Investir em diversidade e inclusão pode beneficiar empresas de todos os portes, não só as grandes, e mesmo pequenas e médias são capazes de estruturar ações para tornar seus quadros mais diversos, criar ambientes inclusivos e obter os benefícios que as organizações maiores colhem de uma equipe diversificada.
A avaliação é da consultora Letícia Rodrigues, sócia-fundadora da Tree Diversidade, empresa que desde 2017 já trabalhou com mais de 40 organizações de todos os portes, inclusive pequenas com 15 funcionários, em ações voltadas à inclusão de mulheres, negros, pessoas com deficiência, membros da comunidade LGBTQIA+ e outros grupos minorizados na sociedade.
Rodrigues defende que, da mesma forma como empresas de grande porte, as pequenas e médias que buscam ampliar a contratação de profissionais de perfil diverso e cultivar uma cultura de inclusão são mais rentáveis, inovadoras, acessam mais consumidores, têm suas marcas e reputação fortalecidas. Além disso, são mais capazes de enfrentar crises se comparadas a empresas que não se preocupam com essas questões.
"O benefício da diversidade e inclusão é palpável também na pequena empresa. Claro que nela não há os mesmos recursos que nas grandes. É possível que as iniciativas de inclusão tenham menor apelo de marketing, mas são igualmente eficientes para oxigenar a organização e dinamizá-la. No pós-pandemia, as PMEs de perfil mais diverso certamente contarão com um recurso adicional para a recuperação", afirma Rodrigues.
A consultora defende que a ausência de recursos não é impeditivo para pequenas ampliarem a diversidade de seus quadros. Segundo Rodrigues, embora a ajuda de uma consultoria especializada para estruturar iniciativas internas, rever o processo de contratação e encontrar profissionais diversos com qualificação seja o caminho mais comum, ele não é único.
Ela afirma que o mais importante é a alta gestão ter claro para si o desejo de tornar a empresa mais diversa. Se o orçamento for limitado, é importante priorizar a capacitação da liderança em temas de diversidade para que ela se engaje e se torne uma referência interna de conhecimento.
Outro passo crucial é rever o processo de contratação para buscar candidatos desejados onde eles estão, o que pode ser feito de várias formas. Letícia reforça esse ponto porque a maioria das empresas costuma buscar candidatos sempre nas mesmas universidades, empresas de recrutamento ou bancos de currículos.
O relacionamento com o público-alvo por meio de entidades representativas e nas próprias redes sociais também alavancam o contato e a possibilidade de sucesso. Além disso, a consultora ressalta que, para encontrar candidatos de perfil diverso é importante que a organização não só amplie seu "leque de opções", mas estabeleça uma comunicação inclusiva na descrição das vagas, no site e nas redes sociais.
"Quando a empresa tem uma comunicação inclusiva, os candidatos de perfil diverso se reconhecem e se enxergam trabalhando ali. Assim, a empresa passa a ser mais visível e um interesse para esses profissionais", explica.
Letícia Rodrigues, da Tree Diversidade, afirma que PMEs podem estruturar iniciativas de diversidade e inclusão com medidas simples, como interagir com candidatos de perfil diverso nas redes sociais