Olá,

Em virtude de algumas duvidas de meus nobres colegas causídicos, em relação a ação que visa a correção do saldo da conta vinculada do FGTS, estou disponibilizando um esboço da inicial. [...]

III - DOS FATOS

A parte autora é titular de conta do FGTS.

Entre 1991 e 2012, tudo que foi corrigido pela TR ficou abaixo do índice de inflação. Somente nos anos de 1992, 1994, 1995, 1996, 1997 e 1998, a TR ficou acima dos índices de inflação. Isso causou uma perda na conta do FGTS do autor.

Veja as perdas/ganhos anuais em relação ao INPC-IBGE.

Ano Diferença Ano Diferença 1991 -8,41% 2002 -10,40% 1992 0,57% 2003 -5,20% 1993 -0,56% 2004 -4,07% 1994 2,12% 2005 -2,11% 1995 7,90% 2006 -0,75% 1996 0,43% 2007 -3,53% 1997 5,22% 2008 -4,55% 1998 5,18% 2009 -3,27% 1999 -2,49% 2010 -5,43% 2000 -3,02% 2011 -4,59% 2001 -6,54% 2012 -5,56%

Sendo assim, o autor tem tido prejuízo, o qual deve ser recomposto pelo Judiciário.

IV - DO DIREITO

IV – 1. O FGTS e a TR

Está em debate, a questão referente à adequação da forma de correção dos saldos das contas vinculadas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS.

Esses saldos são provenientes dos depósitos mensais, em valor correspondente a 8% do salário, feitos em nome dos trabalhadores e constituem a base da formação do patrimônio do Fundo. Tal debate considera, também, os resultados econômicos alcançados pelo Fundo, nos últimos anos, através da aplicação de seus recursos “pela Caixa Econômica Federal-CEF e pelos demais órgãos do Sistema Financeiro de Habitação –SFH, exclusivamente segundo critérios fixados pelo Conselho Curador do FGTS – CCFGTS”

A correção mensal dos depósitos do FGTS compreende a aplicação de duas taxas que correspondem a diferentes objetivos. Uma dessas ......

[...]

Respostas

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    Adv_marcelo Segunda, 25 de novembro de 2013, 1h39min

    Pessoal, percebo que muito se fala, mas até agora nada de concreto.

    Até agora ninguem sabe, ao certo, qual o fundamento jurídico correto para essas diferenças...e inúmeras jã são as decisões contrárias!!

    Será que vale a pena?

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    skuza Segunda, 25 de novembro de 2013, 1h50min

    O problema é que as instancias inferiores não estão dando a correção, entretanto o entendimento no stf quanto a matéria é bem polêmico.

    Logo, na minha opinião, o advogado já deve entrar com a ação esperando que ela só vá ser decidida lá no supremo.

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    JulianaCSMelo Segunda, 02 de dezembro de 2013, 14h40min

    EC 62/09 e art. 1ºF da Lei 9.494/97 continuam sendo aplicados até que STF decida sobre a modulação dos efeitos da inconstitucionalidade
    quinta-feira, 28 de novembro de 2013

    Olá amigos do Dizer o Direito,

    Em março deste ano, o STF julgou inconstitucional o § 12 do art. 100 da CF/88 e, por arrastamento, o art. 1ºF da Lei n.° 9.494/97. Depois disso, surgiram várias dúvidas na prática forense acerca da amplitude e as consequências dessa declaração de inconstitucionalidade. A principal delas foi a seguinte:

    A partir da decisão do STF, quais os parâmetros de correção monetária e juros moratórios que deverão ser agora adotados em caso de condenação da Fazenda Pública?

    Em 16 de novembro, publicamos um post explicando o entendimento o STJ sobre o tema (http://www.dizerodireito.com.br/2013/11/quais-sao-os-indices-de-correcao.html).

    Segundo decidiu a 1ª Seção do STJ, deveriam ser adotados agora os seguintes índices (REsp 1270439/PR, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 26/06/2013):

    1) Para a correção monetária: IPCA.

    2) Para os juros moratórios de débitos não tributários: POUPANÇA.

    3) Para os juros moratórios de débitos tributários: SELIC.

    Ocorre que o entendimento do STJ acima exposto não mais deve ser adotado, pelo menos por enquanto. Vamos explicar:

    Após o STF ter julgado as ações diretas de inconstitucionalidade, foram formulados vários pedidos para que fossem modulados os efeitos da decisão que julgou inconstitucionais a EC 62/2009 e o art. 1ºF da Lei n.° 9.494/97. O Min. Luiz Fux, relator, já votou para que haja a modulação dos efeitos, tendo havido, no entanto, um pedido de vista formulado pelo Min. Roberto Barroso.

