O comportamento do consumidor no comércio eletrônico

23/06/2015 às 19:54
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É cada vez maior a concorrência entre as empresas, principalmente as que estão inseridas no comércio eletrônico (e-commerce), tal fato é decorrente dos grandes avanços tecnológicos, além da exigência cada vez maior por parte dos consumidores.

Resumo: É cada vez maior a concorrência entre as empresas, principalmente as que estão inseridas no comércio eletrônico (e-commerce), tal fato é decorrente dos grandes avanços tecnológicos, além da exigência cada vez maior por parte dos consumidores, em relação a qualidade, comodidade e agregação de valor. Buscando adaptar-se estas novas exigências do mercado as organizações realizam contínuos investimentos, tanto em tecnologias, quando em estratégias para conseguir atender as necessidades e desejos dos consumidores da maneira com que eles demandam. Uma das principais ferramentas utilizadas pelas empresas do e-commerce é o uso de informações sobre o consumidor, observando não comente o seu comportamento em relação a compra, mas, quais seus hábitos, com quem se relacionam, qual sua idade, renda familiar, entre outros. O processo de levantamento destas informações é dado, em sua grande maioria, durante o próprio processo de navegação e compra que elas fazem pela grande rede, bem como através das redes sociais, atualmente um grande termômetro de tudo que acontece, não só no mundo virtual, mas, no mundo real. Este trabalho é uma pesquisa descritiva, o qual tem como método a pesquisa de campo, que foi realizada através de questionário aplicado junto ao alunos do sétimo e oitavo semestre do Curso de Administração da Faculdade Luciano Feijão, tem como objetivo conhecer o comportamento de compra dos consumidores do comércio eletrônico, e para isso foi identificado o perfil destes consumidores, os motivo pelos quais eles realizam suas compras pela internet e qual o fator mais relevante na hora da escolha da loja virtual. 

Palavras-chave: Internet. Comércio eletrônico. Comportamento do consumidor. 


1 INTRODUÇÃO 

Nas últimas décadas a economia mundial vem passando por inúmeras transformações, sendo fatores como a globalização e os avanços tecnológicos, os principais impulsionadores destas mudanças. Observa-se uma elevação no nível de exigência por parte dos consumidores – buscando produtos com melhor qualidade e preços mais baixos – isto se deve ao fato de que anualmente ingressam no mercado inúmeras empresas, aumentando assim a concorrência, e consequentemente forçando-as a melhorarem a qualidade de seus produtos e serviços e baixarem seus preços. O ingressos de novas empresa se torna bem mais abrangente, quando se trata do ambiente virtual, pois, neste meio a amplitude da concorrência abrange escala mundial, visto que, com a utilização da internet as barreiras geográficas praticamente não existem mais, isto é, uma empresa local está competindo diretamente com as empresas localizadas em qualquer lugar do mundo, desde que esta, possuam uma loja na internet, virtual. 

O fato é que, a nova economia está impondo, às organizações que desejam se manter no mercado, a realização de grandes investimentos, tanto em tecnologias, quando em estratégias de negócio, seja melhorando a qualidade de seus produtos e/ou serviços ou mesmo ampliando sua área de atuação por meio de lojas virtuais, para  assim se manterem competitivas. 

Segundo Ansoff (1990):  

A competitividade pode ser definida como a capacidade que uma empresa possui de ser bem sucedida em mercados em que existe concorrência, ou ainda, a capacidade de obter rentabilidade, em longo prazo, explorando a estrutura e os padrões de concorrência do mercado em que atua. 

Mesmo com o atual cenário econômico mundial de crise, o Brasil vem implementando uma série de medidas com a finalidade de impulsionar a economia e melhorar o poder aquisitivo da população brasileira, dentre elas destacam-se: controle da inflação, ampliação do crédito, aumento real do salário mínimo e os programas de transferência de renda. Tais medidas estão transformando a economia do País, fazendo com que várias pessoas que antes estavam à margem do consumo, possam aproveitar o excelente momento da economia e usufruir pela primeira vez, dos benefícios do consumo. 

