Dita a história que Tiradentes assumiu toda a culpa da inconfidência mineira e foi enforcado por isto, enquanto todos os outros restaram soltos, transformando ele num personagem histórico.
Outros, afirmam que a história não foi bem assim, que na verdade ele foi enforcado porque tinha patente militar inferior aos outros e era pobre.
Independente dos reais fatos, quero ressaltar a ideia de que ele confessou e assumiu sozinho a culpa pelo grupo todo e pagou com a sua vida por tal ato.
Pode parecer surreal, mas até hoje temos executores que buscam Tiradentes em suas equipes e pessoas que querem ser iguais a ele, mesmo que seja o caminho da rua o seu destino.
Como assim?
A reflexão essencial cinge-se a palavra culpa. Será que precisamos em cada erro encontrar um único culpado, execrá-lo e dizer que tudo se resolveu porque fulano ou beltrano foi demitido?
Será que ao culparmos alguém de uma atitude tiramos de todo restante (equipe, procedimento, sistematização) a responsabilidade?
Será que somente uma pessoa erra quando um fato vem a tona?
Tenho convicção que não.
Precisamos compreender que quando um erro acontece, como a perda de um prazo, por exemplo, poderá até uma pessoa ter lançado errado, ou algo não ter sido lançado, contudo, mesmo com o erro de alguém, não existia procedimento de backup da informação, não existia duplicidade de controle e por aí a fora.
Não se trata de eximir quem errou, mas sim compreender que errar é algo que pode acontecer a qualquer um e os procedimentos, controles e ajustes devem nos ajudar a minimizar estes erros.
Não adianta trocar 6 por meia dúzia.
Não adianta ficar trocando de pessoa a cada 6 meses.
Não adianta resolver tudo de maneira simples e simplista.
OU compreendemos que numa empresa tudo depende de todos e que a engrenagem não funciona por uma pessoa; OU vamos sempre trocar pessoas achando que resolvemos todos os erros e veremos os erros novamente acontecerem.
#FicaaReflexão