    Enquanto se aguarda a decisão do Plenário do STF para se definir se deve haver ou não a modulação, o Min. Luiz Fux, monocraticamente, proferiu uma decisão determinando que os Tribunais continuem a pagar os precatórios na forma como já vinham realizando antes da decisão proferida pelo STF, ou seja, segundo a sistemática prevista na EC 62/2009 e no 1ºF da Lei n.° 9.494/97.

    Em um determinado processo (AgRg no AI 1.417.464-SC), o STJ aplicou o IPCA para correção monetária de um precatório. A Procuradoria Geral Federal ingressou, então, com reclamação no STF afirmando que a decisão monocrática do Min. Luiz Fux foi desrespeitada.

    O Min. Teori Zavascki, do STF, de forma monocrática, concordou com o requerimento da PGF e concedeu a liminar, determinando a suspensão do processo que tramita no STJ (AgRg no AI 1.417.464-SC).

    Para o Min. Zavascki, enquanto não forem decididos os pedidos de modulação dos efeitos, continua em vigor o sistema de pagamentos de precatórios “na forma como vinham sendo realizados”, não tendo eficácia, por enquanto, as decisões de mérito tomadas pelo STF nas ADI's 4.357 e 4.425.

    Em outras palavras, por enquanto, devem continuar sendo aplicados os índices de juros e correção monetária fixados pelo art. 1º-F da Lei 9.494/97.

    Observação:
    Agradecemos aos leitores Geraldo Carlos Ruis de Oliveira e Guilherme Magalhães Bezerra que enviaram a notícia da decisão do STF tão logo ela foi proferida.


    FONTE:http://www.dizerodireito.com.br/2013/11/ec-6209-e-art-1f-da-lei-949497.html

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    lana almeida Quinta, 05 de dezembro de 2013, 19h49min

    Pedro-Goiania já tem algum parecer sobre sua petição? quanto aos demais, vale ou não a pena ingressar com tão ação? tem o modelo completo desta ação?

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    advogado novato Terça, 10 de dezembro de 2013, 14h44min

    Eu vi decisão de uma cidade do estado do RS que foi improcedente. O advogado apelou e não adiantou, o TRF4 manteve a decisão improcedente.

    Nesta decisão a questão da constitucionalidade foi comentada, mas bem superficialmente.

    Processo n. 5043159-42.2013.404.7100 (TRF4)
    OBS: tem que colocar a Seção Judiciária (SJ) do Rio Grande do Sul, ou seja, SJRS.

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    Dário Do Carmo Quinta, 09 de janeiro de 2014, 23h14min

    Acompanhando o debate

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    Dr. Aulisson Suspenso Segunda, 13 de janeiro de 2014, 11h51min

    Olá! Repasso material para ação do fgts! Modelo de petição inicial: nova ação fgts! Email: [email protected]. Investimento: r$ 30,00 novidade: acaso necessites da peça de apelação/recurso inominado disponibilizamos individualmente por r$ 40,00 ! * acaso necessite da peça de recurso extraordinário, com enfoque em todos os dispositivos constitucionais violados, bem como preliminar de repercussão geral, disponibilizamos a mesma por r$ 200,00!

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    Dra. Rosana Alves Terça, 14 de janeiro de 2014, 22h32min

    Olha! Acredito que a tese até tem consistência, porém, todas as decisões estão sendo desfavoráveis. Caso algum colega tenha conhecimento de sentença favorável, favor me encaminhar.

    Equivoca-se o Paulo adv, com todo o respeito, ao dizer que o Fgts é descontado dos empregados sob a égide da CLT, pois na realidade a contribuição ao Fgts é feita pelos empregadores, sem qualquer desconto dos empregados, como uma forma de beneficio.
    Sua criação se deu em substituição a estabilidade, bem como em sua origem os empregados poderiam optar, o que não ocorre atualmente vez que esse beneficio não é facultativo, é compulsório.

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    fgtsmodelo.blogspot 321959/SP Quinta, 16 de janeiro de 2014, 9h37min

    “Impossibilidade jurídica da utilização do índice de remuneração da caderneta de poupança como critério de correção monetária. Violação ao direito fundamental de propriedade. Inadequação manifesta entre meios e fins. 11:04” (Transcrição informal, realizada e destacada por mim, de um trecho da EMENTA DO ACÓRDÃO DA ADI 4.357 na parte tocante à atualização monetária, lida pelo Ministro Luiz Fux no plenário da sessão de julgamento sobre a modulação dos efeitos)

    Nova tese da ilegalidade... estamos trabalhando sério sobre esse assunto que enquadra-se no precedente do JEF de Presidente Prudente/SP.

    Leia sobre o assunto e discuta no blog.

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    skuza Quinta, 16 de janeiro de 2014, 11h21min

    Muito interessante o blog, principalmente as transcrições do julgamento da ADIN 4357.

