É dever do MP zelar pelos direitos da criança. Se uma criança não tem o que comer, entre outras atitudes o MP vai pedir a destituição do pátrio poder (conforme o caso). Isto ocorre porque alguém quis ter filhos e não consegue sustê-los.
Porque utiliza-se o uniforme? Entre outras coisas para garantir a igualdade, uma vez que crianças são seres muito críticos e seguramente os mais bem vestidos terão tratamento diferente entre eles mesmos. São inúmeros os outros motivos mas ficamos apenas com este.
Segundo a notícia do MP de Roraima, em virtude de inúmeras reclamações (de pais e mães) pela retirada de seus filhos de sala de aula, o MP resolveu inverter o jogo. Importante saber o porque da inversão. É cediço que este órgão, assim como o judiciário está sobrecarregado e se fosse cumprir explicitamente como suas funções, deveria questionar os pais o porque de eles não terem uniformes.
Seguramente a resposta seria a pouca capacidade financeira. Diferentemente do exemplo inicial o MP decidiu não chamar os pais à responsabilidade de custear o uniforme. Em umas sociedade séria, dizer que não tem dinheiro para o uniforme, sobretudo quando o governo dá a escola, a saúde, o transporte (em muitos casos) a merenda, os livros, o material escolar seria um acinte.
Mas claro, sempre existirão os que veem estes irresponsáveis como coitadinhos. Como ratos de laboratório saem a procriar e o governo que pague tudo, inclusive o uniforme. Fico imaginando se na hora de fazer o filho chamariam algum vereador ou prefeito para ajudar.
Quando perdem a guarda choram em redes de teve falando no quanto amam os filhos. Amar sem custos é fácil demais. Deixar pro Estado as responsabilidades de suas atitudes é algo grotesco.
Daí, o MP para não ser obrigado a sobrecarregar ainda mais seu trabalho movendo inúmeras ações para exigir que estes pais cumpram seu papel de pais, decide que o culpado é o diretor da escola e ele é que deve dar explicações porque o filho da mariazinha não está assistindo aula. Que triste não? o Diretor malvado está impedindo uma criança de assistir aula e os pais "indignados" porque se preocupam com os filhos estão aqui buscando "seus direitos".
Na mesma escola da mariazinha, vários pais cumpriram seu papel e compraram o uniforme, mas a pobre mãe da moça merece um tratamento especial. Organizemos a baderna e ao invés de colocar a minoria na linha, tiremos a maioria do ritmo normal das coisas.
Jogamos para debaixo do tapete a irresponsabilidade de quem faz filho e não consegue custear, a saúde, a alimentação, o transporte, o lazer e nem mesmo o uniforme da criança.
Além da educação ser direito fundamental como bem disse o comentarista sven, a alimentação também o é, logo, seria um absurdo questionar pais que deixam os filhos nos faróis, afinal são apenas pobres almas que não conseguem dar de comer às crianças.
E os que não conseguem dar um mínimo de lazer? E os que não conseguem dar um lar? Nada de retirar-lhes a guarda, suia irresponsabilidade é apenas fruto da sua pobreza e nós pagamos impostos pra isto.
Com estas normativas o MP finge que cuida das crianças, os pais fingem que são responsáveis e os diretores claro, são seres do mal que não respeitam a constituição.
Mas o que fazemos então? deixamos os meninos sem aula? porque os pais não terão dinheiro para isto. Movamos ações para que cumpram com suas responsabilidades inclusive com a possibilidade de perda da guarda (como prevê o eca) que rapidinho as pessoas trabalham e compram, se não compram é porque a cara de coitadinho está bem treinada na frente do espelho para comover as pessoas boas.
Que tal um cartaz na entrada da cidade mais ou menos assim? "Faça filhos aqui, não trabalhe, não estude, não seja responsável, porque aqui o MP luta pelos pobres".