O USO DA TECNOLOGIA NAS CIDADES EM BUSCA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Jameson Bezerra da Silva 1
Jônatas Miranda de Alencar 2
Wagner Peixoto de Alencar 3
RESUMO
O presente trabalho tem como proposta demonstrar como a tecnologia pode ser utilizada nas cidades com intuito de afastar o crescimento e conseguir o desenvolvimento destas. Com o aumento populacional e com recursos ambientais que podem ser esgotados, podemos imaginar que as futuras gerações poderão não ter acesso a esse bem. Sendo assim, ressaltamos em falar que a tecnologia pode ser uma aliada a esse processo de desenvolvimento das cidades, utilizando-se desta para aprimorar a produção de alimentos, o abastecimento de água, a destinação de resíduos e outros benefícios, de modo que possa proporcionar com mais facilidade a construção de cidades sustentáveis, como já existem exemplos de cidades que se utilizam da tecnologia para isso e conseguiram com sucesso a implementação desse mecanismo.
Palavras-chave: Sustentabilidade. Direito ao futuro. Cidades.
INTRODUÇÃO
O aumento populacional das cidades é facilmente visualizável, quando se vê a grande quantidade de carros nas ruas, novas casas sendo construídas a cada dia, a grande quantidade de lixo e outros fatores que demonstram o crescimento das cidades.
Com esse crescimento desarrazoado, as cidades acabam se tornando locais difíceis para se ter uma vida digna, visto que acaba diminuindo a eficácia da coleta de lixo, da saúde, e etc. Porém, cabe a nós buscarmos amenizar esse problema e tentar o desenvolvimento das nossas cidades, sendo assim, quais mecanismos poderíamos utilizar para isso?
Pensando nisso podemos buscar exemplos de outras cidades, tanto no Brasil, quanto em outros países, que conseguiram um desenvolvimento sustentável de suas cidades, como isso ocorreu e quais políticas foram adotadas.
Sendo assim, buscaremos explicar como a tecnologia pode ajudar no desenvolvimento das cidades e como isso tem sido utilizado em cidades que conseguiram ou ao menos melhoraram seus fatores ambientais, sociais e econômicos, com o uso daquela.
METODOLOGIA
A pesquisa utilizada foi qualitativa, visto que não há a intenção de obter números como resultado, concentrando a pesquisa na fala de outros autores, e pautado no estudo Bibliográfico, com a analise de artigos que tratam sobre o tema.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
É notório que os países, principalmente por meio do poder público, buscam sempre o desenvolvimento social, econômico e ambiental, na tentativa que a consequência disso seja a sua população com uma vida mais fácil e, principalmente, digna. Acontece que nem todas as vezes que se busca o desenvolvimento da sociedade, este é efetivado. Podemos notar que as tentativas não acabam como realmente se desejava, tornando-se assim em crescimento.
A partir disso, é de grade valia trazermos à tona a diferença entre desenvolvimento e crescimento. No crescimento o ente (país, estado ou município) aumenta sua capacidade financeira, industrial, o PIB e outros. Aqui o aumento dos índices beneficia o ente, ou como podemos ver no Brasil atualmente, tem beneficiado os grandes empresários. Já o desenvolvimento, podemos dizer que é o momento em que o ente aumenta sua capacidade de produção e negociação, aumentando sua capacidade econômica. Assim como no crescimento, mas aqui esse aumento dos índices é revertido em melhorias para a população, como por exemplo, melhoria na saúde, políticas publicas, meio ambiente e outros.
Com a explanação podemos compreender que o mais sensato para qualquer político ao ser eleito, buscasse, como interesse primordial, o desenvolvimento do ente ao qual está representando, porém este não o intuito de muitos, que buscam na maioria das vezes a satisfação de interesses próprios em detrimento da coletividade.
Não só no meio político, mas também dentro das grandes empresas ou nos interesses dos grandes empresários, podemos facilmente observar o intuito de crescimento. Isso vem a tona para população principalmente quando se trata do meio ambiente. A maioria das grandes empresas não se preocupa com o futuro do meio ambiente, pois o lucro é o fator mais importante nesse momento.
Outras empresas até se preocupam com meio ambiente, realizando inclusive movimentos para recuperação ou preservação do meio ambiente. Porém, infelizmente, no Brasil ainda há empresas que realizam esse tipo de trabalho sempre buscando interesses secundários, como por exemplo, aparecer para o público, tornar seus produtos mais caros ao rotular na embalagem: “essa empresa se preocupa com o meio ambiente”.
Em meio ao crescimento desarrazoado, dentre eles podemos ver citar a tecnologia, que cresce a cada segundo, sempre aprimorando o que já se tem e, trazendo muitos benefícios para a sociedade, entretanto trás consigo, atrelado, alguns malefícios.
O uso incontrolado da tecnologia tem trazido alguns malefícios para a sociedade, como por exemplo, a enorme quantidade de objetos descartáveis, a poluição, o trânsito superlotado e muitos outros, que prejudicam a vida em sociedade.
