Suzane von Richthofen
Suzane von Richthofen
Dener Serafim Mattar
Seu nome é belo. Mas nos trará para sempre a lembrança, talvez, do mais hediondo dos crimes, que é interromper, de modo cruel e ilegítimo, a vida daqueles que lhe trouxeram à luz. Se seu julgamento não ocorreu na data prevista de 05 de maio de 2006, no Fórum Criminal da Barra Funda, na capital paulista, foi por questões de ordem meramente processual. Mas, tão logo, voltará Suzane a assentar-se no banco dos réus e ter sua conduta atípica e antijurídica submetida à apreciação e julgamento pelo Tribunal do Júri daquela comarca, juntamente com os irmãos Cravinhos.
Não conheço os autos do processo. Mas, ao que tudo indica, e levando-se em conta o que nos chegou pela via da mídia, será ela condenada a muitos anos de reclusão.
Mas confesso desde já, caro leitor, que não me sentirei feliz, nem tampouco com a alma lavada por isso. Nem no caso dela, nem no de ninguém, quando a sentença penal condenatória lhe é anunciada. Sob meu ponto de vista, a reprimenda penal, ainda que necessária, justa e prevista em lei, jamais poderá servir de motivo para festejos, alívios ou comemorações. Deve sim, levar-nos à reflexão, no sentido profundo da palavra. Lembremo-nos que não só as pessoas de índole criminosa estão sujeitas ao cometimento de delitos. Creio, aliás, e com muita convicção, ser o caso da jovem Richthofen.
O que Suzane me passa, antes de tudo, é um excessivo sentimento de pena. Pena sim, na medida em que, não bastasse a dor que deve sentir por ter participado daquela atrocidade numa madrugada do ano de 2003, acabou se tornando, também, vítima dos maiores ataques, quando não histéricos, de ironia, desprezo, ódio e vingança. Não só por parte de pessoas do povo, que não economizam tempo para esperá-la e proferir-lhe insultos e impropérios. Mas também de determinadas autoridades da mídia e até mesmo, aí meu lamento é maior, por parte de um promotor de justiça, cujo sobrenome é Tardeli, e cujo encargo de acusá-la encontra-se em suas mãos. Para ele parece festa.
É lamentável, sob minha ótica, e com a devida vênia, a postura desse representante do Ministério Público. A mim me parece que está a venerar ter tido a oportunidade de oferecer a denúncia e atuar no plenário do júri em um caso de repercussão internacional. Mas até aí, vá lá, pois, sentir-se orgulhoso do ofício nunca foi pecado. Mas, ao que parece, isso não lhe sacia.
Seu gosto número um, o seu semblante revela, tem sido quando repórteres estão a lhe indagar sobre qualquer questão relativa a esse triste e lamentável episódio. Não sabe adotar a postura introspectiva que o caso requer. Não! É hora de arvorar-se, muitas das vezes de maneira irônica e sem nenhum pudor, em dono da verdade. É hora de ser implacável e insensível com a denunciada, imputando-lhe adjetivos os mais terríveis. Sente-se até no direito de afirmar, com veemência, a respeito de seus sentimentos mais íntimos e particulares, sobre os quais nenhum de nós está autorizado a fazê-lo. Deixa claro não ser possível que Suzane, por exemplo, sinta-se arrependida de seu ato, quando isso, sequer, interferirá na pena que lhe aguarda. Mas não é só: desrespeita a defesa que é assegurada a todos os réus pela Carta Maior, em manifesta afronta aos princípios que norteiam um estado democrático de direito.
E o estranho é a complacência da mídia quanto a essa postura horrorosa do ilustre promotor. Ao contrário, quando um advogado, em pleno e legítimo exercício de sua profissão, é vítima de uma cilada tecnológica, num momento cujo sigilo lhe é assegurado por lei, faltam pedir-lhe a cabeça. Ao ponto até mesmo de um determinado presidente de uma OAB estadual, ao invés de atacar o ato violador do direito, vir, também pela via da mídia, e por esta influenciado, atacar seu colega, demonstrando um despreparo imperdoável para o cargo que ocupa.
Se não bastasse tudo isso, na tarde de segunda-feira, 05 de maio de 2006, embora eu não tenha assistido à cena, parece que acertei quando vinha afirmando que para este representante do Ministério Público tudo parece mesmo motivo de alegria e comemoração. É que, não perdendo a oportunidade de conceder entrevista ao vivo a José Luiz Datena, num determinado telejornal sensacionalista, deixou mais uma vez a introspecção de lado. Esqueceu-se que o assunto a ser tratado dizia respeito a um caso triste e comovente de uma família desfeita de modo trágico e cruel. Mas lembrou-se, sim, que aquele jornalista truculento é natural de Ribeirão Preto. E não deu outra: disse, com muita demagogia e com olhos de festa, ao vivo e em rede nacional, que estava com muitas saudades daquela cidade do interior paulista só para tomar uns chopps no famoso Pingüim.
