A Ética no Ato de Matar

Há 12 anos ·
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A Ética no Ato de Matar

Theresa Ann Campo Pearson, conhecida como “Bebê Theresa”, nasceu com anencefalia, ou seja, faltando partes do cérebro, como, por exemplo, o córtex cerebral, mas que ainda permite o bebê respirar e ter batimentos cardíacos.

O caso aconteceu nos Estados Unidos, onde é permitido o aborto, ou então os “bebês” nascem e morrem em alguns dias.

O caso do “Bebê Theresa” é diferente, pois os pais, sabendo que o bebê morreria e que nunca teria consciência, optaram por deixá-la nascer e doar os seus órgãos. Os médicos concordam, já que milhares de crianças necessitam de transplantes.

Entretanto, os órgãos do “Bebê Theresa” não foram utilizados, porque uma lei da Flórida proíbe a remoção de órgãos até a morte do doador. Mas quando o Bebê morreu, oito dias depois, já era tarde demais, pois seus órgãos tinham se deteriorado, sem possibilidade de serem retirados e transplantados.

A pergunta é: o “Bebê Theresa” deveria ter sido morta, para possibilidade o transplante de órgãos, como coração, rins, etc., salvando outras crianças? Os pais e os médicos estavam certos? Ou seria antiético matar uma pessoa para salvar outra, ou antiético por outros motivos?

13 Respostas
Elisete Almeida
Advertido
Há 12 anos ·
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99%;

Não entendi isso:

"Entretanto, os órgãos do “Bebê Theresa” não foram utilizados, porque uma lei da Flórida proíbe a remoção de órgãos até a morte do doador. Mas quando o Bebê morreu, oito dias depois, já era tarde demais, pois seus órgãos tinham se deteriorado, sem possibilidade de serem retirados e transplantados."

Houve morte dos órgãos, mas não da hipófise (acho que é quando esta para de funcionar, que se dá a morte)?

BJU

Elisete Almeida
Advertido
Há 12 anos ·
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Quanto a questão colocada por si, entendo que a vida é um direito e não uma obrigação sem fim.

Sou adepta da teoria que defende a dignidade na hora da morte. Ora, se uma pessoa não tem esperanças de vida, se está em estado vegetativo (como o caso Mandela), entre outros, não vejo mal algum. No caso, por exemplo, do Madiba, se lhe desligarem o ventilador, ele tem possibilidades de vida? Segundo os médicos, não. Então, no meu ver, não estão a fazer nada.

Creio que a própria ética dos médicos esteja centrada no preservar a vida, porém, quando haja vida a ser preservada.

Por outro lado, imagina uma situação de pessoas doentes renais, que dependam da diálise, porém, no único hospital da cidade que tenha este tratamento, só há duas máquinas. Suponha que um paciente entre de urgência, necessitando fazer uma sessão de diálise e as duas máquinas estejam ocupadas e só desocuparão passadas hora e meia, porém o paciente não pode esperar este tempo, o que deve ser feito?

BJU´s

SulaTeimosa
Suspenso
Há 12 anos ·
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Se para doar órgãos é preciso a morte cerebral, como seria possível retirar os órgãos de uma pessoa que está ainda respirando sem ajuda de aparelhos (o que não acontece com morte cerebral)??? Ela ainda estaria viva, oras!!!

Elisete Almeida
Advertido
Há 12 anos ·
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Pois é Sula, foi justamente isso que não entendi.

Se a minha memória não me atraiçoa e, desde já, sujeitando-me a dizer uma montoeira de asneiras, há dois tipos de morte: circulatória (o coração para) e cerebral. No entanto, o que vale é a morte cerebral.

Porém, quando o coração para, para também a circulação sanguínea, a qual irriga os órgãos, levando à multi-falência dos órgãos.

Não sei qual a possibilidade de isso acontecer, mas, após 8 dias de paragem circulatória, porém, sem morte da hipófise, estaremos diante de um corpo morto, mas com cérebro.

Epá, não sou médica, não faço a mínima ideia de como isto se procede. De qualquer forma, não compreendo bem como uma pessoa leva uma gravidez até ao fim, sabendo que o filho nascerá e de seguida morrerá, só para doar órgãos. Para mim, esta pessoa precisa de tratamento psiquiátrico urgentemente.

SulaTeimosa
Suspenso
Há 12 anos ·
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Pelo que sei, quando ocorre a morte cerebral (condição para que possam ser doado órgãos) a medicina coloca o enfermo em aparelhos de maneira a manter a circulação e, desse modo, conservar as funções dos demais órgãos,havendo prazo para o aproveitamento de determinados órgãos.

Ivan...
Há 12 anos ·
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A hipófise se situa no interior da caixa craniana e coordena o funcionamento das demais glândulas mas não é independente pois obedece a estímulos do hipotálamo que por sua vez obedece estímulos do cérebro, não o contrário.

Não sou médico, muito menos médico neurologista, porém já li uma coisa aqui, outra ali e, pelo que sei, não há possibilidade de se doar qualquer órgão depois de algum tempo de morte cerebral sem, ao menos, a ajuda de aparelhos para manter mecanicamente a respiração e a circulação sanguínea.

SulaTeimosa
Suspenso
Há 12 anos ·
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Pois é. Só um médico que comprou o diploma pensaria em tirar os órgãos de uma criança recém nascida por ela ser anencéfala.

Se leigos sabem disso, que jumento era esse (ops! sem querer ofender o pobre animal) que pretendia praticar esse infanticídio?!!!!

Galopando vai meu pensamento
Há 12 anos ·
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O conceito de morte cerebral não se aplica ao anencéfalo, ou melhor, não se aplica como alguns imaginam. Não há necessidade de esperar morrer o que já está morto.

Neurologicamente, ele é natimorto, nasceu morto, portanto. E antes disso: feto anencefálico é um feto morto, conforme o conceito de morte neurológica. Poderá até viver alguns dias - uma pequena vida biológica, mas não uma vida humana –, mas nunca terá consciência.

advogado novato
Advertido
Há 12 anos ·
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Eu também não entendi bem esta matéria. Como os outros órgãos se deterioraram e o que havia de cérebro não?

E como disseram aí, hoje em dia não é possível manter os demais órgãos saudáveis até a constatação do óbito? Matéria estranha.

Galopando vai meu pensamento
Há 12 anos ·
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Isso mostra como a comunicação é um ato complexo. A mim parece óbvio, mas, pelo jeito, não é.

Advogado Novato, caso tenha interesse, é só pesquisar “Bebê Theresa”, que você encontra o relato completo.

1 resposta foi removida.
SulaTeimosa
Suspenso
Há 12 anos ·
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Mesmo considerado natimorto, há diversos casos onde tais crianças sobreviveram por prazo prolongado,isto é, mesmo anecéfalo o organismo (os órgãos) funcionam. Portanto, não se pode considerá-lo um morto "morto" ao nascer. Há casos,sim, onde a criança sobrevive apenas algumas horas, mas, por isso mesmo (e pela incerteza de sobrevida mais longa) que não podem ser considerados doadores.

Portanto, errou (feeeeio!!) o médico que o diagnosticou como candidato a doador de órgãos ao nascer. Até um leigo sabe disso.

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Há 11 anos
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