Responsabilidade social

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15/01/2020 às 18:46
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ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL

Segundo o vocábulo grego Ethos, ética é a base da Responsabilidade Social e manifesta-se através dos valores e princípios das empresas. Não existe responsabilidade social sem ética nas organizações.

A pessoa que busca ter um resultado pautado na falta de ética tem uma visão míope em curto prazo. Infelizmente em algumas empresas a cultura ética é frágil devido ao mau exemplo da conduta da alta direção.

Não há ética sem responsabilidade social nos negócios. Não adianta uma empresa, por um lado pagar mal seus funcionários, ser desonesto no setor de compras de seus clientes, pagar propinas a fiscais do governo e, por outro lado, participar de programas com as entidades sociais da comunidade. Essa conduta não condiz com a postura de uma empresa que quer percorrer um caminho de responsabilidade social. É necessário seguir uma conduta coerente entre a teoria e a prática.

Quando se fala em responsabilidade social nas empresas, falamos de empresa que se empenha em trabalhar com honestidade, transparência e valores que nos remete a idéia de ética. Uma empresa só é considerada socialmente responsável, se ela trabalhar de forma ética. É completamente impossível separar essas duas idéias. A ética deve trilhar sempre junto o caminho da responsabilidade social.

A palavra ética significa maneira constante de agir, discurso, índole.

Para Moreira (1999, p.21): “... ética é em um conjunto de regras que regem as ações de acordo com a moral e o bem...”. O que seria o mesmo que afirmar que toda ação que esteja dentro dos padrões morais e levam ao bem é uma ação ética.

A ética empresarial tornou-se um diferencial competitivo para as organizações. Portanto agir de forma transparente e honesta com seus fornecedores, funcionários, clientes, sócios, comunidade e o governo, é uma obrigação das organizações, ou seja, ser coerente em suas atitudes, respeitando seus públicos como um todo.

A alta administração de empresa deve estar consciente de que a forma de atuação da empresa para fora, para o mercado, terá reflexos internos. Em outras palavras, não se pode exigir conduta ética dos funcionários se a empresa esta viciada em procedimentos condenáveis. Os padrões éticos da companhia são a base do comportamento dos funcionários. (Tansey,1995)

Existe um aumento da perspectiva ética nas empresas pressupondo uma reflexão, análise, decisão, escolhas e ações. O poder de escolher implica em assumir responsabilidades e conseqüências dessas escolhas. Daí a importância do código de ética prever a punição correspondente para casos de desvio de conduta ética ou a valorização das condutas íntegras e éticas de todos os envolvidos na empresa.

A área da produção é uma área sensível a problemas éticos em uma empresa, pois ela é vulnerável a prática da desonestidade, desavença e desrespeito entre os funcionários. Dessa forma justifica-se a importância de uma cultura ética do ponto de vista do custo/benefício e qualitativa

Se a alta direção demonstrar uma postura íntegra, com valores e princípios éticos, favorecerá um terreno fértil para que todos possam agir com mais honestidade e respeito, fortalecendo a cultura ética da organização. É imprescindível disseminar essa ampliação da consciência ética para reforçar esse comportamento e acabar com a fragilidade ética no cenário organizacional.


CONCLUSÃO

Nota-se que a responsabilidade social buscava identificar os processos que poderiam alinhar a busca ao lucro e a responsividade social das empresas, sendo esta já considerada atribuição organizacional.

Percebe-se que a própria carta Magna de 1988 estabelece a propriedade privada que deverá atender a sua função social.

Estudiosos já falavam em responsabilidade social com outros conceitos de técnicas ecologicamente prudentes, antes mesmo da definição de responsabilidade social vinculada ao desenvolvimento sustentável.

A evolução da responsabilidade social nas empresas deve-se à preocupação e à necessidade de adotar um modelo de processo integrado com uma visão ampliada e com espírito de cooperação para solucionar as mazelas sociais e ambientais.

Nesse contexto, a responsabilidade social tornou-se um diferencial competitivo para as empresas. A gestão empresarial que tenha apenas os interesses de seus sócios e acionista (shareholders) revela-se insuficiente nesse novo cenário.

Percebe-se que as relações construídas com o público interno e externo, de forma a satisfazer as suas necessidades e interesses, gerando valor para todos, asseguraram a sustentabilidade a longo prazo dos negócios, por estarem sintonizadas com as novas dinâmicas que afetam a sociedade e o mundo empresarial. A responsabilidade social constitui hoje uma rede de relacionamento entre a empresa e as partes envolvidas na organização (stakeholders).

Por outro lado entende-se que a responsabilidade social não existe sem ética nas organizações, percebe-se um esforço de cada indivíduo para melhorar sua condição, sendo necessário trabalhar sempre a relação de confiança voltada para ética. A ética dentro de ambiente organizacional deve ser uma preocupação de todos os envolvidos na empresa. Desde a alta diretoria até os funcionários devem ter uma postura ética, trabalhar de forma honesta, alinhando a missão, visão, princípios e valores da empresa e serem transparentes em suas ações. Essa conscientização de todos deve ser uma preocupação constante, em primeiro lugar para manter a imagem e reputação da empresa juntos aos seus públicos e também para que exista confiança entre seus funcionários.

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O grande foco atual, independente das adversidades, é promover a conscientização de uma responsabilidade social e o bem estar social em prol do meio ambiente, educação e saúde, ou seja, o resgate da qualidade de vida para as pessoas para que elas continuem e voltem a serem cidadãos e consumidores. É uma visão empreendedora, mas preocupada com a questão social em que as empresas estão inseridas, sem deixar de preocupar-se com a necessidade da ética empresarial e a obtenção do lucro sendo um meio para se atingir um desenvolvimento sustentável com mais qualidade de vida. O fato dos órgãos governamentais não atenderem aos anseios da sociedade abre um importante espaço para a formação de parcerias entre o governo e as empresas privadas no intuito de assumir e implementar ações de responsabilidade social.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MELO NETO, Guedes, FRÒES, Responsabilidade e Cidadania Empresarial, Ed. Qualilymark,2000.

HOOD, Ashley, Coutinho e Tomei, 1998.

CLARKSON, Max B.E. A stakeholder framework for analyzing and evaluating corporate social performance. Academy of Management Review, 1995.

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPÉIAS. Livro verde: promover um quadro europeu para a responsabilidade social das empresas. Bruxelas: [s.ed.], 2001.

FERREL, O. C., FRAEDRICH, John, FERREL, Linda. Ética empresarial: dilemas, tomadas de decisões e casos. 4. ed. Rio de Janeiro: Ed. Reichmann & Affonso Editoras, 2000.

ECO-92, Agenda 21.

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