Segundo Ventura (2010): 

O lado mais visível desta transformação em curso é a escalada de uma massa de pessoas para classes superiores de consumo. Nesse sentido, a maior variação deu-se na faixa intermediária, a chamada classe C, cuja renda mensal oscila entre R$ 1.062 e R$ 2.017. De acordo com pesquisa realizada pelo instituto Ipsos1, em apenas dois anos, de 2005 a 2007, um contingente de 23,5 milhões de pessoas passou a fazer parte desse estrato. Com esse deslocamento, a classe C tornou-se a maior em número absoluto de pessoas na pirâmide social brasileira, superando os 86 milhões do ano passado. Somada aos 28 milhões que formam as classes A e B, isso significa que já são 114 milhões os brasileiros que podem ser considerados consumidores. Segundo o IBGE, o potencial de consumo da classe C somou R$ 365 bilhões em 2007, um quarto da capacidade total de compra de todas as famílias que moram nas cidades. 

Com os avanços tecnológicos, mais especificamente com ampla difusão da internet, o comércio eletrônico (e-commerce) passou a fazer do cotidiano de muitas pessoas bem como das estratégias de muitas organizações. Para Bill Gates, “Daqui a algum tempo só existirão dois tipos de empresas: as que estão na Internet e as que não estão em lugar algum” (FELIPINI, 2006). 

Assim, observa-se que é cada vez maior o número de pessoas que optam por realizarem suas compras via internet, ou seja, em lojas virtuais, e os motivos para esta atitude são os mais diversos possíveis, desde a comodidade e praticidade de efetuar suas compras sem a necessidade de sair de casa, até o fato de poder pesquisar em um número maior de lojas, sem ter que andar quilômetros para isso. 

Neste contexto, esta pesquisa tem como objetivo verificar o comportamento de compra dos consumidores do comércio eletrônico mediante levantamento do perfil dos consumidores, do motivo pelo qual eles realizam suas compras pela internet e do fator mais relevante na hora da escolha da loja virtual. 

2 INTERNET 

Na década de 1960, em plena Guerra Fria, o mundo encontrava-se dividido, de um lado a extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e do outro os Estados Unidos da América (EUA), naquela época havia uma preocupação geral em relação ao uso de armas nucleares por um dos lados, e, em meio a estas disputas, o Departamento de Defesa Americano, preocupado em retomar a dianteira no desenvolvimento tecnológico e inteligência militar, solicitou que fosse desenvolvida uma rede de computadores que possibilitasse a transmissão dos dados de um ponto a outro de maneira rápida e segura, além de apoiar as pesquisas acadêmicas relativas a defesa. (ALBERTIN, 2010) 

Em 1969 foram realizados os primeiros testes da rede, que viria a se tornar o que chamamos hoje de Internet, porém, inicialmente os pontos de conexão eram entre instituições de pesquisa e universidades, visto que, o custo de aquisição e manutenção dos equipamentos era bastante elevado. Na década de 1980, com o surgimento dos microcomputadores, houve um barateamento destes equipamentos, e foi somente neste momento em que a população passou a ter acesso a esta tecnologia, contudo, com a finalidade única de tráfego de informações. (FERRO, 2006) 

De acordo com Ferro (2006), a Internet passou a ser utilizada para fins comerciais somente no final da década de 1980, foi nesta mesma época que a grande rede chegou ao Brasil, contudo, com fins unicamente acadêmico, pois tinha a finalidade de atender as necessidades de estudantes que estavam retornando do doutorado no exterior, e precisavam manter contato com os centros de pesquisa internacionais. Segundo o mesmo autor o acesso foi conseguido através da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), ligada à Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, e no primeiro ano, se restringia a e-mail e retirada de arquivos. Ocorrendo somente em 1995 a abertura comercial do uso da internet no Brasil, aumentando assim, o número de usuários e de servidores. (LIMEIRA, 2005) 

Segundo Albertin (2010): 

O ambiente da internet é uma combinação única de serviço posta, sistema de telefonia, pesquisa bibliográfica, supermercado e talk show, que permite as pessoas compartilhar e comprar informações. Esta troca acontece rapidamente, geralmente em questão de segundos, usando tecnologia razoavelmente barata e normalmente disponível. 

3 COMÉRCIO ELETRÔNICO (E-COMMERCE) 

Pode-se considerar comércio eletrônico, ou e-commerce, toda transação comercial que seja realizada por intermédio de um equipamento eletrônico, atualmente o meio mais comumente utilizado é o computador, contudo, observa-se uma enorme tendência para o uso de telefones celulares para efetuar tais transações. 

