LIQUIDEZ: a adequada metáfora da modernidade

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26/01/2021 às 01:57
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[1] Herbert Sebastian Agar (1897-1980) jornalista e historiador e editor de Louisville Courier Journal. Ganhou o Prêmio Pulitzer de História em 1934 por seu livro de 1933, intitulado The People's choice (a escolha do povo) que trouxe um olhar crítico sobre a presidência americana da época. Agar foi associado com o Sul Agrarians e editado, com Allen Tate, Quem possui América? (1936). Ele também foi um forte proponente de uma versão americanizada do sistema distributivo britânico socioeconômico.

[2] Cornelius Castoriadis (1922-197) nascido em Constantinopla, foi filósofo, economista e psicanalista francês, de origem grega, defensor do conceito de autonomia política. É considerado um dos maiores expoentes da filosofia francesa do século XX. Em 1949 fundou, com Claude Lefort, o grupo Socialismo ou barbárie que deu origem à revista homônima, que circulou em 1967.Entre suas inúmeras obras destacam-se: Instituição Imaginária da Sociedade, Encruzilhadas do Labirinto, Socialismo ou Barbárie.

[3] Leo Strauss (1899-1973) foi um filósofo político teuto-americano, ateu de origem judaica. Especialista no estudo da Filosofia Política Clássica, passou a maior parte de sua carreira como professor de Ciência Política na Universidade de Chicago (1964-1969) onde foi mestre de várias gerações de estudantes. Fundou a escola de pensadores os Straussians. Oriundo da tradição neokantiana e imerso na fenomenologia de Edmund Husserl, Carl Schmitt, Nicolau Maquiavel e Martin Heidegger, veio a focar sua pesquisa nos textos gregos de Platão e Aristóteles, rastreando as interpretações do pensamento medieval islâmico e judeu.

[4] Telos é uma palavra grega que significa finalidade, fim, meta ou objetivo. Veja a frase: O homem só pode realizar o ´telos` de sua espécie nesta prática de cidadania." (HABERMAS. Entre facticidade e validade. 2003. p. 332).

[5] Elizabeth Beck-Gernsheim é socióloga, psicóloga e filósofa alemão. Autora do livro intitulado "O Caos normal do amor", o qual escreveu em conjunto com seu marido Ulrich Beck. A individualização argumento os autores que estamos no meio de uma mudança fundamental na natureza da sociedade e da política. Esta mudança gira em torno de dois processos: globalização e individualização.

O livro demonstra que a individualização é uma característica de sociedades altamente diferenciadas, e não põe em risco a coesão social, mas, na verdade torna isso possível. É vital distinguir entre a ideia neoliberal do indivíduo do mercado livre e o conceito de individualização.

[6] Karl Emil Maximilian Weber (1864-1920) foi intelectual, juristas e economista alemão considerado um dos fundadores da Sociologia. É considerado um dos fundadores do estudo moderno da sociologia, mas sua influência também pode ser sentida na economia, na filosofia, no direito, na ciência política e na administração.

Começou sua carreira acadêmica na Universidade Humboldt de Berlim e, posteriormente, trabalhou na Universidade de Freiburg, na Universidade de Heidelberg, na Universidade de Viena e na Universidade de Munique. Personagem influente na política alemã da época, foi consultor dos negociadores alemães no Tratado de Versalhes (1919) e da comissão encarregada de redigir a Constituição de Weimar.

[7] O primeiro pensador que desvelou o fenômeno da racionalidade no mundo ocidental foi Max Weber. Weber em seu livro “A ética protestante e o espírito do capitalismo”, publicado em 1905, diagnosticou que a característica fundamental específica da sociedade ocidental é a racionalização.

Ele entende a racionalização como uma “regularização da ação humana” na busca de certos fins específico. Em seus estudos, ele percebeu que no ocidente ocorreram fenômenos culturais dotados de “desenvolvimento universal” em seu valor e significado. Por exemplo, a ideia de um estado racionalmente organizado como uma entidade política, com uma constituição racionalmente redigida, um direito racionalmente ordenado, uma administração orientada por regras racionais e com funcionários especializados somente existiu no ocidente.  Da mesma forma, a apropriação capitalista racionalmente efetuada e calculada em termos de capital.  

Tudo sendo feito em termos de balanço, onde a ação individual das partes, baseada no cálculo, só existiu no ocidente.   O que Weber faz “é postular como racional toda a ação que se baseia no cálculo, na adequação de meios e fins, procurando obter com um mínimo de dispêndios um máximo de efeitos desejados, evitando-se ou minimizando-se todos os efeitos colaterais indesejados”.

No seu livro “Eclipse da Razão”, publicado em 1947, Horkheimer define mais amplamente o conceito racionalidade instrumental.  Ele distingue duas formas de razão: a razão subjetiva (interior) e razão objetiva (exterior).       A razão subjetiva (instrumental) é a faculdade que torna possível as nossas ações. É a faculdade de classificação, inferência e dedução, ou seja, é a faculdade que possibilita o “funcionamento abstrato do mecanismo de pensamento”.  Essa razão se relaciona com os meios e fins. Ela é neutra, formal, abstrata e lógico-matemática.   

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“A razão subjetiva se revela como a capacidade de calcular probabilidades e desse modo coordenar os meios corretos com um fim determinado”

Sobre a autora
Gisele Leite

Gisele Leite, professora universitária há quatro décadas. Mestre e Doutora em Direito. Mestre em Filosofia. Pesquisadora-Chefe do Instituto Nacional de Pesquisas Jurídicas. Possui 29 obras jurídicas publicadas. Articulista e colunista dos sites e das revistas jurídicas como Jurid, Portal Investidura, Lex Magister, Revista Síntese, Revista Jures, JusBrasil e Jus.com.br, Editora Plenum e Ucho.Info.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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