    Eu analisando esse tema acredito que alguma coisa está errada, pois o supremo na ADIN 493 decidiu que a taxa referencial não poderia ser utilizada para os contratos anteriores a publicação da lei 8177, e isso virou entendimento pacifico.

    Como exemplo eu cito a correção monetária do débito de ICMS, que o supremo tem decidido assim:

    Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. ICMS. Correção monetária. TR e TRD. Possibilidade. Violação da irretroatividade da lei. Não ocorrência.

    1. O debate acerca da possibilidade da utilização da TR e da TRD como indexadores para fins de correção monetária de débitos fiscais é relevante, à luz do princípio constitucional da irretroatividade da lei tributária.

    2. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI nº 493/DF, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Moreira Alves, DJ de 4/9/92, afirmou ser ilegítima a incidência imediata da Taxa Referencial (TR), instituída pela Lei nº 8.177/91, aos contratos em vigência, tendo em vista não se prestar tal fator para a correção monetária.

    3. O precedente, todavia, não se aplica à hipótese dos autos, uma vez que a matéria neles versada não cuida do alcance da lei nova a contratos passados, mas da definição do índice a ser adotado na atualização de débitos tributários de ICMS.

    4. Agravo regimental não provido. (STF - ARE: 660740 MG , Relator: Min. DIAS TOFFOLI, Data de Julgamento: 11/12/2012, Primeira Turma, Data de Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-027 DIVULG 07-02-2013 PUBLIC 08-02-2013)

    Por isso que a analise da ADIN 4357 é importantíssima.

    Agora na verdade toda essa questão do FGTS é apenas a ponta do iceberg, pois tudo que for decidido com relação a correção monetária do FGTS será necessariamente utilizada para a poupança. E ai o buraco é BEM mais embaixo.

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    Gomyde Quinta, 16 de janeiro de 2014, 15h10min

    Alguem está entrando com a ação sem planilha? Estou ajuizando as ações sem planilha. Em caso de uma sentença positiva, passo à liquidação, quando então apresento os cálculos.

    Alguem mais está fazendo o mesmo?

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    Jurist Suspenso Quinta, 16 de janeiro de 2014, 15h32min

    "Não vislumbro, pois, com a vênia devida, a possibilidade de se estender o entendimento em questão (manifestado no julgamento da ADI n.º 4.357/DF) relativamente à forma de correção monetária do FGTS (exclusão da TR e aplicação de outro índice), porquanto, como já explicitado, o fundo de garantia tem outra natureza jurídica, bem distinta dos créditos apurados em desfavor da Fazenda Pública e cobrados judicialmente (precatórios e RPVs)". (Pg. 1297. Judicial II - JEF. Tribunal Regional Federal da 3ª Região TRF-3 de 30/10/2013- Razão de decidir aplicada a vários prcessos).


    "O Poder Judiciário não pode usurpar a função executiva e obrigar um ente público a adotar uma taxa diversa daquela determinada pelo Poder Executivo, sob pena de violar o princípio da tripartição dos poderes. Da mesma forma que restou sumulado o entendimento de que é vedado ao Poder Judiciário exercer função legislativa em conformidade com o que determina a Súmula n.º 339 do STF, podemos dar interpretação analógica, estendendo seus efeitos também para a atuação executiva, ainda mais vista sob uma ótica macro.[...] Todavia, no presente caso, deve prevalecer, antes de tudo, o princípio constitucional da tripartição dos poderes, sendo absolutamente vedado ao Judiciário determinar a alteração do índice de correção do FGTS, gerando reflexos tão amplos e profundos. Tal decisão deve partir do Poder Executivo, que dispõe de uma visão macroeconômica, podendo lançar mão de estudos e planos econômicos feitos e analisados por equipe econômica compostas de especialistas que possam prever as conseqüências desta decisão eminentemente política". (JEF 2º Região – 03º Juizado Especial Federal de São Gonçalo – Processo nº 0131406-20.2013.4.02.5167, publicada em 09/10/2013).


    "Neste passo, o acolhimento da pretensão inicial implicaria a atuação do Poder Judiciário como legislador positivo, em flagrante ofensa ao Princípio da Separação dos Poderes, visto que só lhe é dado agir como legislador negativo, afastando do mundo jurídico norma ilegal ou inconstitucional. (JEF 3º Região - Processo nº 0000580-97.2013.4.03.6323, publicada em 04/10/2013)

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    dr. rdsang Quinta, 16 de janeiro de 2014, 17h19min

    Do mesmo prisma das ações contra o serasa por causa do scoring, chance de ganhar = 0%

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    skuza Quinta, 16 de janeiro de 2014, 18h59min

    Esse caso tem que entrar com a ação já preparando ela e prequestionando matérias para chegar até o supremo.

