Em primeiro lugar, gostaria de deixar registrado um singelo posicionamento: com o devido respeito à geopolítica, não considero o Brasil um país em desenvolvimento, mas, sim, encaixado na mesma classificação do século XX, ou seja, um país subdesenvolvido, fundamentalmente, no quesito cultural, pois, quanto ao quesito econômico não resta mais qualquer dúvida. Esse o primeiro ponto.
O segundo ponto é que: não podemos ignorar o atual quadro pandêmico deflagrado pelo novo coronavírus, também conhecimento como Covid-19. Tenho amigos e conhecidos que, infelizmente, morreram vitimados por este novo flagelo biológico.
As questões centrais deste ensaio são:
O que fazer para debelar essa situação?
O novo coronavírus surgiu naturalmente como um mecanismo natural de controle populacional ou foi resultado de uma arma biológica que fugiu do controle? Ou terá mesmo sido intencional sua saída do controle?
A vacina está demorando demais?
O Governo é incompetente para gerir uma crise destas proporções?
É melhor falir financeiramente do que expor-se ao perigo de contágio, mas continuar trabalhando?
É viável uma vida sem recursos financeiros, ou seja, não se morre pelo novo coronavírus, mas sim de fome e/ou desespero?
Podemos contar com a ajuda do Estado se atrasarmos o pagamento de nossas contas?
Continuará o fornecimento de energia e água em caso de atraso nos pagamentos? Impende consignar que, no Estado de São Paulo, há algum tempo atrás o cidadão poderia atrasar até três contas e, então, a empresa entrava em contato com o consumidor para a devida negociação. Agora, com o quadro pandêmico, uma conta em atraso fundamento o corte de fornecimento. Há nisso algum tipo de humanismo?
Há políticos mal-intencionados levando vantagem com todo o caos que está ocorrendo? Está havendo superfaturamento como sempre houve?
É possível contar com o apoio da população em momentos como este?
Os preços dos combustíveis têm aumentado vertiginosamente por conta do controle dos cartéis? Pode o Governo intervir?
O valor do malfadado auxílio emergencial realmente resolve o problema, tendo em vista o aumento exponencial dos gêneros de primeira necessidade? Afinal, o que o Estado concede é verdadeiramente um auxílio, ou uma esmola do tipo cala-boca?
Por que não reduzir os impostos em este momento tão crítico e delicado de nossa existência? Por qual razão o Estado não intervém de forma efetiva da questão tributária, visando o auxílio de seu povo em passar por tão obscura situação de medo, pânico e desespero?
Sinceramente não sei. O que sei é que estamos vivendo um momento crítico de ilusões e desesperanças que são aumentadas pela própria postura das pessoas e atitudes impensadas de pessoas que, momentaneamente, estão no poder. Os questionamentos acima precisam ser feitos. O momento requer atenção.
Não se pode negar que a população tem o governo que merece. E o mais interessante é que os governantes sabem disso. Por isso vivem em clima de carnaval dentro das sedes dos órgãos públicos. Decisões têm sido tomadas de forma burlesca, em total dissonância com a verdadeira situação socioeconômica vivida pela nação brasileira.
A grande verdade é que todas as esferas do poder estão perdidas. Praticamente todas sem saber exatamente o que fazer. Fazendo o possível dentro de um oceano de tantas outras possibilidades. Inúmeros erros estão sendo cometidos. Tudo decorrência da imaturidade política que ainda grassa em nosso país. Penso que, do ponto de vista político, ainda estejamos no jardim de infância, onde nossos representantes brigam por seus brinquedos prediletos. Basicamente é isso.
Promover lockdown´s esporádicos para uma população inculta e mal-educada não resolverá o problema. Fala-se em lockdown em um dia e no outro a população se prepara para os mais variados festins e reuniões de família. Reuniões que se processam sem o menor cuidado e/ou zelo entre os participantes. Não há uso de máscaras, álcool (líquido ou em gel), dentre outros protocolos mínimos de autocuidado. Como sempre, um verdadeiro carnaval. É ainda o que somos.
Em decorrência desta maturidade, um incontável número de vidas ainda se perderá. Eis a realidade. É como se uma pessoa, totalmente leiga e inculta, brincasse com um pedaço de urânio enriquecido, depois de encontra-lo em uma usina nuclear abandonada. Irá morrer sem saber o porquê. Mortes inconscientes que ocorrem aos montes todos os dias. Fatalidade, destino, carma, enfim, inúmeras explicações podem ocorrer. A questão é que o problema existe e precisa ser resolvido com grande maturidade política, legislativa e legal.
Não se nega que o isolamento prolongado produz uma situação de estresse e de alterações bioquímicas que, em última instância, afetarão a saúde emocional das pessoas. De fato, impende consignar, é preciso que nos preparemos para o mundo pós-pandemia. Afinal, muitos já estão enlouquecendo agora. Muito embora devamos admitir que a população já vinha enlouquecendo há algum tempo pelos mais variados motivos que, agora, não é o momento de discorrermos, até porque tais motivos não caberiam dentro de um simples ensaio, mas, renderiam um verdadeiro tratado sobre a loucura humana.
A questão é que as autoridades públicas brasileiras não sabem gerir adequadamente uma situação de crise das proporções trazidas pela atual pandemia. Sempre há interesses escusos envolvidos em todas as decisões políticas. Sempre houve, há e haverá de existir.
E, geralmente, as decisões sempre vêm precedidas de alardes à população, como o número de mortes/dia e/ou a lotação das Unidades de Tratamento Intensivo. Interessante notar que, se um determinado hospital possui apenas cinco leitos de UTI, em pouco tempo haverá uma lotação, basta que tenha seis pacientes necessitando de referidas vagas.
O mais tenso em países subdesenvolvidos é que nunca sabemos qual é a “verdade”. As autoridades políticas dizem a verdade? Elas têm interesse em divulgar a verdade? A imprensa realmente está ao lado da verdade? A imprensa brasileira é verdadeiramente livre?
O problema central, ademais, é uma população que não ajuda. O povo carrega em si uma mentalidade canhestra e colonial, e não uma postura madura para a presente modernidade. O povo se coloca desnecessariamente em risco. É como se quisessem afrontar as autoridades constituídas. É uma forma de contraprotesto por estarem sendo espoliados a todo o momento, de todas as formas e das maneiras mais vis possíveis. Infelizmente é difícil dizer quem vai ganhar essa queda de braços, se é que haverá ganhadores.
Enquanto isso, o Planeta vai fazendo sua tarefa: selecionar os mais aptos para sobreviverem por meio da adaptação às condições adversas.
Realmente não é possível salvar a humanidade. Cada um pode salvar apenas a si mesmo. Atitudes simples de autoamor fazem com que seja possível passar pelas intempéries da vida com certo êxito. O desespero humano, já o dizia Francisco Cândido Xavier, é uma doença. Mas, como ensinar as pessoas a pensar, se se recusam a absorver uma linha de conhecimento que seja?
Países subdesenvolvidos ainda precisam aprender, nos bancos escolares, os mais básicos e fundamentais princípios de convivência, sobrevivência e protocolos para enfrentar crises, tanto sociais, políticas e/ou naturais. Basta lembrarmos que o Brasil ainda possui problemas de saneamento básico. Muitas pessoas têm suas casas a poucos metros de esgotos a céu aberto, onde crianças brincam livremente, adquirindo as mais variadas doenças. São pessoas que infelizmente vivem no esgoto da sociedade.
A grande verdade, inegável e insofismável, é que não sabemos o básico.