Desembargador humilha guarda, mas é flagrado e pode ser julgado.

O Brasil está mudando para melhor

24/07/2020 às 19:30
Leia nesta página:

Desembargador rasga multa e humilha guarda municipal, mas câmeras registram tudo. Investigação é necessária para proteger a lei e passar o TJSP a limpo.

Todos os veículos de comunicação noticiaram o episódio envolvendo um desembargador que fazia caminhada nas praias de Santos, e sempre trazia consigo a jurisdição, atribuída pela lei, como magistrado do TJSP, e o guarda municipal, que em cumprimento de seu dever, o autuou por desrespeitar o uso de máscara.

Ao receber o auto de infração, o desembargador o rasgou, jogando no chão, chamando o guarda de analfabeto. A primeira pergunta a ser feita:  será que ele estava convicto de que a “suposta jurisdição” era um antídoto para a covid 19? Isso é possível, pois para um prepotente tudo é possível.” “A frase o senhor sabe com quem está falando “, não é novidade desde o descobrimento do Brasil. Inúmeras pessoas foram vítimas da prepotência de pessoas que se arrogavam senhor de tudo, e ainda infelizmente o são.

Entretanto, a roda parece estar desandando tão rapidamente, que as pessoas não percebem. Isso se deve ao avanço tecnológico:  internet, celular, GPS, das câmeras filmadoras que registram fatos dos mais variados, e com frequência, se vê uma placa: “Sorria   você  está sendo filmado”.  Dessa forma, não há segredo na vida do cidadão, pois em poucos minutos, sabe-se todo o desenrolar de suas atividades.

Não conhecendo essa circunstância, ou fazendo-se desconhecê-la, o referido desembargador, ao humilhar o guarda estava convencido de sua ( des) autoridade, nada poderia atingi-lo, de vez que segundo ele, tratava-se de um analfabeto

Ledo engano!

As câmeras registraram a cena, e a notícia se espalhou pelo Brasil. Leio nos jornais manifestações no sentido de que as investigações do Conselho de Justiça não terão sequência, e o caso será arquivado, como sempre.  Não comungo com essas observações, uma vez que não   resta alternativas ao TJSP, senão julgar o caso, aplicando a lei. Agir ao contrário, é proteger o infrator. Ademais, ao nosso ver, as coisas não acontecem por acaso, e se elas não alcançam o esperado, porque tomamos atitudes equivocadas. Como há tempo para tudo, chegou a hora de passar o TJSP a limpo, é o que esperam os brasileiros.

O Brasil está mudando para melhor. 

Sobre o autor
José Edson de Andrade Neves

Advogado militante em Belo Horizonte, graduado pela Faculdade de Direito da UFMG, em Belo Horizonte, pos graduado em Ciências Penais, pela Faculdade Gama filho

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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