    Ai o supremo vai ter que dizer por que na ADIN 4357 estipularam que a taxa referencial não é índice de correção monetária, e por que no caso do FGTS a taxa referencial é índice de correção monetária.

    Até por que os valores depositados no FGTS vem perdendo valor ano a ano, visto que ultimamente os juros da conta vinculada tem ficado BEM abaixo da inflação. Ou seja o trabalhador alem não poder utilizar o dinheiro depositado na conta vinculada ainda é obrigado a ver o seu dinheiro perder valor.

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    Jurist Suspenso Quinta, 16 de janeiro de 2014, 19h07min

    O problema é: quem irá pagar o preparo, as custas processuais dos recursos?

    Muitos (talvez a maioria, ou todos) estão pegando pelo resultado, sem custas, pois enviados ao Juizado. Quando falar em pagar, o que o cliente dirá?

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    Marcio Mesquita 92118/RS Sexta, 17 de janeiro de 2014, 12h07min

    Concordo com o Skuza......eu particularmente acho que isso dar-se-á a solução no plano politico com foi feito aqui no Rio grande do Sul com a "finada" brasil telecom onde no inicio os usuários ganharam 20,30 até 40 mil e depois começaram a fazer alterações que os ultimos que receberam foram os que sofreram com quantias de em média R$ 700,00.

    O nexo existe sim entre FGTS e poupança, se a TR não é indice de correção não pode ser usada para a correção do FGTS e nem da poupança......

    Agora pensemos.......quem dará o canetaço para isso ??? O STF ?? Duvido, vai muito além do direito e da justiça.

    Eu optei por não fazer as ações acredito que não vão vingar ou farão um acordo IRRISÓRIO com a determinação que o dinheiro da correção não possa ser sacado e desta maneira continue sendo usado pelo administrador do FGTS.

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    advogado novato Sexta, 17 de janeiro de 2014, 13h35min

    Concordo com o Márcio e Skuza.

    Como o skuza disse, o buraco é bem mais em baixo.

    Mexendo no FGTS, vai mexer nos contratos do Sistema Financeiro de Habitação - SFH, que concede juros baixos para financiamento de imóvel pois é atrelado ao FGTS, e vai mexer ainda nas poupanças.

    Ou seja, não haverá decisões judiciais, haverá decisões políticas.

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    skuza Sexta, 17 de janeiro de 2014, 13h41min

    A unica coisa que eu acho que deveria ser feito é igualar o FGTS a poupança.

    Se os dois são contas bancárias e possuem o mesmo indice de correção monetária por que a poupança rende mais juros que o FGTS?

    A poupança rende de juros aproximadamente 0,5% ao mês, já o FGTS rende 0,25% (ou seja metade da poupança).

    Por que uma coisa é verdade, diferente da poupança o FGTS está DE FATO tendo parte do seu valor comido pela inflação.

    Agora como o advogado novato e o Marcio falaram, isso é decisão política.

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    fgtsmodelo.blogspot 321959/SP Sexta, 17 de janeiro de 2014, 14h16min

    SENTENÇA











    Relatório dispensado nos termos do art. 38 da Lei nº 9.099/95.

    Busca a parte autora, por meio da presente demanda, seja a ré condenada a substituir o índice de correção monetária aplicado às contas vinculadas do FGTS (Taxa Referencial - TR) pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC ou pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA, com o pagamento das diferenças decorrentes da alteração.

    Em síntese, alega que a TR, índice atualmente utilizado, não tem promovido a necessária atualização do saldo existente na conta fundiária, uma vez que se encontra em patamar inferior àqueles utilizados para indicação do percentual de inflação, como é o caso do IPCA ou do INPC.

    Aduz, em defesa de sua tese, que o Supremo Tribunal Federal já se manifestou no sentido de não reconhecer a TR como índice capaz de corrigir a variação inflacionária da moeda, não servindo, portanto, como índice de correção monetária.

    Citada, a CEF aduz preliminarmente sua ilegitimidade passiva e a necessidade da formação litisconsórcio passivo necessário com a União e o Banco Central do Brasil. No mérito defende a improcedência do pedido, principalmente com base na legalidade do uso da TR para a correção dos saldos depositados em contas do FGTS.

    Da ilegitimidade passiva da CEF e do litisconsórcio passivo necessário - União e BACEN.

    Sem maiores delongas, este magistrado adota a teoria da asserção, na qual as condições da ação são verificadas in status assertionis, ou seja, com base nas alegações de fato contidas na inicial.

    Em outras palavras, caso o juiz, da simples leitura da atrial, perceba que a parte falta uma condição de ação (ilegitimidade ativa ad causam) deve extinguir o processo sem julgamento de mérito, ao passo que, caso tal análise ocorra com a junção da exordial e os fatos/documentos ou análise jurídica, deve ocorrer extinção do processo, com julgamento de mérito, pela improcedência do pleito.

