O Brasil contemporâneo tem apresentado diversos escândalos corruptivos, condenações e absolvições, bem como discussões pelos “cantos de rua” e mídias sociais, principalmente, pela via do facebook.
O caráter intrigante de tudo isso é a constatação de que passam-se os anos e os mesmos envolvidos figuram nos quadros representativos brasileiros.
Quais seriam os motivos pelos quais isso ocorre e a tão aspirada revolução não ocorra? É preciso refletir!
O que se vê em variadas manifestações, individuais e coletivas, são partidarismos e sentimentalismos, faltando lucidez e equilíbrio psíquico para “dar à César o que é de César".
Assiste-se apenas a reproduções de opiniões da mídia e de autoridades variadas como deputados, senadores entre outros, e, de acusados e acusadores, faltando autonomia de pensamento.
O senso comum e o achismo imperam, faltando substrato político teórico e filosófico e lastro jurídico.
Ninguém faz revolução por meio de arruaças e por mídias sociais. Do modo feito só se faz barulho.
Da nossa perspectiva, se quisermos realmente fazer a verdadeira revolução, que é silenciosa e toma todo mundo de assalto, façamos no lugar e na hora certa, ou seja, nas eleições e nas urnas, com a arma certa, o voto.
Nos perguntamos do que adianta vociferar indignação pelos cantos, no facebook, ou noutra mídia qualquer se, no final das contas, a maioria dos brasileiros legitima nas urnas municipais, estaduais e federais candidatos conhecidos pelo mau caratismo, desrespeito à Constituição Federal e envolvimento em esquemas suspeitos ou ilícitos?
A isso, nós mesmos respondemos psicanaliticamente, o brasileiro só goza no sofrimento. Assim, o que vemos são sintomas desse gozo perverso e pervertido.
Mas há quem isso interessa? Quais seriam os motivos pelos quais o brasileiro não escolhe aquela via preferindo esse gozo?
Vemos a situação pelas perspectivas do mero semblante, do utilitarismo e do despreparo, o que gera aceitação e manifestos dissimulados. É de se frisar, inclusive, além da aceitação, a manipulação da mentalidade, de todas as alienações, a pior é a alienação da capacidade de refletir.
Nesse sentido, reflitamos, a crise educacional no Brasil, de índole mercadológica, tanto em âmbito básico e fundamental como superior, face à imposição de se fingir que se ensina e que se aprende, tratar-se-ia de uma falha ou de um projeto governamental? Quanto mais despreparado, menos reflexivo. O pior, até o despreparado quer gozar, alvo fácil, portanto, de manipulação.
Por outro lado, considerando o fato de estarmos na era da informação, pode-se ter deixado de ser um projeto governamental e se tornado uma falha individual tudo o que se assiste, pois, mesmo que a escola esteja sucateada, atualmente, podemos ter acesso ao conhecimento e ao pensamento crítico de muitas outras formas.
Às vezes temos que para muitos “educadores”, essa ideia de que o governo não quer o povo instruído serve como justificativa para a incompetência e a inércia desses "profissionais".
A título de considerações finais, podemos afirmar, tranquilamente, nossos problemas são resultado de um misto de elementos no sentido de causar o disfuncional funcional. Para quem? Separar o joio do trigo não está fácil!