Recentemente em um dos maiores eventos de privacidade do mundo, promovido pelo IAPP ( International Association of Privacy Professionals), chamado IAPP Global Privacy Summit 2022 realizado em Washington, D.C, EUA, Tim Cook CEO da Apple, trouxe uma citação de um livro escrito em 1972 para demonstrar a importância da privacidade nos dias atuais.
Citing the work of late privacy scholar Alan Westins seminal work, Databanks in a Free Society, which turns 50 years old this year, Cook said, Westin concluded that while the erosion of privacy was a legitimate fear, it was not an inevitable consequence of technology.
He also quoted from Westins 1972 book: What is collected, for what purposes, with whom information is shared, are all matters of policy choice, not technological determinism. Man cannot escape his social or moral responsibilities by murmuring feebly that the machine made me do it.
FONTE DO TEXTO: HTTPS://IAPP.ORG/NEWS/A/APPLES-TIM-COOK-PROTECTING-PRIVACY-MOST-ESSENTIAL-BATTLE-OF-OUR-TIME/
Em uma tradução livre:
Citando o trabalho seminal do estudioso de privacidade Alan Westin, Bancos de dados em uma sociedade livre, que completa 50 anos este ano, Cook disse: Westin concluiu que, embora a erosão da privacidade fosse um medo legítimo, não era um inevitável consequência da tecnologia.
Ele também citou o livro de Westin de 1972: O que é coletado, para quais propósitos, com quem a informação é compartilhada, são questões de escolha de políticas, não de determinismo tecnológico. O homem não pode escapar de suas responsabilidades sociais ou morais murmurando debilmente que a máquina me obrigou a fazer isso.
Vejamos que a citação de 1972, há 50 anos atrás, já trazia em seu bojo os princípios insculpidos na GDPR e na LGPD, que chegaram quase 50 anos depois.
Temos que realmente compreender que o vilão da privacidade não é a tecnologia, nem mesmo de forma isolada a empresa A ou empresa B. É muito maior que isto.
O vilão e também quem vai mudar este cenário é a cultura.
Precisamos compreender que o problema da privacidade não é com o outro. É também conosco na maneira que divulgamos dados, entregamos dados, queremos as facilidades que os dados compilados e ajustados nos proporcionam, entretanto, reclamamos da soma de conhecimento que ele tem sobre nós.
O fato de existirem regras claras sobre proteção de dados na atualidade é essencial. Nos dá um norte, uma bandeira para entender melhor o que pode ou não sobre o tema.
Contudo, sozinho, sem pensar, sem criar uma cultura sólida sobre o tema, nada adianta. É similar a fazer uma adequação de implementação de LGPD sem treinar a equipe, sem estabelecer um comitê interno de privacidade, sem buscar compreender que a empresa é um ser vivo enquanto negócio, fluxos, tecnologia e pessoas.
Privacidade importa.
Pessoas importam.
Dados importam.
Tecnologia importa.
E o que a privacidade impacta nas pessoas, nos dados coletados e no uso que a tecnologia dá a tudo isto quando retorna as pessoas, importa.
Vamos buscar compreender o resultado, impacto, que a privacidade nos traz e criar uma cultura de respeitar a privacidade sem ofuscar a tecnologia ou os negócios oriundos e orientados a dados.
É possível, já que todos queremos privacidade e não é de hoje E sabemos também há mais de 50 anos que a privacidade tem objetivo, foco, origem e destino, pode ser respeitada e não destruída pela tecnologia.
Façamos o princípio que nos leva a estudar história: Compreender o passado para melhorar o presente e evitar os mesmos erros no futuro.
Vamos cuidar da privacidade sem perder a evolução necessária e inevitável da tecnologia.
#PraPensar
Sou Gustavo Rocha
Professor da Pós Graduação, coordenador de grupos de estudos e membro de diversas comissões na OAB no RS e SP.
Atuo com consultoria em gestão, tecnologia, marketing estratégicos e implementação de adequação à Lei Geral de Proteção de Dados LGPD.
Quer conhecer mais? www.gustavorocha.com
Prefere mandar email ou adicionar nas redes sociais? [email protected]
Algo mais direto como Whatsapp, Telegram ou Signal? (51) 98163.3333
#Gestão #Tecnologia #MarketingJuridico #Privacidade #LGPD