Estas mudanças ocorrem devido ao grande avanço tecnológico que o mundo vem apresentando nos últimos anos, isso vem ocasionando uma mudança nas formas de realizar negócio, inicialmente realizado somente de forma presencial, e hoje, sendo efetivados por meio de transações via internet. 

Com a rapidez com que as tecnologias estão sendo desenvolvidas, em especial, a de comunicações é a internet o principal canal para realização do comércio eletrônico no mundo. E não é por acaso, isso se deve ao grande número de usuários que estão conectados através da grande rede, transmitindo dados, efetuando compras, e emitindo suas opiniões sobre tudo, ou seja, influenciando milhares de outras pessoas. 

Albertin (2010), define comércio eletrônico como: 

A realização de toda a cadeia de valor dos processos de negócio num ambiente eletrônico, por meio da aplicação intensa das tecnologias de comunicação e de informação, atendendo aos objetivos de negócio. Os processos podem ser realizados de forma completa ou parcial, incluindo as transações negócio-a-negócio, negócio-a-consumidor e intraorganizacional, numa infra-estrutura predominantemente pública de fácil e livre acesso e baixo custo. 

Fonte: Albertin (2010, p. 4) 

Figura 01 - Modelo do Comércio Eletrônico (perspectiva integrada) 

Conforme o modelo apresentado na Figura 01, o comércio eletrônico pode ser utilizado em todas as fases de uma transação comercial, por meio de uma perspectiva comprador-vendedor e utilizando todo um modelo de ciclo de vida. (ALBERTIN, 2010) 

3.1 Tipos de e-commerce 

Sendo o comércio eletrônico toda transação comercial realizada por intermédio de equipamentos eletrônicos, existem inúmeros tipos, sendo esses classificados conforme os participantes desta transação comercial. 

Segundo Potter, Turban e Rainer (2005), são vários os tipos de Comércio Eletrônico, porém os mais comuns são:  

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  • Bussines-To-Bussines (B2B), que é a negociação eletrônica efetuada entre empresas;  

  • Bussines-To-Consumers (B2C), cuja definição é a negociação eletrônica entre empresas e consumidores;  

  • Consumers-To-Bussines (C2B), é a negociação Eletrônica entre consumidores e empresas. É o reverso do B2C, também chamado de leilão reverso. Acontece quando consumidores vendem para empresas. Esta modalidade começa acrescer no Mercado eletrônico, pois uma empresa que deseja adquirir um produto, anuncia na rede a intenção de compra. Os consumidores que possuem o que a empresa quer, faz a oferta; e 

  • Consumer-To-Consumer (C2C), é uma referência ao comércio eletrônico que se desenvolve entre usuários particulares da Internet. Aqui o comércio de bens ou serviços não envolve produtores e sim consumidor final com consumidor final. 

3.2 O e-commerce no Brasil 

No Brasil o e-commerce o crescimento do e-commerce ocorre na mesma velocidade em que aumentam o número de usuários da grande rede, tal fato é possível observar quando se analisa alguns números apresentados por esta modalidade de negócio, em 2001 foi realizado um faturamento de R$ 500 milhões, já em 2009 foi possível observar um faturamento de R$ 10,6 bilhões, isto significou um crescimento de 33% em relação ao ano de 2008. (VENTURA, 2010) 

Ventura (2010), afirma que este aumento substancial no faturamento do segmento é justifica pelo crescimento no número de consumidores: 

Por trás deste forte incremento do e-commerce encontra-se o aumento do número de consumidores. Em 2009, 17,6 milhões de consumidores já participavam do comércio eletrônico, aumento expressivo quando comparado ao 1,1 milhão registrado em 2001. 

4 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 

O conhecimento das características e comportamento do consumidor desempenha um papel extremamente importante em muitas aplicações de marketing, tais como a definição do mercado para um produto ou a decisão quanto às técnicas apropriadas a serem empregadas quando o alvo é um determinado grupo de consumidores. Nossas opiniões e desejos são cada vez mais moldados pelas informações que assimilamos do mundo à nossa volta, que está se tornando muito menor devido aos rápidos avanços nas comunicações e nos sistemas de transporte. Na atual cultura global, os consumidores costumam apreciar produtos e serviços que os ‘transportam’ para diferentes lugares e lhes permitem experimentar a diversidade de outras culturas. 

