5 CONCLUSÃO
Através da presente pesquisa buscou-se demonstrar quais mudanças tem sido implementadas no modelo de atuação policial sob influência das ideais propostas pela filosofia de polícia comunitária. Nos capítulos 1 e 2 tratou-se das características inerentes a atividade policial clássica, bem como as definições básicas do policiamento comunitário proposto a partir da filosofia de polícia comunitária.
O modelo reativo de policiamento marcou a atividade clássica de atuação policial, e até meados da década de 80 era vista no Brasil como a forma ideal de exercício da atividade policial, baseada principalmente na diminuição do tempo de pronta resposta.
Entretanto passa-se a reconhecer a necessidade da promoção de mudanças na forma de atuar policial, de modo que seja enfatizada a atuação preventiva e ao mesmo tempo proativa, e que os órgãos policiais estejam envolvidos e comprometidos com os problemas da comunidade, procurando atuar de maneira mais próxima do cidadão combatendo as possíveis causas das ocorrências a fim de evita-las ao invés de manter-se inerte oferecendo resposta somente após a ocorrência do sinistro.
É exatamente esta a proposta da filosofia de polícia comunitária, construir uma verdadeira parceria entre polícia e comunidade, de forma que, atuando juntos, tenham condições de identificar, analisar e estabelecer soluções para os problemas relacionados à segurança pública com foco na atividade preventiva e proativa.
No Brasil, é possível concluir que algumas medidas bastante eficientes têm sido adotadas, principalmente no que diz respeito às orientações dirigidas a todos os cursos de formação dos profissionais da área de segurança pública, através da Matriz Curricular Nacional para Formação em Segurança Pública, documento editado através da Secretaria Nacional de Segurança Pública, e que prevê disciplinas voltadas para o desenvolvimento da habilidade conceitual e operacional para o exercício do policiamento comunitário.
As Polícias Militares dos estados da federação são os órgãos em que mais é possível visualizar avanços na implementação da filosofia de segurança pública, principalmente através de programas como o PROERD – Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência e o Protetor Ambiental Mirim, ou através do estímulo à participação comunitária nas políticas de segurança pública através dos CONSEGs – Conselhos Comunitários de Segurança Pública.
Inobstante seja possível observar uma série de avanços no estabelecimento de um modelo de atuação policial preventivo e proativo em observância ao modelo proposto pela filosofia de polícia comunitária, é possível concluir que há muito espaço para evoluir ainda, principalmente no que diz respeito a criação de uma cultura social voltada para a efetiva participação da comunidade nas atividades desenvolvidas pelos órgãos policiais, nos moldes do nível atingido em países como o Japão.
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