes, em geral, as vozes dos perseguidores, que dão ordens e comentam o que ele faz. São vozes imperativas que podem levá-lo ao suicídio, mandando que pule de um prédio ou de uma ponte.

Delírio e alucinações são sintomas produtivos que respondem mais rapidamente ao tratamento. No outro extremo, estão os sintomas negativos da doença, mais resistentes ao tratamento, e que se caracterizam por diminuição dos impulsos e da vontade e por achatamento afetivo. Há a perda da capacidade de entrar em ressonância com o ambiente, de sentir alegria ou tristeza condizentes com a situação externa.”

http://drauziovarella.com.br/letras/e/esquizofrenia/

Os editores dos grandes veículos de comunicação parecem ter perdido a capacidade de sentir alegria e tristeza condizentes com a situação em que o Brasil se encontra. Nosso país não está endividado no exterior, o povo está empregado, auferindo renda e consumindo, o Estado realiza obras significativas para resolver problemas seculares (transposição do São Francisco), proporciona atendimento médico aos carentes (Mais Médicos) e financia o resgate urbanístico daqueles que nunca tiveram acesso à moradia (Minha Casa Minha Vida). Os casos de corrupção estão sendo investigados e ninguém é torturado ou morto porque se manifesta contra o governo. Temos motivos suficientes para nos sentir felizes, mas os jornalistas agem como se não conseguissem se ajustar à realidade e querem transferir sua infelicidade para o povo. Um caso clássico de esquizofrenia.

Mas esta não é uma esquizofrenia qualquer. Ela não é uma condição médica e sim uma escolha política e partidária. Os editores dos jornais, revistas e telejornais não estão doentes. Eles se fazem de doentes porque parecem querer fazer a sociedade brasileira adoecer para que alguém possa ser untado e ungido à condição de “salvador da pátria”. Até o presente momento a tática não funcionou. A imprensa tentou com José Serra e perdeu. Tentou com Alckmin e com Aécio e igualmente falhou.

Quem será o futuro D. Sebastião inventado pelos esquizofrênicos de ocasião? As especulações não param. Há quem diga que José Serra age nos bastidores para tentar a presidência uma terceira vez. O nome de Joaquim Barbosa é sondado e esquecido, sondado e esquecido. De fato JB também tem passado e isto pode comprometer seu futuro. Pessoalmente creio que os brasileiros já alimentam seu D. Sebastião todos os dias. Afinal, quem tem internet e adquire capacidade de refletir sobre as esquizofrenias da mídia não precisa de nenhum “salvador” ungido pela imprensa, pois sabe que a pátria vai muito bem obrigado justamente porque deixou os jornalistas pregando no vazio.

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Sobre o autor
Fábio de Oliveira Ribeiro

Advogado em Osasco (SP)

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Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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