INTRODUÇÃO
A criminalidade tem fatores biológicos importantes a serem estudados e entendidos. Vários sociólogos ainda analisam as mentes de sociopatas, diagnosticando e entendendo a ocorrência da conduta criminosa, no Brasil não poderia ser diferente, há diversos casos de delinquentes que mataram pelo simples fato de se sentir vivo.
Na medida em que é preciso correlacionar consistentemente variáveis que se apresentem seja no nível biológico, social ou psicológico com a ocorrência dos acontecimentos do mundo real. Quanto mais se tenta tornar presumível a correlação entre a criminalidade e o criminoso, mais complexa se torna a teoria. Com isso, as teorias das transgressões tendem a ser de difícil tratamento empírico e social.
DESENVOLVIMENTO
A criminalidade e suas causas, sem dúvida, até hoje são objeto de estudo para diversos pensadores e sociólogos. Platão (2010) citou em sua obra “As Leis” que, “a pena é como um remédio, capaz de curar o delinquente”. Na mesma linha de raciocínio Aristóteles (347 a.C,) em sua obra conhecida como “Ética a Nicómaco”, descreveu o criminoso como um inimigo, um perigo a sociedade em geral e que deveria ser drasticamente castigado.
O crime pode ser descrito simplesmente como um enfrentamento simbólico entre dois rivais – o infrator da lei e o Estado- sendo o fato delituoso não decorrente do livre arbítrio, mas sim um resultado previsível determinado pela interação psicopatológica que se desenvolve em uma minoria (FERRI, 1998).
Em razão dos diversos fatores sociais envolvidos na elaboração e consumação do crime, os sociólogos, historicamente, têm contribuído para o entendimento do tema, passando a chamar a atenção de outras áreas para o mesmo assunto, como é o caso da psicologia, psiquiatria, biologia e até mesmo a psicopatologia criminal.
Três grandes modelos teóricos explicam o comportamento criminal, evidenciando a problematização dos elementos em série são eles os de cunho biológico, os de cunho psicológico, e os de cunho sociológico.
Considerado o pioneiro nos estudos sobre os crimes e os criminosos, Lombroso defendeu a tese de que as patologias individuais eram as determinantes da criminalidade. Visava também um método biológico para explicar sua tese, como sua principal função era de médico em um sistema prisional italiano, Lombroso aproveitava para autopsiar cadáveres dos presos e concluir estigmas criminológicos. Após necropsiar mais de 300 cadáveres, encontrou a fosseta occipital média no crânio de um detento, e tal só é encontrada em homens primitivos, com isso iniciou seu pensamento de que os delinquentes nascem delinquentes e não se transformam. Continuou analisando as formações cranianas, classificando e examinando deformidades na fisionomia, como o tamanho das orelhas, das mandíbulas e outras, classificando então indicadores de patologia criminosa.
Segundo Lombroso, (1906)
“Talvez interesse conhecer como consegui chegar as atuais conclusões que apresento. Em 1807 eu realizava umas investigações sobre cadáveres e seres humanos vivos nas prisões e asilos de anciãos na cidade de Pavia. Desejava fixar as diferenças entre loucos e delinquentes, mas não estava conseguindo. Repentinamente, na manhã de um dia de dezembro, fui surpreendido por um crânio de um bandido que continha anomalias atávicas, entre as quais sobressaíam uma grande fosseta média e uma hipertrofia do cerebelo em sua região central. Essas anomalias são as que encontramos nos vertebrados inferiores”.
Os de cunhos psicológico, são aqueles que eram comparados com os não-criminosos, trabalhos pautados nesse tema, ocorreram, sobretudo, após a 1ª Guerra Mundial. A hipótese básica era a de que a baixa inteligência seria uma importante causa da criminalidade (Cressey, 1968).
Os de natureza psíquica constituíam um tipo de individuo inferior, caracterizado por desordens mentais, alcoolismo, neuroses, esquizofrenias entre outras.