Solomon (2011), descreve comportamento do consumidor como “o estudo dos processos envolvidos quando indivíduos ou grupos selecionam, compram, usam ou descartam produtos, serviços, ideias ou experiências para satisfazer necessidades e desejos” 

Pode ser considerado um consumidor qualquer pessoa que busque satisfazer um desejo ou uma necessidade, podendo ser entendido como consumidor tanto o senhor que precisa comprar seus medicamentos para combater a pressão elevada, quanto uma criança que pede que os pais comprem a boneca da moda. E as necessidades e desejos a serem satisfeitos vão de saciar a fome e sede, passando pelo status ou mesmo a realização pessoal.  

A maioria dos profissionais de marketing reconhece agora que o comportamento do consumidor é um processo contínuo e não se restringe ao que acontece no instante em que o consumidor entrega o dinheiro ou apresenta seu cartão de crédito/débito e, em troca, recebe uma mercadoria ou serviço.  Embora essa troca entre vendedor e consumidor continue sendo uma parte importante do comportamento do consumidor, a visão mais abrangente enfatiza o processo de consumo, o que inclui as questões que influenciam o consumidor antes, durante e depois da compra.  E isso tem sido alvo de estudo de diversos tipos de empresas, que passaram a colocar o cliente, ainda mais, no centro de suas atenções, analisando- o mais detalhadamente, tendo em vista que entender o comportamento do cliente é um bom negócio.  Um conceito básico de marketing sustenta que as empresas existem para satisfazer as necessidades dos consumidores. Tais necessidades só podem ser satisfeitas na medida em que se consegue compreender as pessoas ou organizações que usarão os produtos ou serviços.  A resposta do consumidor é o teste decisivo para verificar se uma estratégia de marketing será bem-sucedida. Assim, o conhecimento sobre os consumidores ajudam as organizações a definir o mercado e a identificar ameaças e oportunidades para uma marca. Esse conhecimento também ajuda a garantir que o produto continue a ter apelo em seu principal mercado. (KOTLER, 2009) 

4.1 processo de decisão de compra 

Todos os compradores, na verdade, são solucionadores de problemas, uma vez que ao efetuarem uma compra, estão buscando solucionar um problema encontrado, seja ele uma necessidade, como saciar a fome, ou mesmo um desejo como a compra do celular de última geração. Segundo Solomon (2011), “A compra pelo consumidor é uma resposta a um problema”. O processo de decisão de compra é algo tão comum que as pessoas, muitas vezes, nem percebem que estão executando-o, diariamente as pessoas passam por necessidades de compras e realizam todo o processo de tomada de decisão, porém, não se dão conta disso. 

Solomon (2011), divide o processo de decisão de compra em cinco etapas: O Reconhecimento do problema, ou seja, quando uma pessoa ou grupo percebe uma oportunidade ou uma necessidade a ser atendida; Busca de informação, que trata-se de um processo pelo qual o consumidor pesquisa o ambiente à procura de informações que o ajudem a tomar uma decisão sobre a compra; Avaliação das alternativas, que  consiste em avaliar as diversas possibilidade de compra disponíveis, sempre a procura da melhor opção para satisfazer as necessidades e expectativas do cliente; Escolha do produto, é quando a decisão é tomada, a melhor e mais viável alternativa do ponto de vista do cliente foi selecionada; e Resultado, é a compra propriamente dita, o consumidor leva o produto escolhido. 

5 METODOLOGIA  

Este trabalho é uma pesquisa descritiva, a qual avaliou o comportamento do consumidor no comércio eletrônico junto aos alunos do sétimo e do oitavo semestre do Curso de Administração da Faculdade Luciano Feijão. Segundo Gil (2006), “Pode ser classificada como pesquisa descritiva aquela que busca descrever as características de uma população ou fenômeno, ou o estabelecimento de relações entre variáveis.” 

Quanto ao procedimento, a pesquisa é bibliográfica. Uma vez que Gil (2006) afirma que “o delineamento da pesquisa está relacionado ao planejamento, envolvendo coleta e a previsão de análise de dados, considerando o universo no qual se realiza o levantamento das informações.”  