    Não é outro o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, nos autos do Agravo Regimental no Recurso Especial nº 1.095.276, 2ª Turma, Rel. Min. Humberto Martins, j. 25/05/2010 e p. 11/06/2010, in verbis:

    PROCESSUAL CIVIL ADMINISTRATIVO RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO AUSÊNCIA DE NEXO CAUSAL NA NARRAÇÃO CONTIDA NA PETIÇÃO VESTIBULAR CONDIÇÕES DA AÇÃO LIMITES RAZOÁVEIS E PROPORCIONAIS PARA A APLICAÇÃO DA TEORIA DA ASSERÇÃO ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM DO ENTE ESTATAL.
    1. A teoria da asserção estabelece direito potestativo para o autor do recurso de que sejam consideradas as suas alegações em abstrato para a verificação das condições da ação, entretanto essa potestade deve ser limitada pela proporcionalidade e pela razoabilidade, a fim de que seja evitado abuso do direito.
    2. O momento de verificação das condições da ação, nos termos daquela teoria, dar-se-á no primeiro contato que o julgador tem com a petição inicial, ou seja, no instante da prolação do juízo de admissibilidade inicial do procedimento. Logo, a verificação da legitimidade passiva ad causam independe de dilação probatória na instância de origem e de reexame fático-probatório na esfera extraordinária.
    3. Não se há falar em legitimidade passiva ad causam quando as alegações da peça vestibular ilustrarem de maneira cristalina que o réu não figura na relação jurídica de direito material nem em qualquer relação de causalidade. Agravo regimental provido - grifou-se.

    A matéria encontra-se pacificada em nossos tribunais, tendo sido sumulada pelo E. STJ, no seguinte teor:

    'Súmula nº 249: A Caixa Econômica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute correção monetária do FGTS.'

    Igualmente, no que concerne à legitimidade passiva, não há que se falar em litisconsórcio passivo necessário da União e do BACEN, consoante já pacificado pelo egrégio Tribunal Regional Federal da 4ª Região, com a edição da Súmula 56:

    'Somente a Caixa Econômica Federal tem legitimidade passiva nas ações que objetivam a correção monetária das contas vinculadas do FGTS'.

    Desta feita, a CEF é parte legítima, como único ente legitimado passivamente para a causa, motivo pelo qual afasto as alegações.

    Mérito propriamente dito

    A controvérsia posta nos autos diz respeito à possibilidade de aplicação da TR como forma de correção do saldo das contas vinculadas ao FGTS, especialmente a conta de titularidade da parte autora, uma vez que o índice não reflete a correção monetária do período, ocasionando perda no valor que se encontra depositado em seu favor.

    O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS, criado pela Lei nº 5.107/66 e atualmente regido pela Lei nº 8.036/90, é constituído por meio de depósitos mensais realizados pelos empregadores em conta vinculada aos trabalhadores e tem por fim garantir ao empregado estabilidade no emprego, além de auxílio monetário em caso de despedida sem justa causa.

    Segundo a Lei 8.036/90, no início de cada mês o empregador deve depositar, em conta aberta na Caixa Econômica Federal, em nome do empregado, valor correspondente a 8% (oito por cento) da remuneração deste, que pode movimentá-la sempre que verificada uma das hipóteses estabelecidas no art. 20 da referida Lei.

    O Fundo é gerido e administrado a partir das normas e diretrizes do Conselho Curador e os recursos fundiários, por expressa previsão legislativa, são utilizados para financiar investimentos sociais nas áreas de habitação, saneamento e infraestrutura urbana (artigo 9º, §§2º e 3º, da Lei 8.036/90).

    Quanto à forma de remuneração do fundo, esta está prevista no artigo 13 da Lei:

    Art. 13. Os depósitos efetuados nas contas vinculadas serão corrigidos monetariamente com base nos parâmetros fixados para atualização dos saldos dos depósitos de poupança e capitalização juros de (três) por cento ao ano.

    Os parâmetros de atualização dos saldos da poupança, por sua vez, encontram-se previstos no artigo 12 da Lei nº 8.177/91, que dispõe:

    Art. 12. Em cada período de rendimento, os depósitos de poupança serão remunerados:
    I - como remuneração básica, por taxa correspondente à acumulação das TRD, no período transcorrido entre o dia do último crédito de rendimento, inclusive, e o dia do crédito de rendimento, exclusive;

    Nesta mesma Lei, estão definidos os parâmetros para fixação da Taxa Referencial (TR) e da Taxa Referência Diária (TRD), nos seguintes termos:

    Art. 1° O Banco Central do Brasil divulgará Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remuneração mensal média líquida de impostos, dos depósitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos múltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econômicas, ou dos títulos públicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monetário Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.
    (...)
    § 3° Enquanto não aprovada a metodologia de cálculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixará a TR.

