Não é segredo que FHC tem usado sua "mão de gato" para afastar o PT do poder e limitar o princípio da soberania popular que garantiu a vitória de Dilma Rousseff nas eleições presidenciais. O partido dele tentou impedir a posse de Dilma Rousseff e garantir a entronização de Aécio Neves, o que foi rejeitado pelo TSE. Desde então o idoso líder tucano tem envidado esforços para depor a presidenta com manifestações de rua mais ou menos apoiadas pela mídia ou provocar seu Impedimento no Congresso Nacional.
É fato, o tucanato sudestino não considera válida a eleição, quer porque crê na superioridade dos eleitores de Aécio Neves, quer porque considera inferiores os eleitores das regiões norte e nordeste. Isto renovou o interesse num Cordel de 1961 escrito por Cuíca de Santo Amaro por ocasião da redução dos poderes de João Goulart:
"É uma Lei bossa nova
Recentemente criada
Por elementos finórios
Muito bem arquitetada
Onde o voto do povo
Agora não vale nada."
História do Brasil em Cordel, Mark Curran, Edusp, 1998, p. 164
Liderados por FHC os descendentes da aristocracia tropical dos tempos do Império querem chegar ao poder de qualquer maneira. O motivo deste desejo é evidente: o pote de ouro negro no fundo do mar territorial brasileiro. Os aristocratas cobiçam o pré-sal como cobiçaram, aliás, o ouro das Minas Gerais, o ouro do açúcar e do pau-Brasil.
O último pote de ouro que a aristocracia controlou foi o do café, no princípio do século passado. O sonho do enriquecimento rápido que promoveu nossa colonização e expandiu o individualismo aventureiro pelo território nacional se renovou. O problema é que a aristocracia se tornou menos autêntica e mais desterritorializada.
Na fase atual os aristocratas não se consideram donos do país e sim posseiros precários de algo que pertence aos EUA. E os norte-americanos, tão espertalhões hoje quanto os portugueses no século XVI, estão dispostos a dar umas quinquilharias (alguns milhões de dólares, passagens de avião, tapinhas nas costas e etc...) para os aristocratas, como se eles fossem os índios de 1500, para abocanhar os trilhões e trilhões de dólares em Petróleo (o novo ouro). Renova-se, pois, a colonização movida pelo El Dorado negro, mas desta vez a história será um pouco diferente.