Neves (1996, p. 2) afirma que “Os métodos qualitativos e quantitativos não se excluem. Embora difiram quanto à forma e à ênfase...” Assim, para análise de referida pesquisa foram utilizados os método quantitativos e qualitativos. De acordo com Lopes (2011 apud GIL, 1999), “pesquisa quantitativa é considerar que tudo pode ser quantitativo, o que significa traduzir em números, opiniões e informações para classificá-las e analisá-las”. 

Segundo Lopes (2011) caracteriza-se como dados primários “aqueles que não foram antes coletados, estando ainda em posse dos pesquisados, e que são coletados com o propósito de atender às necessidades específicas da pesquisa em andamento” e como secundários “aqueles que já foram coletados, tabulados, ordenados e, às vezes, até analisados, com propósito outros ao atender às necessidades da pesquisa em andamento, e que estão catalogados à disposição dos interessados”. Portanto, nesta pesquisa foram utilizados dados primários e dados secundários. 

Os dados primários foram obtidos através de aplicação de um questionário, contendo 11 questões dicotômicas ou de múltipla escolha, nos dias 14 e 15 de fevereiro de 2013, junto aos alunos do sétimo e do oitavo semestre do Curso de Administração da Faculdade Luciano Feijão, tendo como finalidade analisar o comportamento do consumidor do comércio eletrônico além de traçar o perfil destes consumidores, avaliar o motivo pelo qual eles realizam suas compras pela internet e identificar qual o fator mais relevante na hora da escolha da loja virtual. Todos os alunos presentes foram convidados a responderem o questionário, contudo somente 31 participaram da pesquisa, 18 do sétimo semestre e 13 do oitavo semestre. Já os dados secundários foram obtidos através de pesquisa bibliográfica – em livros, artigos e demais publicações sobre o assunto. 

A Faculdade Luciano Feijão está localizada no município de Sobral-Ce, distante 232 Km da capital, Fortaleza. Atualmente abriga três cursos de graduação, Administração, Direito e Psicologia, além de três cursos de pós-graduação, Direito Previdenciário, Direito e Processo do Trabalho e Administração e Direito Público. É neste ambiente que está inserida o objeto de estudo desta pesquisa. 

6 ANÁLISE DOS RESULTADOS 

É cada vez maior o número de pessoas que ingressam no mundo virtual, seja com a finalidade de busca de informações, relacionamento com outras pessoas e até para adquirirem algum bem que esteja precisando, simultaneamente a isso, aumentam também o número de empresas que utilizam a internet como ferramenta para expandir suas operações e ampliarem seu alcance, faturamento e consequentemente sua lucratividade. Para tanto, se faz necessário conhecer os hábitos de compras destas pessoas, para que possam ser desenvolvidas estratégias de marketing direcionadas a elas, uma vez que, além de aumentar a área de atuação ao utilizar a internet as empresas também ingressam em um mercado altamente competitivo, onde a informação correta no momento adequado irá fazer toda a diferença na hora de atrair a atenção do consumidor. 

Os dados encontrados neste trabalho foram muito importantes, uma vez que a partir deles foi possível entender um pouco do comportamento do consumidor em relação ao comércio eletrônico. 

Para a apresentação dos resultados foram utilizados somente alguns dados, os quais foram considerados mais relevantes pelo pesquisador. 

Tabela 1 – Perfil do consumidor segundo sexo. 

Sexo 

Compradores 

Não Compradores 

Total 

Masculino 

21(75%) 

1(33,33%) 

22(70,97%) 

Feminino 

7(25%) 

2(66,67%) 

9(29,03%) 

Total 

28 

3 

31 

Fonte: Pesquisa direta (2013) 

A amostra apresentou que 28 são compradores, sendo que, 75% do sexo masculino e 25% do sexo feminino. Quando aos não compradores, 33,33% é do sexo masculino e 66,67% do sexo feminino. 

Tabela 2 – Perfil do consumidor segundo idade. 