    Art. 2° O Banco Central do Brasil divulgará, para cada dia útil, a Taxa Referencial Diária (TRD), correspondendo seu valor diário à distribuição pro rata dia da TR fixada para o mês corrente.
    § 1° Enquanto não divulgada a TR relativa ao mês corrente, o valor da TRD será fixado pelo Banco Central do Brasil com base em estimativa daquela taxa.
    § 2° Divulgada a TR, a fixação da TRD nos dias úteis restantes do mês deve ser realizada de forma tal que a TRD acumulada entre o 1° dia útil do mês e o 1° dia útil do mês subseqüente seja igual à TR do mês corrente.

    Além de dispor que a TR seria o índice utilizado para correção da poupança, a Lei nº 8.177/91 também dispôs que tal taxa seria aplicada para fins de correção dos depósitos do FGTS, conforme previsto no seu art. 17:

    Artigo 17 - A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplicável à remuneração básica dos depósitos de poupança com data de aniversário no dia 1°, observada a periodicidade mensal para remuneração. Parágrafo único. As taxas de juros previstas na legislação em vigor do fgts são mantidas e consideradas como adicionais à remuneração prevista neste artigo.

    Conforme se depreendo da leitura do artigo acima, ficou determinado que aos saldos das contas do FGTS passaria a ser aplicado a taxa aplicável aos depósitos de poupança, ou seja, a TR, mantidas as taxas de juros previstas na legislação própria do FGTS, qual seja, a taxa de 3% de juros anuais, conforme já supra exposto.

    Não se pode discutir, portanto, que é legal a aplicação da TR como índice de correção dos saldos do FGTS. De fato, há lei vigente que prevê tal aplicação. No entanto, há que se analisar, de fato, se a legalidade é capaz de afastar o fato de que o índice previsto na norma não é capaz de 'corrigir monetariamente' o saldo dos depósitos de FGTS, como expressamente previsto na Lei 8.036/90, nos seus artigos 2º e 13:

    Art. 2º O FGTS é constituído pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualização monetária e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obrigações.
    (...) omissis.
    Art. 13. Os depósitos efetuados nas contas vinculadas serão corrigidos monetariamente com base nos parâmetros fixados para atualização dos saldos dos depósitos de poupança e capitalização juros de (três) por cento ao ano. - grifou-se.

    A Lei, portanto, dispõe que o fundo deverá ser corrigido monetariamente e a correção monetária não representa qualquer acréscimo, mas simples recomposição do valor da moeda corroído pelo processo inflacionário (STJ, REsp nº 1.191.868, 2ª Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 15/06/2010 e p. 22/06/2010).

    A Taxa Referencial (TR) como bem trazido pela parte autora, foi índice capaz de refletir a inflação ocorrida na economia brasileira por significativo período de tempo, durante o qual não havia quaisquer razões para se opor a sua aplicação. Não é, contudo, a realidade desde janeiro de 1999, a partir de quando o índice deixou de espelhar a desvalorização da moeda.

    Por reputar oportuno, comparem-se os índices mensais da TR, do IPCA-E e do INPC, a partir de 01/01/1999 até 31/12/2013, respectivamente:

    TR:
    1999
    0,5163
    0,8298
    1,1614
    0,6092
    0,5761
    0,3108
    0,2933
    0,2945
    0,2715
    0,2265
    0,1998
    0,2998
    5,7295
    2000
    0,2149
    0,2328
    0,2242
    0,1301
    0,2492
    0,2140
    0,1547
    0,2025
    0,1038
    0,1316
    0,1197
    0,0991
    2,0962
    2001
    0,1369
    0,0368
    0,1724
    0,1546
    0,1827
    0,1458
    0,2441
    0,3436
    0,1627
    0,2913
    0,1928
    0,1983
    2,2852
    2002
    0,2591
    0,1171
    0,1758
    0,2357
    0,2102
    0,1582
    0,2656
    0,2481
    0,1955
    0,2768
    0,2644
    0,3609
    2,8023
    2003
    0,4878
    0,4116
    0,3782
    0,4184
    0,4650
    0,4166
    0,5465
    0,4038
    0,3364
    0,3213
    0,1776
    0,1899
    4,6485
    2004
    0,1280
    0,0458
    0,1778
    0,0874
    0,1546
    0,1761
    0,1952
    0,2005
    0,1728
    0,1108
    0,1146
    0,2400
    1,8184
    2005
    0,1880
    0,0962
    0,2635
    0,2003
    0,2527
    0,2993
    0,2575
    0,3466
    0,2637
    0,2100
    0,1929
    0,2269
    2,8335
    2006
    0,2326
    0,0725
    0,2073
    0,0855
    0,1888
    0,1937
    0,1751
    0,2436
    0,1521
    0,1875
    0,1282
    0,1522
    2,0377
    2007
    0,2189
    0,0721
    0,1876
    0,1272
    0,1689
    0,0954
    0,1469
    0,1466
    0,0352
    0,1142
    0,0590
    0,0640
    1,4452
    2008
    0,1010
    0,0243
    0,0409
    0,0955
    0,0736
    0,1146
    0,1914
    0,1574
    0,1970
    0,2506
    0,1618
    0,2149
    1,6348
    2009
    0,1840
    0,0451
    0,1438
    0,0454
    0,0449
    0,0656
    0,1051
    0,0197
    0,0000
    0,0000
    0,0000
    0,0533
    0,7090
    2010
    0,0000
    0,0000
    0,0792
    0,0000
    0,0510
    0,0589
    0,1151
    0,0909
    0,0702
    0,0472
    0,0336
    0,1406
    0,6887
    2011
    0,0715
    0,0524
    0,1212
    0,0369
    0,1570
    0,1114
    0,1229
    0,2076
    0,1003
    0,0620
    0,0645
    0,0937
    1,2079
    2012
    0,0864
    0,0000
    0,1068
    0,0227
    0,0468
    0,0000
    0,0144
    0,0123
    0,0000
    0,0000
    0,0000
    0,0000
    0,2897
    2013
    0,0000
    0,0000
    0,0000
    0,0000
    0,0000
    0,0000
    0,0209
    0,0000
    0,0079
    0,0920
    0,0207
    0,0494
    0,1910

