Processo histórico da Síria

16/06/2016 às 14:50
Leia nesta página:

Este trabalho apresenta a processo histórico da Síria a fim de compreender o atual momento de caos em seu território. Demostrando a evolução histórica desde seu surgimento ate os dias atuais.

  1. Surgimento histórico

          A historia da Síria, já começa desde a antiguidade. Onde as civilizações egípcias consideravam essa região como porta de entrada de seu país, e para os persas como ponte para ampliação de seu império.

A região passou a ser uma província do Império Romano, dominada pelos partos (persas), que nesse período viviam constantemente em guerras. Em 636 d.C, a região passou para o domínio dos árabes.

A historia do cristianismo é significativa para a Síria. Isto explica as cruzadas para a região, que diferente das outras não sofreu muita resistência, pois a região estava passando por conflitos internos. Ficando assim sob o domínio cristão por quase 200 anos, e Salah Al Din (Saladino) em 1175, unifica o Egito, Síria e o Iraque e faz de Damasco a sua capital e assim possibilita a expulsão dos cruzadas. Isso explica a presença dos cristãos (maronitas) na região.

  1.2 Império Otomano

No século XVI, vira uma província do Império Otomano (Estado turco). Só que em 1831, Mehemet Ali, conquistou a região e começou a cobrar impostos e exigir serviço militar obrigatório, que causou uma revolta popular que fez com que mulçumanos e cristãos se unissem. A participação dos cristãos, serviu como pretexto para a interferência militar europeia, visando a proteção dos cristãos sírios.

Com a volta do controle do Império Otomano, em 1840. Permitiu-se a instalação de missões e escolas cristãs. Em 1858, os maronitas rompe com a classe dominante cristã e cessam com o sistema feudal da posse da terra. Os mulçumanos decidem reprimir o movimento antes que se alastrasse por toda região. Que acabou culminando com os chamados, massacres de junho de 1860.

Um mês depois, das tropas francesas para proteger os cristãos, forçaram uma intervenção que fizeram o Império Otomano criar uma província separada. Que deveria ser governado por um cristão e aprovado pelas potências europeias, onde a província teria a sua própria força policial, extinção de privilégios feudais. Tratando-se de um caso sui generis de conflito social, resultando na criação do Pequeno Líbano, onde os cristãos exerciam a hegemonia politica sobre a população mulçumana naquele local.

Com a queda do Império Otomano, durante a primeira guerra mundial, a Síria foi administrada pela França até a independência em 1946. Com o surgimento da guerra, o Emir Faiçal foi proclamado rei da Grande Síria, na época, as intenções da França e do Império Britânico eram desconhecidas, mas por meio do Acordo Sykes- Picot, Paris e Londres haviam se dividido: os britânicos mantiveram controle da província otomana da Mesopotâmia (atual Iraque) e na parte sul da província otomana da Síria (Palestina e Jordânia). Em 1920, a França ocupou militarmente o pais, forçando a retirada de Faiçal, dois meses a Síria foi dividida em cinco Estados Coloniais, os Sírios se levantaram em revolta contra o domínio francês. A rebelião acabou sendo esmagada.

1.3 Presidente e o parlamento

Até 1932, o país viveu em tranquilidade, foram eleitos o presidente o parlamento, mas a França disse que a sua intenção era de não permitir uma grande autonomia interna. E devido a negativa francesa que gerou conflitos e agitações, em 1936 foi cessado um acordo os francês reconheciam as reivindicações so síros , sendo a principal delas a reunificação com o Líbano, o acordo foi ratificado, o que gerou mias conflitos e culminou com renúncia do presidente sírio em 1939 e com a suspensão da Constituição de 1939.

Em 1941, uma operação conjunta entre as forças da França Livre e o Império Britânico destituiu do poder os colaboracionistas. Em 1943 foram eleitos os presidentes da Síria e do Líbano, quando o presidente do Líbano defendeu a supressão de clausulas da Constituição relativa ao domínio francês, fez com que tropas francesas o levassem preso junto com todo o seu gabinete, dando novos conflitos na Síria e Líbano, que terminou em 1946, quando a ONU ordenou a retirada das forças europeias e o fim do domínio francês na região.