Analisando os assassinos em série conclui-se que sempre violam todos os tipos de regras e condutas sociais impostas, devido na maioria das vezes ao enfraquecimento das esferas sociais.
Segundo Durkheim (2000)
“A causa determinante de um fato social deve ser buscada entre os fatos sociais anteriores, e não entre os estados de consciência individuais. Esta consciência se encontra de forma diferente em cada indivíduo, e isso não permite que certos indivíduos não compartilhem o horror causando por certos atos, e, por conseguinte, os cometam.”
Totalmente sem ética, remorso ou sentido de culpa, os criminosos não se colocam no lugar do outro, agem de forma fria e sem arrependimentos, não possuem qualquer tipo de sentimento, desconsideram-se semelhantes aos seres humanos que muitas vezes são torturados até a morte. O que caracteriza um assassino serial é o modo como comete o crime, a quantidade de vítimas, espaço de tempo entre elas, uma vida marcada por isolamento social/familiar, baixa autoestima e frustrações pessoais.
Já a vítima tem um significado simbólico, o assassino serial tem necessidade de controle e posse sobre a pessoa escolhida, geralmente uns preferindo mulheres, outros crianças, variando com o tipo de crime cometido de cada criminoso.
Os assassinos em série no mundo são diversos, e os casos conhecidos no Brasil não são tantos, mas não seria diferente no país, mesmo sendo menos conhecidos e menos explanados, existem vários casos relatados, como exemplos alguns descritos a seguir.
José Augusto do Amaral, conhecido como “Preto Amaral”, em 1927, foi preso. Primeiro assassino em série brasileiro, foi acusado de seduzir, estrangular e estuprar três rapazes. Em seu depoimento, Amaral contava que seduzia e depois asfixiava as vítimas, estuprando-as depois de mortas. Morreu na Cadeia Pública de São Paulo, cinco meses depois de ser preso
Francisco de Assis Pereira, conhecido como o "Maníaco do Parque", Estuprou, torturou e matou ao menos seis mulheres e atacou outras nove, sem conseguir matá-las, sempre no parque do estado, situado na região sul da cidade de São Paulo. Nesse local foram encontrados vários corpos das vítimas.
Existem ainda diversos casos, como os de: Anestor Bezerra de Lima, conhecido como “O Matador de Taxistas” fez 9 vítimas em São Paulo e Minas Gerais no período de 2004; .
Douglas Baptista, conhecido como “O Maníaco de Santos” fez 8 vítimas em São Paulo no período de 1992;
Fortunato Botton Neto, conhecido como “O Maníaco do Trianon” fez 7 vítimas em São Paulo no período de 1986 a 1989;.
Cirineu Carlos Letang, conhecido como “O Matador de Travestis” fez 6 vítimas em São Paulo no período de 1992 e 1993.
Laerte Patrocínio Orpinelli, conhecido como “O Andarilho de Rio Claro” fez 6 vítimas em São Paulo no período de 1996 a 1997.
Diversos são os assassinos seriais no Brasil e no mundo, dentre eles alguns foram citados, com quantidade de vítimas conhecidas e lugares onde os crimes ocorreram, os estudos nessa área continuam e cada vez aumentam, devido ao acréscimo da delinquência que existe no Mundo.
CONCLUSÃO
Identificando a origem da criminalidade, como ontologia, nas fases mais primitivas da humanidade, vários sociólogos e criminalistas explicam que o criminoso é uma subtipo humano, entre os seres vivos, que, por uma regressão atávica a essas fases primitivas, nasceria criminoso, como outros nascem doentes, por exemplo. A herança atávica explicaria, a seu ver, a causa dos delitos.
As características dos assassinos seriais são consideradas principalmente, o desprezo pelas obrigações sociais e a falta de consideração com os sentimentos dos outros. Percebe-se um egocentrismo exageradamente patológico com emoções distintas nos assassinos em série.
Com isso estudos sobre o tema mostram-se necessários para auxiliar as autoridades até hoje no combate ao crime e compreender o perfil dos criminosos.