A Classe Operária, um jornal necessário

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Este artigo, visa fazer um resgate histórico de um dos mais importantes jornais do Século XX, que buscava informar a luta dos trabalhadores brasileiros durante sua existência

A HISTORIA DO PERIÓDICO FEITO POR OPERÁRIOS PARA OPERÁRIOS

Em 1° de Maio de 1925, o Partido Comunista do Brasil (PCB) criaria aquele que se tornou um símbolo da luta dos trabalhadores no país, um jornal que além de difundir informações com relação às atividades partidárias, também fomentava a estruturação política e informativa dos operários brasileiros.

A sua criação ia de encontro uma sugestão da Internacional Comunista em 1923, numa reestruturação da revista Movimento Comunista, criada por Astrojildo Pereira no ano de 1922, como um instrumento de transformação de massas contendo um título que perdura até hoje como símbolo de luta histórico, A Classe Operária.

No ano de 2025, o noticioso irá comemorar 100 anos e ao longo de sua existência, foram temporadas de longas batalhas em momentos obscuros da vida brasileira, com a truculência governamental contra os partidos comunistas e de massa e as organização de trabalhadores, além das perseguições policiais nos ambientes da escassa liberdade democrática durante a República Velha, República Nova, Estado Novo e Ditadura Militar, tendo que operar na clandestinidade para seguir trilhando os anseios democráticos e esperança na luta de dias melhores para todos os trabalhadores e militantes, tendo inclusive em alguns momentos, sendo escrito no exílio, e transmitido no país através da Rádio Tirana.

A militância do Partido Comunista, trabalhadores e simpatizantes foram fundamentais também para a difusão do jornal durante os “Anos de Chumbo”, onde o material era transcrito para os jornais impressos de maneira rudimentar, com o uso de mimeógrafos ou máquinas de escrever, e ainda assim, as edições eram transmitidas e o conteúdo político de combate à opressão era levado para todos os cantos do país, onde existisse um comunista ou um trabalhador disposto em espalhar a informação.

Durante os tempos de liberdade democrática, o jornal circulou abertamente e seguiu-se estruturado em dirigir-se diretamente às massas de trabalhadores e de instrumentação partidária.

A Classe Operária seguiu-se fiel aos seus preceitos informativos e nunca se afastou de sua característica de politizar e organizar a classe partidária do PCdoB, mantendo sempre as linhas através de balizas principais como: a política partidária, informação da classe trabalhadora, o programa do PCdoB e a filosofia marxista-leninista.

CONCLUSÃO

A Classe Operária segue inspirando na luta de todos que se compadecem com a justiça social, os direitos humanos e a luta por trabalho, comida na mesa e moradia no Brasil, mesmo em tempos de leituras dinâmicas na era digital, sua influência quase centenária seguirá forte no campo da esquerda e dos comunistas do Brasil.

Mesmo em tempos obscuros, mostrando que um jornal feito por homens do povo para o próprio povo, mantendo sempre acesa as diretrizes marxista-leninistas e a chama das lutas de classe:

 "Trabalhadores do mundo, uni-vos, vós não tendes nada a perder a não ser vossos grilhões"

REFERENCIAS

Classe Operária (1948-9, 1951-2); Em Tempo (18-24/10/1979); ENTREV. BRANDÃO, O.; PEREIRA, A. Formação; Voz Operária (1949-59).

____. A manutenção da qualidade de segurada(o) para as(os) trabalhadoras(es) intermitentes à luz da proibição do retrocesso social. In: COSTA, Ricardo Caetano; SOARES, Hector Cury; COSTA, Eder Dion de Paula (Org.). Cadernos CIDIJUS - Volume 2. Rio Grande: IBRAJU Edições, 2020, p. 9-26. Disponível em: <http://repositorio.furg.br/bitstream/handle/1/9187/Cadernos_CIDIJUS_2.pdf?sequence=1>. Acesso em: 30 out. 2020.

GRABÓIS. Jornal A Classe Operária. Centro de documentação e Memoria. FMG. 16 de maio. 2021. Disponível em: <https://www.grabois.org.br/cdm/jornal-classe-operaria-arquivo> Acesso em: 26 de Maio de 2021.

STOLZ; Sheila; GONÇALVES, Vinícius Viana. Vida Famélica, Morte Severina: no mar do desinteresse político-econômico naufraga a fábula do direito fundamental a alimentação adequada. In: COSTA, Ricardo Caetano; SOARES, Hector Cury; COSTA, Eder Dion de Paula (Org.). Cadernos CIDIJUS - Volume 1. Rio Grande: IBRAJU Edições, 2020, p. 10-39. Disponível em: <http://repositorio.furg.br/bitstream/handle/1/9188/organized.pdf?sequence=4/>. Acesso em: 30 de nov. de 2020.

Sobre os autores
Vinicius Viana Gonçalves

Possui Bacharelado em Direito pela Faculdade Anhanguera do Rio Grande (FARG), Pós-Graduação em Ciências Políticas pela Universidade Cândido Mendes (UCAM), Pós-Graduação em Ensino de Sociologia pela Faculdade Única de Ipatinga (FUNIP), Pós-Graduação em Educação em Direitos Humanos e Mestrado em Direito e Justiça Social pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Também possui formação como Técnico em Comércio Exterior pela Escola Técnica Estadual Getúlio Vargas (Rio Grande/RS), Tecnologia em Logística pela Faculdade de Tecnologia (FATEC/UNINTER). Como pesquisador, foi membro do Núcleo de Pesquisa e Extensão em Direitos Humanos (NUPEDH) e do Grupo de Pesquisa Direito, Gênero e Identidades Plurais (DIGIPLUS), ambos vinculados ao PPGDJS/FURG. Também atuou como pesquisador vinculado ao Programa Educación para la Paz No Violencia y los Derechos Humanos, no Núcleo de Pesquisa e Extensão em Direitos Humanos (Centro de Investigación y Extensión en Derechos Humanos) da Facultad de Derecho da Universidad Nacional de Rosario (Argentina), sob coordenação do Professor Dr. Julio Cesar Llanán Nogueira, com financiamento da PROPESP-FURG/CAPES.

Mauricio Soldati de Souza

Advogado regularmente inscrito na OAB/RS, Experiencia de 18 anjos trabalhando em comercio exterior quando decidi que era hora de advogar. Direito aduaneiro é uma das minhas paixões, mas também escrevo sobre Relações de emprego e precarização que é minha atual linha de pesquisa.

Joice Eslabão de Oliveira

Professora de Historia, formada pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG)

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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