É triste, mas como todos sabem, em mãos desse homem está o encargo de acusar Suzane von Richthofen. Eis mais um motivo pelo qual sinto pena dessa mulher.
(Dener Serafim Mattar é advogado em Passos-MG [email protected])
Prezados.
Realmente a mídia tende a influenciar opiniões, mas querer argumentar esta influência no julgamento do júri é um tanto equivocado. Seria uma tese acadêmica interessante, mas, a priori, sendo o réu levado a plenário, o jurado sorteado já entra no julgamento condenando, sendo a absolvição decorrente das teses de defesa e acusação.
Assim, pintam a mídia como cruel a ponto de condenar, por antecipação, a ré. Ora, é notório sua conduta e suscitar que a mídia irá influenciar o júri é, verdadeiramente, incompreensível.
Por outro lado, pintam a ré de doente (que doença? Mental?), de coitada, acho até que estão fazendo discursos demagógicos, ou ainda, que estão fomentando o desvalor moral e o desvalor jurídico.
Apenas como referência, não teria sido iniciado esse estardalhaço pela própria defesa, quando expôs a ré na mídia para, também, influenciar o júri?
Carlos Abrão.
Oi, Para variar a opinião mais sensata. A semelhança do " bandido do parque" a Senhorita Suzane já recebeu milhares de cartas com propostas de casamento.Falar o quê? Pode ser que esse pessoal que estuda a mente humana consiga explicar.
tá difícil te encontrar. Embora ultimamente não tenha podido vir aqui e nem entrar no msn. De qualquer forma essas 2 últimas semanas tenho tentado te localizar. Sabia que as vezes te confundo com o Dr. Mattosinho? A visão de mundo me parece extremamente parecidas. Dê notícias.
Até mais.
Mestre Otto.
Creio, com a devida venia, que vc ao responder-me neste local, deve ter havido um pequeno engano, uma vez que não tratei nesse espaço, da inconstitucionalidade do exame.
Por outro lado, não sei, se vc recebeu o boletim que lhe transferi, onde era tratado desse assunto.
Bem sei, da existencia de muito colegas, que não possuem habilidades ou mesmo cultura suficiente, para patrocinar defesas de constituintes, porem, para estes, existe o Conselho de Etica com suas sansões, regularmente prevista no regulamento.
Sou como voce. Sou legalista ! A CF dá o direito a quem termina um curso superior, de exercer a profissão, i n d e p e n d e n t e m e n t e, de qualquer coação, uma vezx, que o hoje, o exame de ordem, não passa de um vestibular extra curricular, para enriquecer "determinadas pessoas", em seus famigerados cursinhos preparatório.
Sou contra o exame de ordem ! Acredito que existem mecanismos dentro do estatuto, que coibam os maus profissionais.
Felipe.
Suas palavras são de um verdadeiro paladino da Justiça. Eu, como voce, não acredito em justiça inflamada pela mídia.
Veja, não estou defendendo a moça, mas, como advogado, não posso e não quero me calar, com tamanha atrocidade.
O delito que ela cometeu, é tão vulgar como qualquer outro. Mas, esse foi diferente porque atingiu a famosa "classe" abastada. Tornou-se um prato cheio, para preencher a falta de noticias de uma midia insandicida, que procura sempre esconder seus erros, na famosa liberdade de impensa.
Essa mesma midia, fez ser instituida a famigerada lei dos crimes hediondo, porque, primeiro foi um grande empresário sequestrado, e, depois, uma famosa atriz filha de uma famosa escritora, pertencente ao maior veículo da impensa, cuja, elegeu um Presidente da Republica, e, depois, porque teve suas pretenções negadas em parte, o destituiuy.