Idade 

Compradores 

Não Compradores 

Total 

De 18 a 24 

13(46,43%) 

13(41,94%) 

De 25 a 29 

8(28,57%) 

2(66,67%) 

10(32,26%) 

De 30 a 34 

2(7,14%) 

1(33,33%) 

3(9,68%) 

De 35 a 39 

3(10,71%) 

3(9,68%) 

40 anos ou mais 

2(7,14%) 

2(6,45%) 

Total 

28 

3 

31 

Fonte: Pesquisa direta (2013) 

Conforme apresentado na Tabela 2, 28 são pesquisados são compradores pela internet, deste 46,43% possuem idade de 18 a 24 anos, 28,57% possuem idade de 25 a 29 anos, 10,71% idade de 35 a 39 anos, já nas idades de 30 a 34 anos e 40 anos ou mais representam 7% da amostra, respectivamente. Os não compradores são 3, distribuídos em 66,67% de 25 a 29 anos e 33,33% de 30 a 34 anos. 

Tabela 3 – Perfil do consumidor segundo classe social. 

Classe social 

Compradores 

Não Compradores 

Total 

3(10,71%) 

3(9,68%) 

1(3,57) 

1(3,23%) 

10(35,71%) 

10(32,26%) 

11(39,29%) 

2(66,67%) 

13(41,94%) 

3(10,71%) 

1(33,33%) 

4(12,9%) 

Total 

28 

3 

31 

Fonte: Pesquisa direta (2013) 

A Tabela 3 mostra que dos 28 compradores, 39,29% são da classe D, 35,71% são da classe C, 10,71% da classe A, 10,71% da classe E e 3,57% da classe B. Entre os 3 não compradores, 66,67% são da classe D e 33,33% da classe E. 

Tabela 4 – Comportamento do consumidor segundo classe social e número de compras pela internet. 

Nº de compras 

Classe social 

Apenas1vez 

De 02 a 04 vezes 

De 05 a 07 vezes 

De 08 a 10 vezes 

Mais de 10 vezes 

Total 

1(25%) 

2(16,67%) 

3(10,71%) 

1(8,33%) 

1(3,57%) 

3(30%) 

2(100%) 

2( 50%) 

3(25%) 

10 (35,71%) 

5(50%) 

1(25%) 

5(41,67%) 

11 (39,29%) 

2(20%) 

1(8,33%) 

3(10,71) 

Total 

0 

10 

2 

4 

12 

28 

Fonte: Pesquisa direta (2013) 

Os dados mostram que 12 pesquisados já compraram mais de 10 vezes, destes, 41,67% são da classe D, 16,67% da classe A, 25% da classe C, 16,67% da classe A e 8,233% da classe E. Dentre os 10 que já compraram entre 02 e 04 vezes, 50% são da classe D, 30% da classe C e 20% da classe E. dos 4 que realizaram compras pela internet entre 08 e 10 vezes, 50% são da classe C, 25% da classe A e 25% da classe D. Os dois que realizaram compras entre 05 e 07 vezes são da classe C. Nenhuma ocorrência foi observada em relação a apenas 01 compra. 

Tabela 5 – Distribuição do consumo segundo categoria do produto. 

Categoria 

Distribuição 

Eletrônicos 

22 (28,95%) 

Telefonia 

12 (15,79%) 

Livros e revistas 

8(10,53%) 

Artigos para saúde e beleza 

7(9,21%) 

Eletrodomésticos 

7(9,21%) 

Artigos de informática 

5(6,58%) 

Esporte e Lazer 

4(5,26%) 

Brinquedos 

3(3,95%) 

CDs e DVDs 

2(2,63%) 

Utilidades domésticas 

2(2,63%) 

Games 

2(2,63%) 

Artigos para bebês 

1(1,32%) 

Produtos alimentícios 

1(1,32%) 

Total 

76 (100,00%) 

Fonte: Pesquisa direta (2013) 

A distribuição de consumo em relação a categoria de produtos é de Eletrônicos com 28,95%, Telefonia com 15,79%, Livros e revistas com 10,53%, Artigos para saúde e beleza com 9,21%,  Eletrodomésticos com 9,21%,  Artigos de informática com 6,58%, Esporte e Lazer com 5,26%,  Brinquedos com 3,95%, CDs e DVDs com 2,63%, Utilidades domésticas com 2,63%, Games com 2,63%, Artigos para bebês com 1,32% e Produtos alimentícios com 1,32%. 

Tabela 6 – Principal motivo de compra pela internet. 

