Um texto de Rubem Alves sobre o olhar:
“Georgia O’Keeffe foi uma pintora norte-americana. Seus quadros são assombrosos! Porque seus olhos são assombrosos! “Ninguém vê uma flor realmente”, ela observou certa vez. “A flor é tão pequena… Não temos tempo e o ato de ver exige tempo, da mesma forma como ter um amigo exige tempo. “O ver, como fenômeno físico, acontece instantaneamente. Basta abrir os olhos … A luz toca a retina e a imagem se forma nalgum lugar do cérebro. Igual ao que acontece com a máquina fotográfica. Mas há um outro ver que não é coisa dos olhos. Como quando se contempla uma criança adormecida. A visão de uma criança adormecida nos acalma. Faz-nos meditar. O olhar se detém. Acaricia vagarosamente. O olhar se torna, então, uma experiência poética de felicidade. Sentimos que a criança que vemos dormindo no berço dorme também na nossa alma. E a alma fica tranquila, como a criança. É por isso que, mesmo depois de apagada a luz, ida a imagem física, vai conosco a imagem poética como uma experiência de ternura.” Rubem Alves
O mesmo acontece com o nosso olhar profissional.
Com o tempo amadurecemos ele, compreendemos num olhar as pessoas, elas nos servem ou não, serão bons profissionais ou não.
Este aprendizado com o tempo faz algo nefasto a nossa existência: Ele categoriza pessoas, atos e atitudes.
Não importa a história das pessoas, seus porquês, suas verdades. Se elas forem parecidas ou similares com outras, suas atitudes serão também similares.
Ledo engano.
Assim como somos únicos em nossas digitais e em nossa íris, somos únicos em nosso ser.
Podemos até ter pessoas que são massa de manobra e agem como outras tantas agem, contudo, isto ainda assim é uma escolha.
E, nosso papel de líder, de pessoa madura e profissional que somos, é de identificar as pessoas pelo seu ser e não por aquilo que outros demonstraram ser.
Outros podem ser um indício. Mas, nem todo libriano é inseguro, nem todo ariano é aventureiro e nem todo virginiano é maniático. Cada um tem seu caráter, formação e escolhas de vida.
O texto do Rubem Alves nos remete a esta verdade: Vamos direcionar o nosso olhar para conhecer melhor nossos colaboradores. Vamos buscar compreender os meandros da situação que gerou o problema e não apenas demitir ou punir, ou pior ainda berrar, porque isto não muda o problema e não resolve o mesmo.
Aprendamos que o olhar nos diferencia.
É através dos olhos que podermos ver a alma, já disse o poeta.
Então, que seja com a nossa alma, com a nossa melhor, mais profunda, doce, recheada de amor e perdão que possamos ver nossos semelhantes no ambiente profissional e pessoal.
Somos um ser único, indissociável. Querer um bom profissional que pessoalmente é um bosta não irá acontecer.
Quem é bom profissional e um péssimo ser humano não é bom em nada, podes ter certeza disto.
Olhe com os olhos da sua alma e veja como o seu negócio será diferente, pois suas atitudes serão diferentes.
Escolhas. Olhos. Visão.
#PenseNisto, pois não.