Re:SUZANE von RICHITHOFEN,Voce ja imaginou um marginal com uma arma na mao,tentanto tirar sua vida?;Pra mim a justiça e esse marginal,tudo pra eles e festa ,que prazer de condenar ele tem,pior quem esta ganhando com presidios ,deve haver alguem ,segundo nossa lei de execuçao penal ,o preso so perde o direito a liberdade,mas ao contrario disso ,estao transformando os homens que se encontram encarseirados em verdadeiros animais.Qual o objetivo da aplicaçao da pena?,resosializar o meliante,mas ao inves disto ,estao tranformando sim ,mas em monstros.Que vergonha eu sinto em ver a felicidade de um juiz aplicar a pena e condenar com tanta satisfaçao ,achando ele que esta fazendo justiça.No caso de suzane,o prazer sera bem maior,ele estara olhando para o mundo ao condena-la,sabemos nos que ela jamais cometera outro crime igual a este,mas os irmaos cravinhos ,mata por quem pagar mais .Nao estou defendendo,nem acusando ningem,mas ,pra se fazer justiça realmente teriamos que tirar alguns previlegios que estao nas maos da propria justiça,por exemplo.porque a palavra de um policial vale mais do que a de uma pessoa comum?porque ele usa farda,mas nao se esqueçam que ele e uma pessoa comum ,igual a nos ,com ambiçoes e falta de carater como qualquer um.Hoje se voce estiver certa e o policial envocar com voce,da desacato a autoridade.Que pais estamos vivendo?estes promotores nao sabem o que e vida dura,o que e um cheque sem fundo,e nao tem noçao de respeito pela vida humana,quem sao eles para julgar suzane ,ou outro criminoso,se os maiores bandidos estao legalizados.Desculpem o meu desabafo,estou tentando tirar meu filho de um presidio de segurança maxima,nao consigo,simplismente por que ele brigou com um conhecido de um juiz,que lhe deu 4 anos de regime fechado por lesao corporal,mas voces precisavam ver com que satisfaçao ele deu essa sentnça olhando para minha cara e dizendo que foi um pouquinho acima do minimo legal,o pior e que ninguem faz nada ,nao consigo ajuda de nenhuma autoridade responsavel,e sabem poeque,pois o corporativismo impera ,ningem julga dentra da lei e sim pelo conhecimento,infelismente e uma ralidade que estou vivendo e os absurdos que presenciei de um magistrado
Olá Edna, linda sua cidade, sou natural daí, prudentino roxo, eta prudente terra do chão quente terra de boa gente. Me diga qual bairro fica seu comércio, só por curiosidade.
Bem chega de papo, vamos ao que interrsa, começo pelo final de seu desabafo, voce disse que seu filho foi condenado a 4 anos de cana proque teria espancado um conhecido do juiz! Primeiramente seu filho teve defesa de um advogado pago ou foi do Estado? É que deveriam ter alegado a suspeição desse juiz pois ele jamais podeiria ter julgado este delito porque é amigo íntimo da vítima correto!
Em segundo lugar seu filho não poderia estar num presídio de segurança máxima: a pena de 4 anos poderá ser substituídas pelas penas alternativas, como prestações de serviços à comunidade etc., o advogado de seu filho não postulou em alegações finais essa substituição prevista em lei ou seu filho não preenchia os requisitos? Seu filho é um delinquente contumaz? ou seja, tem várias condenações etc.? Que tipo de lesão corporal ele cometeu: leve, grave etc.? Consta laudo que comprovam o grau da lesão?
Agora sra. Edna o que ser feito pelo seu filho é: voce contrate um advogado para pedir a revisão criminal se a sentença já transitou em julgado. Ajuda de autoridade voce não terá, portanto contrate um advogado que este sim poderá lhe ajudar e lembre-se quanto maior for o seu bolso mais inteligente fica o advogado certo(creio que falo por mim mesmo he, he, he).
A sra. disse que presenciou abusos pelo magistrado, novamente contrate um advogado para apurar o fato e possibilidade de representar este magistrado perante o órgão competente certo.
Agora vou discorrer sobre o começo de seu desabafo. Sobre o caso SUZANE von RICHITHOFEN tenho minha opinião formada mas não vou expô-la, só uma palinha: a mídia exagera e manipula, o povo é idiota(maioria), suzane e cravinhos cometeram um crime repugnante, hediondo, o advogado de suzane é muito habilido e agiu corretamente em plenário, o Dr. Mauro Nacif tem mais de 700 júris no lombo, é um dos melhores neste País(lógico que agiu certo, se o povo está pasmado que mudem então as regras do jurí e fim de papo e chega de lero lero).
Finalizo sra. Edna, dizendo, como sempre, que este País só vai mudar quando tivermos mudanças, reformas de toda ordem, povo educado e politizado, país com crescimento econômico, politicos comprometidos com a coisa pública e não particular(ou seja quando exterminarmos os bandidos que se acham politicos porque este povo ignorante, depolitizado e burro os colocam lá no poder. Ou por acaso o poder não emana do povo que elegem seus representantes...? é assim que diz a constituição).
Moral da história: investimento pesado em educação.
PS. Sabe qual foi o último pedido de Sadam: QUERO SER JULGADO NO BRASIL.
Ufa cansei, um abraço e boa sorte.