Motivo de compra 

Distribuição 

Gosto de analisar as informações disponíveis sobre os produtos 

10 (35,7%) 

Gosto de aproveitar as promoções 

14 (50,0%) 

Tenho pouco tempo e gosto de analisar as informações 

04 (14,3%) 

Total 

28(100,00%) 

Fonte: Pesquisa direta (2013) 

Os dados mostram que 50% compram por gostar de aproveitar as promoções, 35,71% por gostarem de analisar as informações disponíveis sobre os produtos e 14,29% por terem pouco tempo e gostarem de analisar as informações. 

Tabela 7 – Fator mais importante para escolha da loja virtual. 

Motivo de compra 

Distribuição 

Variedade de produtos 

2(7,14%) 

Preço 

8(28,57%) 

Segurança 

14 (50,%) 

Prazo de entrega 

2(7,14%) 

Condições de pagamento 

2(7,14%) 

Total 

28 (100,00%) 

Fonte: Pesquisa direta (2013) 

Quanto ao fator mais importante considerado na hora da escolha da loja virtual para realizar sua compra, os pesquisados foram distribuídos em Segurança com 50,00%, Preço com 28,57%, Variedade de produtos com 7,14%, Prazo de entrega com 7,14% e Condições de pagamento com 7,14%. 

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Para que as organizações possam sobreviver às enormes exigências do mercado – qualidade no atendimento, preço baixo e competitividade – um fator decisivo para o sucesso é entender o comportamento do consumidor, e, assim, conseguir atender as suas necessidades e desejos de forma eficiente e adequada. 

As informações coletadas foram úteis para traçar o perfil dos consumidores do comércio eletrônico, bem como entender um pouco do seu comportamento em relação ao processo de compra em lojas virtuais. 

A pesquisa mostrou que quanto ao perfil dos consumidores, eles são em sua grande maioria jovens, com idade entre 18 e 29 anos, pertencentes às classes C e D e são do sexo masculino. 

Já em relação ao comportamento destes em relação as compras via internet, observou-se que a metade dos consumidores compram por gostarem aproveitar as promoções, mais de 64% deles já realizaram mais de 05 compras, as três categorias de produtos mais consumidas são eletrônicos, telefonia e livros e revistas, respectivamente e, as três menos consumidas são artigos para bebês, produtos alimentícios e games. 

Quanto aos principais fatores a serem considerados na hora da escolha da loja virtual para a realização da compra, segurança e preço aparecem nos primeiros lugares, respectivamente. 

Porém, algumas considerações importantes devem ser consideradas quanto aos resultados observados. A maioria da população que efetua compras pela internet é jovem, fato que pode ter sido influenciado pelo público pesquisado, universitários, que, em sua maioria é jovem. Outro aspecto interessante é que, apesar da instituição de ensino objeto desta pesquisa ser particular, a maioria da população que efetua compra pela internet são das classes C e D, e, para compreender esta informação seria necessário um aprofundamento no assunto, observa-se também que o motivo de comprarem pela internet pode ter sido influenciado pelas principais classes econômicas (C e D), pois, o item com maior prevalência foi o aproveitamento das promoções. 

Portanto, sugere-se para as próximas pesquisas que tais temas sejam aprofundados para que seja possível uma compreensão melhor sobre o assunto. 

REFERÊNCIAS 

ALBERTIN, A. L. Comércio eletrônico: modelo, aspectos e contribuições de sua aplicação. 6ª ed., São Paulo: Atlas, 2010.  

ANSOFF, H. Igor. Do planejamento estratégico à administração estratégica. São Paulo : Atlas, 1990. 

FELIPINI, D. A Era da Internet. Ecommerce, 2006. Disponível em: www.e-commerce.org.br/Artigos. Acessado em 03/02/2013. 

FERRO, W. R. Comércio eletrônico e a segurança da rede: uma visão tecnológica. Disponível em http://www.ead.fea.usp.br/Semead/6semead/MQI/011MQI%20-%20Com%E9rcio%20Eletr%F4nico%20e%20a%20Seguran%E7a%20da%20Rede.doc. Acessado em 03/02/2013.  

GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2006. 

KOTLER, P. Administração de Marketing: análise, planejamento, implementação e controle. 5. Ed. – São Paulo: Atlas, 2009. 

LIMEIRA, Tânia M. Vidigal. E-marketing: o marketing na internet com casos brasileiros. São Paulo: Saraiva, 2005. 