    IPCA-E:
    1999
    0,68
    0,64
    1,22
    2,56
    0,78
    0,51
    -0,02
    1,27
    0,79
    0,81
    0,47
    2,08
    0,80
    0,99
    0,91
    2,72
    8,92%
    2000
    0,65
    0,34
    0,09
    1,08
    0,47
    0,09
    0,08
    0,64
    0,78
    1,99
    0,45
    3,24
    0,18
    0,17
    0,60
    0,95
    6,03%
    2001
    0,63
    0,50
    0,36
    1,49
    0,50
    0,49
    0,38
    1,37
    0,94
    1,18
    0,38
    2,51
    0,37
    0,99
    0,55
    1,92
    7,51%
    2002
    0,62
    0,44
    0,40
    1,46
    0,78
    0,42
    0,33
    1,53
    0,77
    1,00
    0,62
    2,40
    0,90
    2,08
    3,05
    6,14
    11,98%
    2003
    1,98
    2,19
    1,14
    5,40
    1,14
    0,85
    0,22
    2,22
    -0,18
    0,27
    0,57
    0,66
    0,66
    0,17
    0,46
    1,29
    9,86%
    2004
    0,68
    0,90
    0,40
    1,99
    0,21
    0,54
    0,56
    1,32
    0,93
    0,79
    0,49
    2,22
    0,32
    0,63
    0,84
    1,80
    7,53%
    2005
    0,68
    0,74
    0,35
    1,78
    0,74
    0,83
    0,12
    1,69
    0,11
    0,28
    0,16
    0,55
    0,56
    0,78
    0,38
    1,73
    5,87%
    2006
    0,51
    0,52
    0,37
    1,40
    0,17
    0,27
    -0,15
    0,29
    -0,02
    0,19
    0,05
    0,22
    0,29
    0,37
    0,35
    1,01
    2,95%
    2007
    0,52
    0,46
    0,41
    1,39
    0,22
    0,26
    0,29
    0,77
    0,24
    0,42
    0,29
    0,95
    0,24
    0,23
    0,70
    1,17
    4,36%
    2008
    0,70
    0,64
    0,23
    1,57
    0,59
    0,56
    0,90
    2,06
    0,63
    0,35
    0,26
    1,24
    0,30
    0,49
    0,29
    1,08
    6,10%
    2009
    0,40
    0,63
    0,11
    1,14
    0,36
    0,59
    0,38
    1,33
    0,22
    0,23
    0,19
    0,64
    0,18
    0,44
    0,38
    1,00
    4,18%
    2010
    0,52
    0,94
    0,55
    2,02
    0,48
    0,63
    0,19
    1,30
    -0,09
    -0,05
    0,31
    0,17
    0,62
    0,86
    0,69
    2,18
    5,79%
    2011
    0,76
    0,97
    0,60
    2,34
    0,77
    0,70
    0,23
    1,70
    0,10
    0,27
    0,53
    0,90
    0,42
    0,46
    0,56
    1,44
    6,55%
    2012
    0,65
    0,53
    0,25
    1,43
    0,43
    0,51
    0,18
    1,12
    0,33
    0,39
    0,48
    1,20
    0,65
    0,54
    0,69
    1,89
    5,77%
    2013
    0,88
    0,68
    0,49
    2,06
    0,51
    0,46
    0,38
    1,35
    0,07
    0,16
    0,27
    0,50
    0,48
    0,57
    0,75
    1,81
    5,84%

