Capa da publicação Tempos Modernos: relações de trabalho no cinema
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Resenha do filme Tempos Modernos (1936): as relações de trabalho no passado e atualmente

Resumo:


  • "Tempos Modernos" é uma crítica à industrialização e ao tratamento desumano dos trabalhadores durante a Revolução Industrial, exemplificado pela tentativa falha de uma máquina que permitiria comer enquanto se trabalha.

  • Charlie Chaplin, no filme, representa o trabalhador alienado e mecanizado, evidenciado em uma cena onde ele não consegue parar de realizar movimentos repetitivos, mesmo fora da fábrica.

  • O filme destaca a exploração dos trabalhadores pelos detentores dos meios de produção, que priorizam o lucro e a eficiência em detrimento do bem-estar dos empregados, uma questão ainda relevante nos dias atuais.

Resumo criado por JUSTICIA, o assistente de inteligência artificial do Jus.

Resumo crítico da obra Tempo Modernos (1936), de Charles Chaplin, fazendo um paralelo com as relações de trabalho atualmente.

Com um enredo diferente e nada antes visto, “Tempos Modernos” descreveu, sem falas, como era o processo de trabalho na época da quebra da bolsa norte americana de 1929, bem como fez referências à Revolução Industrial.

O personagem de Chaplin retratava muito bem como era a labuta diária, mostrando que cada funcionário exercia funções pré determinadas e imutáveis durante seu tempo na empresa.

A transformação do homem em máquina também é mostrada, como quando uma empresa desenvolve uma máquina em que seria possível o funcionário almoçar enquanto trabalhava, para que a produção não parasse. Claro que essa invenção não deu certo.

É perceptível que o processo de produção em massa é exaustivo, ficando evidenciado quando o personagem principal, em um surto, acostumado com seu trabalho repetitivo, enxerga - em tudo que vê - necessidade de arrumar, apertar, mexer, bem como apertar os botões do vestido de uma mulher na calçada, sendo preso por isso.

Em alguns momentos, o detentor dos meios de produção aparece nos telões espalhados pela fábrica e pede ao seu subordinado que aumente a velocidade da produção, sem se preocupar com a situação do empregado. Assim, fica evidente o compromisso com o lucro e a grande produção em detrimento do bem estar dos funcionários, os quais podem ser facilmente substituídos, uma vez que há altas taxas de desempregados.

Há uma passagem em que o ator principal desiste do trabalho na fábrica e encontra um serviço no peer. Lá, ele deveria procurar um pedaço de madeira, porém, graças a sua especialização do trabalho, não conseguiu pensar em qual seria a utilização do pedaço de madeira. Por fim, ele escolhe um objeto e o leva a seu destino, mas era para segurar o barco e o caibro era muito fraco, o que fez com que o barco afundasse e deixasse todos os outros trabalhadores decepcionados. Com isso, o personagem de Chaplin é obrigado a voltar para a fábrica.

Esse modo de produção Fordista/Taylorista também é encontrado atualmente, tendo em vista que percebemos a especialização de tarefas, a produção em massa e o trabalho repetitivo ainda nos dias atuais.

Encontramos, também, inúmeros desrespeitos às leis trabalhistas: o não registro na CTPS, o não pagamento das horas extras, o não cumprimento do horário de almoço e descanso, a falta do descanso semanal remunerado. Podemos entender, portanto, que esses desrespeitos perduram desde a época do filme, ainda que ele tenha sido produzido antes da efetividade de algumas dessas leis.

"Tempos Modernos" nunca fora tão moderno. Chaplin, com sua ausência de voz, disse-nos tanto em tão pouco tempo. Com o filme sabemos a grande importância de se garantir leis trabalhistas aos empregados.

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Sobre os autores
Francine Carla Machado de Assis

Estudante de Ciências Contábeis e Gerente do Financeiro.

Eduardo de Oliveira Silva

Estudante de Ciências Contábeis e auxiliar de estoque.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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