Realmente as opiniões são muitas e variadas, alguns pensam como eu, outros não, todos merecem respeito. Meu ponto de vista se dá na medida que o conhecimento é a ferramenta de atuação do advogado, é o estudo e a experiência que dão embasamento às respostas pedidas e esses dois itens custam anos e dinheiro para se adquirir. Sendo assim, como entregar isso sem custo algum? como disse um colega, o conselheiro também come, aliás, também paga contas, estuda, viaja, enfim, vive e como sabemos, não se vive sem o vil metal. Não desconheço da realidade brasileira, afinal também é minha realidade, sei que muitos não têm acesso a nada, a educação anda em pastas secundárias, o subemprego é a regra, o desemprego ceifa o sonho de muitos de viver com dignidade, contudo, a nossa profissão, outrora sonhada como alternativa para se alçar grandes voos sociais e econômicos está se transformando num vazio de oportunidades. Já há muitas situações em que a nobre classe dos advogados é dispensada, apesar do artigo 133 da CF, também há vários projetos em andamento que nos colocam de lado, v.g. divórcio via internet, de maneira que se não nos protegermos, logo estaremos extintos, como os ferreiros, sapateiros, etc..
Não sei se é egoísmo ou instinto de sobrevivência, mas não posso admitir que alguém despreocupadamente venha e leve de graça o que tenho de melhor, como também não posso entender como os próprios colegas não dão valor ao que têm de melhor, o conhecimento. A meu ver, o manejo de uma ação judicial é apenas o mecanismo que movimenta o conhecimento adquirido com esforço. Há que se combater essa ideia equivocada de que apenas orientar não custa nada, ora a orientação é o néctar do negócio, porque depois, com o conhecimento em mãos, na cabeça, o cliente procura o profissional mais barato para manejar seu direito. Quem já não atendeu um cliente que já veio ditando regras, "conhecedor" de seus direitos? provavelmente fez uma consulta gratuita com um profissional habiltado e depois saiu fazendo leilão pra ver quem lhe cobraria menos. Por acaso a consulta que concedemos graciosamente não é a mesma que faz um médico? Alguém já tentou ser atendido por um médico sem pagar a consulta? porque valemos menos? Sei é que quando um sujeito está preso, por exemplo, tudo que ele quer ver na vida é um advogado, mais do que a própria mãe. Assim é que após dez anos de advocacia, pelos motivos expostos, consultas, só as responderei com a devida contraprestação pecuniária, aliás, contraprestação de verdade e não o "vale coxinha" da assistência judiciária, o qual nunca me submeti.
Saudações a todos!