Capa da publicação Câmera na farda do policial
Capa: Antônio Cruz / Agência Brasil

O uso de câmera na farda para filmar a ação policial

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23/07/2022 às 15:22

Resumo:


  • A utilização de câmeras corporais por policiais pode melhorar a transparência e a responsabilização das ações policiais, além de servir como prova no judiciário.

  • A presença de câmeras pode influenciar o comportamento tanto dos policiais quanto dos cidadãos, potencialmente reduzindo o uso da força e o número de queixas contra a polícia.

  • O uso de gravações de câmeras corporais também pode ser uma ferramenta valiosa para o treinamento e aperfeiçoamento de táticas policiais e na formação de novos agentes.

Resumo criado por JUSTICIA, o assistente de inteligência artificial do Jus.

5. Conclusão

O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma análise de como os agentes de segurança pública estão recepcionando a novidade das câmeras corporais no Brasil, uma reflexão dos benefícios das experiências das filmagens como poderão a vir a ser utilizadas, além de permitir alternativas de como minimizar os impactos do comportamento na sociedade quanto as atuações das instituições na segurança pública do dia-a-dia.

De modo geral, as dificuldades e desafios que os agentes de segurança pública e operadores do direito no geral, bem como os legisladores são semelhantes a dos países que passaram por essa mudança e crescimento de provas, uma vez que mostra a preocupação em atuar e melhorar os meios de prova no judiciario, tendo como base, profissionais já experientes, enriquecendo ainda mais a segurança pública e fazendo da sociedade um lugar melhor de se viver.

Tratando-se de uma tecnologia ainda pouco explorada a nível nacional, mas com um enorme potencial para ser implementada nas Forças de Segurança e analisada em várias vertentes, serão feitas algumas recomendações para futuros trabalhos de investigação.

Dos resultados apurados é possível destacar três ideias-chave: i) sentimento de segurança; ii) melhoria da conduta do cidadão; e iii) redução de queixas. Estas três ideias têm em comum alguém externo aos polícias, ou seja, os cidadãos com quem estes se cruzam. Esta conclusão é muito importante, pois é perceptível que os polícias vêm nas câmeras individuais corporais um instrumento de defesa contra as queixas que são apresentadas de forma não fundamentada, pelos cidadãos.

De forma transversal às investigações científicas nem tudo se desenrola conforme o inicialmente planeado ou pensado no decorrer da mesma, quer seja em termos do instrumento de recolha de dados, da própria amostra ou até mesmo de acontecimentos globais que influenciam direta ou indiretamente o quotidiano da amostra em estudo. Assim sendo, são elencadas algumas limitações que de alguma forma afetaram a investigação.

Os agentes de segurança pública em sua maioria recepcionam de braços abertos, as Câmeras Individuais para a filmagem de ocorrências policiais. Diante, dos estudos percebe-se que as instituições de modo geral, o judiciario e o próprio profissional vai ter um ganho de grande valia nos próximos anos com essa nova tendência.

Por último, como a área das câmeras individuais corporais ainda pode ser amplamente estudada e aprofundada no contexto nacional, são referidas algumas recomendações para futuras investigações: • Desenvolvimento de um estudo experimental com as câmeras individuais corporais no terreno; • Apurar a opinião dos polícias numa fase posterior à implementação das câmeras individuais corporais na área de atuação e comparar com as recolhidas no presente estudo; • Efetuar um estudo sobre as despesas de aquisição e manutenção das CÂMERAS INDIVIDUAIS CORPORAIS; • Aprofundar a questão do direito à reserva da vida privada e a utilização das CÂMERAS INDIVIDUAIS CORPORAIS.

Neste sentido, essa novidade veio para ficar e ser cada vez mais atuante no fator de elucidar fatos importantes que em tempos atrás não seria possível fazer tais registros para comprovação dos fatos. Pode se dizer que além de dar a devida importância ao profissional que trabalha de fato dentro da lei, poderá dar o devido o valor aos bons e punir os maus profissionais.

Por último, como a área das BWC ainda pode ser amplamente estudada e aprofundada no contexto nacional, são referidas algumas recomendações para futuras investigações:

  • Desenvolvimento de um estudo experimental com as BWC no terreno;

  • Apurar a opinião dos polícias numa fase posterior à implementação das BWC nas Forças de Segurança e Policiais e comparar com as demais que já iniciaram as utilizações;

  • Efetuar um estudo sobre as despesas de aquisição e manutenção das BWC;

  • Aprofundar a questão do direito à reserva da vida privada e a utilização das BWC.


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Sobre o autor
Guilherme Urzedo Rodrigues

Pós Graduando em Direito Penal Militar e Processual Penal Militar pela Unyleia. Bacharel em Direito pela Unitri, Uberlândia/MG. Policial Militar do Estado de Minas Gerais.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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