O que uma advogada iniciante precisa saber

O advogado é, antes de qualquer coisa, um empreendedor! Abaixo estão 4 atitudes mínimas que um advogado iniciante precisa saber para um dia viver muito bem com a advocacia.

11/02/2018 às 08:05
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Assim como há pessoas pacientes e perseverantes que estabelecem uma estratégia para serem aprovadas num concurso público em alguns anos, aqueles que pretendem ser advogados de destaque têm que fazer o mesmo.

Iniciei minha vida na advocacia em 2017. Há menos de um ano, decidi aventurar na vida de advogada, consegui meus primeiros clientes, tive minhas primeiras consultas, minhas primeiras idas à delegacia, fórum, presídio... Pude aprender algumas coisas valiosas e decidi compartilhar com vocês!

É muito comum ouvir que o mercado do direito está saturado. Mas eu não acredito nisso! Acredito que ele está se modificando e está cada vez mais disputado e concorrido. Por ano, centenas de milhares de advogados ingressam no mercado e muitos deles não tiveram qualquer preparação para se tornarem advogados.

Durante os meus 5 anos na faculdade, aprendi muita teoria e nada de prática! As faculdades formam técnicos do direito, mas nada dizem sobre marketing jurídico, finanças, gestão de escritórios, negociação, precificação etc. Nisso, nós acabamos nos esquecendo que a advocacia é uma atividade empresarial, mas não aprendemos nada sobre como desenvolver uma atividade empresarial sustentável, efetiva e com resultados de curto, médio e longo prazo.

O advogado é, antes de qualquer coisa, um empreendedor! Abaixo estão 4 atitudes mínimas que um advogado iniciante precisa saber para um dia viver muito bem com a advocacia.

1. QUEIRA VENCER NA ADVOCACIA

Querer vencer é a primeira condição para alcançar o sucesso. O querer parte do pensamento,da consciência. Você escolhe querer algo que lhe parece interessante, necessário, importante... Não é fácil ser advogado no Brasil, especialmente porque é uma profissão que tende à sub-remuneração, que a carga de trabalho é alta e o retorno financeiro é de médio ou longo prazo. Portanto, é preciso ter vontade de ser advogado. Muitos decidem pela advocacia porque não foram aprovados em concursos ou porque “deu certo com o amigo”. Porém, o sucesso da advocacia depende, em primeiro lugar, de uma vontade genuína de se tornar advogado, de seguir a carreira de advogado e de suportar os ônus e os bônus;

2. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Se você deseja alcançar um objetivo de forma rápida e eficiente, o melhor recurso é utilizar o planejamento. Assim você obtém mais clareza e visão para a tomada de decisão. Não deixe que o tempo passe e seu sonho e suas metas fiquem pelo meio do caminho. A grande maioria que ingressa na advocacia não tem qualquer estratégia para o sucesso profissional na carreira. As pessoas “vão deixando a vida levar” e não estabelecem metas, não planejam suas atividades e não pensam em como fazerem uma advocacia sustentável. Seja o advogado empregado de um escritório, seja aquele que fundou seu próprio escritório, nenhum deles poderá ter sucesso na advocacia sem ter uma estratégia clara do que oferece como serviço e de quais resultados pretende atingir ao longo do tempo;

3. PERSISTA

Persistência é um dos comportamentos dos empreendedores de sucesso. Quem persiste tem um objetivo claro e não perde o foco. Ele pode até mudar de estratégia, mas mantém o esforço para alcançar sua meta. Com raríssimas exceções, o sucesso na advocacia é de longo prazo. Para construir um nome não é fácil, e o caminho para ter reconhecimento dos demais advogados e operadores do direito é demorado. Portanto, é preciso saber muito bem o que se quer e ter uma tolerância aos riscos e aos fracassos para aprender com eles;

4. MARKETING JURÍDICO

O mercado jurídico é uma área bastante concorrida e, por isso, o advogado que quer se destacar precisa ser estratégico em suas ações de marketing, especialmente considerando as restrições éticas da profissão. A advocacia não é uma atividade mercantil, então é preciso ter cautela na hora de se posicionar e oferecer seus serviços para potenciais clientes. O Estatuto do Advogado e o Código de Ética impõem muitas diretivas com relação ao marketing jurídico e à apresentação do profissional. Não é possível se tornar um grande e renomado advogado sem marketing jurídico. Obviamente, é importante ser competente, mas a competência é apenas o “arroz com feijão”. É preciso desenvolver estratégias efetivas de marketing pessoal, além de ter um bom planejamento de mídia impressa e virtual. A sua participação em jornais, sites, blogs e, até mesmo, em redes sociais pode ser decisiva para a contratação de novos clientes. Atualmente, o marketing jurídico é condição para o sucesso na advocacia, sem perder de vista os limites éticos e disciplinares da OAB.

Assim como há pessoas pacientes e perseverantes que estabelecem uma estratégia para serem aprovadas num concurso público em alguns anos, aqueles que pretendem ser advogados de destaque têm que fazer o mesmo. O desenvolvimento de uma atividade empresarial, sustentável e com resultados na advocacia depende desta postura pró-ativa do advogado iniciante em querer seguir uma carreira com felicidade e sucesso profissional.

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Sobre a autora
Fiama Souza

Advogada especialista em Direito Imobiliário. Site: fiamasouza.com.br Instagram: @fiamasouza.advogada

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Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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Texto publicado inicialmente no blog fiamavsa.wordpress.com

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