LOPES, M. B. Marketing de relacionamento e seu efeito sobre a fidelização de clientes em uma concessionaria Chevrolet. 2011. 

NEVES, J. L. Pesquisa qualitativa: características, uso e possibilidades. Caderno de pesquisas em administração, São Paulo, v. 1, nº 3, 2º semestre. Disponível em: http://www.ead.fea.usp.br/cad-pesq/arquivos/c03-art06.pdf. Acessado em: 29/11/2012. 

POTTER, R. TURBAN, E. RAINER, K. Administração de Tecnologia da Informação. 3. Ed. – São Paulo:Campus, 2005. 

SOLOMON, M. R. comportamento do consumidor: comprando, possuindo e sendo. 9ª ed., Porto Alegre: Bookman, 2011. 

VENTURA, R. Mudanças no Perfil do Consumo no Brasil: Principais Tendências nos Próximos 20 Anos. 2010. Disponível em: http://www.macroplan.com.br/Documentos/ ArtigoMacroplan2010817182941.pdf: Acessado em: 10/02/2013. 

ANEXO 

QUESTIONÁRIO UTILIZADO PARA ELABORAÇÃO DO ARTIGO CIENTÍFICO “O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR NO COMÉRCIO ELETRÔNICO” 

PERFIL DO CONSUMIDOR 

01. Sexo?  

[  ] Masculino[  ] Feminino 

02. Idade?  

[  ] De 18 a 24[  ] De 25 a 29[  ] De 30 a 34[  ] De 35 a 39[  ] 40 anos ou mais 

03. Estado civil? 

[  ] Solteiro[  ] Casado[  ] Desquitado/divorciado[  ] Viúvo 

04. Renda familiar? 

[  ] até 02 salários mínimos[  ] entre 02 a 04 salários mínimos[  ] entre 04 a 10 salários mínimos 

[  ] entre 10 a 20 salários mínimos[  ] acima de 20 salários mínimos 

COMPORTAMENTO DE COMPRA 

05. Você já efetuou compras pela internet? CASO A RESPOSTA SEJA “SIM” PULAR PARA AS QUESTÕES 07, 08, 09, 10 e 11) 

[   ] Sim      [   ] Não 

06. Caso NÃO tenha comprado pela internet, qual o motivo?  

[   ] Tenho medo que minhas informações sejam utilizadas de maneira indevida 

[   ] Receio que o produto seja danificado durante o transporte  

[   ] Receio que o produto não seja entregue  

[   ] Posso encontrar uma oferta melhor numa loja física  

[   ] Considero a compra pela internet muito difícil e complexa 

[   ] Prefiro ver e tocar o produto antes de comprá-lo  

07. Por que costuma comprar pela internet? 

[   ] Tenho pouco tempo livre 

[   ] Gosto de analisar as informações disponíveis sobre os produtos 

[   ] Gosto de aproveitar as promoções 

[   ] Tenho pouco tempo e gosto de analisar as informações 

08. Quantas vezes já comprou pela internet?  

[  ] apenas 01 vez[  ] de 02 a 04 vezes[  ] de 05 a 07  vezes 

[  ] de 08 a 10  vezes[  ] mais 10  vezes 

09. Cite APENAS TRÊS categorias de produtos que você MAIS comprou pela internet: 

[  ] Livros e Revistas[  ] Artigos para saúde & beleza[  ] Artigos de informática 

[  ] Eletrônicos[  ] Eletrodomésitcos[  ] Produtos alimentícios 

[  ] Artigos para bebês[  ] Brinquedos[  ] Cama e banho 

[  ] Cine & foto[  ] Esporte & lazer[  ] Games 

[  ] CDs e DVDs[  ] Utilidades domésticas[  ] Telefonia 

10. Qual O PRINCIPAL FATOR na hora da escolha da loja para efetuar a compra pela internet? 

[  ] Variedade de produto[  ] Preço[  ] Segurança 

[  ] Prazo de entrega[  ] Condições de pagamento 

11. Qual sua forma de pagamento mais frequente nas compras pela internet? 

[  ] Cartão de crédito[  ] Débito em Conta[  ] Boleto Bancário 

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Título original: "O comportamento do consumidor no comércio eletrônico no curso de Administração da Faculdade Luciano Feijão".

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