Porém não podemos de ressaltar os benefícios originados pela tecnologia, podemos citar como exemplo, os meios utilizados para salvar vidas, a cura de doenças, os meios de comunicação, a internet, o abastecimento de água, a produção de alimentos e muitos outros.
Interligado aos benefícios da tecnologia, podemos citar alguns fatores que surtiram efeitos benéficos com o uso desta, como o ambiental, o social e o político, sendo esses os basilares para que se consiga o desenvolvimento das populações.
Neste trabalho, buscamos elogiar especialmente o fator ambiental, pois este encontrasse ameaçado pelo seu maior destruidor, o homem. Com o uso da tecnologia, já é possível diagnosticar onde ocorrem desmatamentos ilegais, combatendo assim esse crime ambiental, exemplo de consequência positiva.
Como bem destaca o art. 225, da Constituição Federal de 1988, o meio ambiente deve ser observado com peculiaridade, para que as futuras gerações também possam usufruir desse bem que é pouco valorizado, ou seja, o meio ambiente sustentável é este que pode ser usufruído por nós, agora, sem causar sua total destruição, ao passo que as futuras populações também se utilizem da mesma forma.
Com isso, podemos falar na criação das cidades inteligentes e cidades sustentáveis. Podemos conceituar as cidades inteligentes, também conhecidas como smart cities, como aquelas que usam a tecnologia em seu proveito, ou seja, usam esse mecanismo para tornar a cidade inovadora, sempre em busca do desenvolvimento social. Podemos citar como exemplo, a produção de alimentos, a destinação de resíduos, o controle da poluição e outros. Sendo assim, um meio de racionamento do meio ambiente, controlando o impacto a este, garantindo assim o acesso a este bem pelas futuras gerações.
De acordo com uma revista eletrônica3, as três cidades mais inteligentes do mundo são: Songdo, na Coreia do Sul, em primeiro lugar, é destaque pela alta tecnologia implementada no planejamento urbano, principalmente o trânsito. Em segundo lugar temos Copenhague, na Dinamarca, que ganhou esse patamar pela redução de emissão de gás carbônico, isso de deu também pelo incentivo ao uso de bicicletas, ao invés de carros ou ônibus. Em terceiro ficou Santa Ana, nos Estados Unidos, que recebeu esse titulo pelo reaproveitamento da água por meio de um processo altamente tecnológico, podendo ser usado inclusive no processo dessalinização.
Neste diapasão, podemos falar das cidades sustentáveis, que são cidades com olhares para o futuro, respeitando os recursos naturais e com vista para o desenvolvimento social, que com a ajuda das cidades inteligentes podem atingir esse objetivo mais rapidamente e com menos esforço.
Diante do exposto, ao percebermos que ao passar de cada ano as cidades estão aumento seu numero populacional, e nada é feito para adequar-se a isso, deve se buscar transformar as cidades em sustentáveis, seja com aplicação de políticas públicas efetivas, seja com uso da tecnologia com as cidades inteligentes. Os esforços empregados devem partir de nós, enquanto população e, não esperar por terceiros, visto que o meio ambiente é um bem de todos, sendo assim, devemos pensar mundialmente e agir localmente, para que possamos atingir o desenvolvimento sustentável almejado. Só assim poderíamos chegar ao desenvolvimento social e ambiental buscado pela Constituição Federal de 1988.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, diante de tudo que foi discutido neste trabalho, podemos perceber que a tecnologia pode e deve ser usada nas cidades em prol do desenvolvimento destas, incluindo aqui o meio ambiente.
Destacamos as três cidades inteligentes que foram consideradas as melhores do mundo, e o que contatamos é que o Brasil não esta incluído nesse ranking, o porquê deve ser sabido, já que os investimentos aqui ainda são precários, pois o poder público, na maioria dos casos, se contenta com o básico.
Sendo assim, cabe a nós, planejarmos essas políticas tecnológicas, tornando nossas cidades inteligentes com o uso da tecnologia e consequentemente transformando-as em sustentáveis para que as futuras gerações também possam usufruir delas assim como nós estamos usufruindo hoje.
REFERÊNCIAS
ABDALA, Lucas Novelino et al, Como as cidades inteligentes contribuem para o desenvolvimento de cidades sustentáveis? Uma revisão sistemática de literatura.
Disponível em:http://incubadora.periodicos.ufsc.br/index.php/IJKEM/article/view/2613. Acesso em 13 set 2017.
LEMOS, André. Cidades inteligente. De que forma as novas tecnologias - como a computação em nuvem, o Big Data e a Internet das Coisas - podem melhorar a condição de vida nos espaços urbanos?. Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/gvexecutivo/article/viewFile/20720/19454 .
Acesso em 13 set 2017.
ABC, Estúdio. Conheça 3 cidades inteligentes pelo mundo. Exame. Disponível em: http://exame.abril.com.br/tecnologia/conheca-3-cidades-inteligentes-pelo-mundo/. Acesso em 13 set 2017.