A História do Direito Agrário no Brasil.

Apontamentos e reflexões sobre e regime de terras

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CONCLUSÃO

O presente trabalho se propôs a realizar um estudo sobre os principais aspectos histórico-jurídicos que contribuíram para a formação do Direito Agrário brasileiro. Conclui-se que apesar de teoricamente parecer um sistema bem organizado, capaz de produzir efeitos salutares e influenciar fortemente o destino das terras brasileiras, o regime das sesmarias não foi bem sucedido no país, ineficaz se comparado a seus efeitos em outros países. Acrescenta-se que tal regime, conforme jus-agraristas, se tornou o maior e principal propulsor responsável pela formação da concentração latifundiária e todas as desigualdades sociais dela decorrentes.

Seguidamente, como visto, após falhas tentativas de reparação surgiram novos regimes como o de posse, que ao contrário do regime sesmarial, contribuiu para o surgimento de minifúndios, favorecendo a marginalização das terras, cooperando novamente pela desigualdade agrária brasileira.

O regime de terras, apesar de declínio ao favorecimento dos conservadores, se revelou, após um período de tempo, parcialmente eficaz ao objetivo que fora desempenhado, demonstrando assim sua tentativa de equilíbrio entre os grandes fazendeiros e os posseiros.

Portanto, o período aqui estudado é de suma importância para a compreensão da questão agrária no país, pois ocorre, sobretudo, que ao decorrer das décadas o Brasil ainda se encontra em recuperação das falhas dos antigos regimes, todavia, ainda se vislumbra que nos próximos anos, décadas ou milênios, a estrutura agrária brasileira possa mudar, realidade que no entanto só pesquisas e estudos terão condições de avaliar.


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Sobre o autor
Hebert Mendes de Araújo Schütz

Doutor em Geografia pela UFJ (2023); linha de pesquisa "análise ambiental e organização do espaço nos domínios do cerrado brasileiro", Graduado em Direito pela UNIRV (2005) e Mestre em Direito Agrário pela UFG (2014). Ex-bolsista e membro da Rede Goiana de pesquisa em Direito Agroalimentar, financiada pela FAPEG. Membro do conselho editorial da Revista Científica do Centro de Ensino Superior Almeida Rodrigues, Rio Verde, FAR/ISEAR, ISSN: 2317-7284. Foi advogado no escritório Brasil Salomão e Mattes Advocacia de Ribeirão Preto (SP), junto a filial de Três Lagoas (MS), com a OAB n 16.730. Foi professor do SENAC - Unidade Rio Verde e nos cursos de direito das Faculdades Objetivo, FAR - Faculdade Almeida Rodrigues (Rio Verde) e UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Campus Três Lagoas). Autor do livro: "O município e o interesse local" publicado pela Editora Ebenezer. Co-autor do livro: "Versões e ponderações" publicado pela Editora Boreal, ISBN 978-85-8438-028-2. É analista judiciário do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás e no campo acadêmico dedica-se ao estudo da gestão ambiental em áreas de preservação permanente e bacias hidrográficas nas perspectivas de planejamento e práticas conservacionistas.

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