A retirada de fato das tropas francesas só ocorreu em 1947. Logo ano seguinte às forças sírias lutaram contra a divisão da Palestina e, em 1957, durante a Guerra do Suez, foram aliados do Egito, atacado por Israel, França e Inglaterra. Em 1958, a Síria e o Egito, iniciaram uma unificação politica por meio da República Árabe Unida, que teve curta duração, e, portanto, em 1961, os dois países voltaram a ser distintos. Passado dez anos, houve outra tentativa de unificação politica dos países árabes, que concedia uma maior autonomia aos países membros e que, além do Egito, incluía também a Líbia.

No ano de 1963, ocorre uma revolução que leva ao poder o Partido Baath Árabe Socialista. Em novembro de 1970, o general Hafez al-Assad assumiu e introduziu reformas nas estruturas econômicas e sociais. Durante o V Congresso do Partido Baath, Assad foi nomeado secretário–geral e propôs: “acelerar os passos para a transformação socialista nos diferentes campos”, esse modo de pensar foi institucionalizado só a nova Constituição, aprovada em 1973.

O país teve participação fundamental nas guerras árabes-israelenses, travadas em 1967 e 1973. Em 1976, as tropas sírias formavam a maioria da Força Árabe de Dissuasão, que veio para evitar a participação do Líbano, durante a Guerra Civil Libanesa. Dois anos depois, as facções síria e iraquiana do Partido Baath, tentaram uma unificação entre a Síria e o Iraque, mas o projeto foi fracassado. Em 1980 iniciou as relações da Síria com o Irã após ser a única apoiadora árabe na guerra de oito anos contra o Iraque.  

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1.4 Intervenção Militar

         Em 2011 surgiu o protesto em vários pais árabes incluindo a Síria que foi denominado Primavera Árabe. Foi bastante repreendido pelo governo o que tornou os protestos cada vez mais violentos, logo membros do exercício começaram discorda das vertentes do governo e passaram a apoiar os protestantes virando assim desertores, dando inicio a guerra civil Síria sendo o lado opositor ao governo chamado de sunitas e o apoiador alauítas.

          No ano de 2013 um grupo autoproclamado Estado Islâmico (EI) aproveitando-se da guerra civil na região passou a reivindicar territórios na Síria e no Iraque. Lutando inicialmente ao lado dos rebeldes passou a atacar de forma indiscriminada qualquer facção sendo ela contra ou a favor do governo. Em 2014 membros do EI proclamaram um califado na região e como seu líder colocaram Abu Bakr al-Baghdadi. Rapidamente eles instauraram uma expansão militar transcendendo os adversários e impondo a sharia (Lei Islâmica). EUA, membros da OTAN e países árabes temendo o fortalecimento do Estado Islâmico fosse ameaça-los instauraram uma intervenção militar.

           Informações de ativistas de direitos humanos especulam que o conflito possa ter causado mais de 220 mil mortos sendo mais da metade civis. Outras 130 mil teriam sido detidas pelo governo e mais de 4 milhões de sírios refugiam se em outros países da região. Segundo a ONU e outras entidades internacionais vários crimes de guerra e contra a humanidade vem sendo cometido por ambos os lados de maneira descontrolada.  No inicio da guerra somente culpavam o governo por essas atrocidades e o mesmo foi condenado em âmbito internacional, entretanto com o decorrer do tempo os opositores se tornaram responsáveis por inúmeros massacres. Com tudo em 2013 foi o EI que chamou a atenção do mundo com suas ações cruéis, desumanas e perversas. A drama da população síria se agrava a grava a cada momento tento que se refugiar inicialmente em países como Jordânia, Iraque, Líbano, Turquia e mais recentemente em países europeus, como a guerra se arrasta a anos temem que o pais se fragmente. 

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Sobre a autora
Isabela Menezes

Acadêmica de Direito Universitário de Basília - UniCEUB

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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