    INPC:

    1999
    0,65
    1,29
    1,28
    0,47
    0,058
    0,07
    0,74
    0,55
    0,39
    0,96
    0,94
    0,74
    8,43%
    2000
    0,61
    0,05
    0,13
    0,09
    -0,05
    0,30
    1,39
    1,21
    0,43
    0,16
    0,29
    0,55
    5,27%
    2001
    0,77
    0,49
    0,48
    0,84
    0,57
    0,60
    1,11
    0,79
    0,44
    0,94
    1,29
    0,74
    9,44%
    2002
    1,07
    0,31
    0,62
    0,68
    0,09
    0,61
    1,15
    0,86
    0,83
    1,57
    3,39
    2,70
    14,74%
    2003
    2,47
    1,46
    1,37
    1,38
    0,99
    -0,06
    0,04
    0,18
    0,82
    0,39
    0,37
    0,54
    10,38%
    2004
    0,83
    0,39
    0,57
    0,41
    0,40
    0,50
    0,73
    0,50
    0,17
    0,17
    0,44
    0,86
    6,13%
    2005
    0,57
    0,44
    0,73
    0,91
    0,70
    -0,11
    0,03
    0,00
    0,15
    0,58
    0,54
    0,40
    5,05%
    2006
    0,38
    0,23
    0,27
    0,12
    0,13
    -0,07
    0,11
    -0,02
    0,16
    0,43
    0,42
    0,62
    2,81%
    2007
    0,49
    0,42
    0,44
    0,26
    0,26
    0,31
    0,32
    0,59
    0,25
    0,30
    0,43
    0,97
    5,15%
    2008
    0,69
    0,48
    0,51
    0,64
    0,96
    0,91
    0,58
    0,21
    0,15
    0,50
    0,38
    0,29
    6,48%
    2009
    0,64
    0,31
    020
    0,55
    0,60
    0,42
    0,23
    0,08
    0,16
    0,24
    0,37
    0,24
    4,11%
    2010
    0,88
    0,70
    0,71
    0,73
    0,43
    -0,11
    -0,07
    -0,07
    0,54
    0,92
    1,03
    0,60
    6,46%
    2011
    0,94
    0,54
    0,66
    0,72
    0,57
    0,22
    0,00
    0,42
    0,45
    0,32
    0,57
    0,51
    6,07%
    2012
    0,51
    0,39
    0,18
    0,64
    0,55
    0,26
    0,43
    0,45
    0,63
    0,71
    0,54
    0,74
    6,19%
    2013
    0,92
    0,52
    0,60
    0,59
    0,35
    0,28
    -0,13
    0,16
    0,27
    0,61
    0,54
    0,72
    5,56%

    Pois bem. Verificada a desigualdade/desproporção entre a TR e de outra banda, o IPCA-E e o INPC, passa-se a analisar a real função da correção monetária em cotejo com o princípio constitucional do direito à propriedade (art. 5º, XXII, da Carta Magna).

    No julgamento da ADI nº 493-0, o Pretório Excelso, no voto do i relator Moreira Alves, em razão da causa petendi, foi determinado que haveria impossibilidade de aplicação da TR aos contratos do Sistema Financeiro de Habitação somente para o período anterior à vigência da Lei 8.177/91. Embora em tal julgado o STF não tenha declarado que haveria impossibilidade de utilização de tal índice aos contratos firmados após essa data, nele ficou reconhecido, de maneira cristalina que aquele Tribunal não reconhecia a TR como índice hábil a promover a atualização monetária.

    Eis a ementa de tal julgado:

    Ação direta de inconstitucionalidade. - Se a lei alcançar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, será essa lei retroativa (retroatividade minima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado. - O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constituição Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distinção entre lei de direito público e lei de direito privado, ou entre lei de ordem pública e lei dispositiva. Precedente do S.T.F.
    Ocorrência no caso, de violação de direito adquirido. A taxa referencial (TR) não é índice de correção monetária, pois, refletindo as variações do custo primário da captação dos depósitos a prazo fixo, não constitui índice que reflita a variação do poder aquisitivo da moeda. Por isso, não há necessidade de se examinar a questão de saber se as normas que alteram índice de correção monetária se aplicam imediatamente, alcançando, pois, as prestações futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna. - Também ofendem o ato jurídico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o critério de reajuste das prestações nos contratos ja celebrados pelo sistema do Plano de Equivalencia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). Ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, 'caput' e paragrafos 1 e 4; 20; 21 e paragrafo único; 23 e paragrafos; e 24 e paragrafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991.(ADI 493, Relator(a): Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)

    No entanto, foi com o julgamento das ADI 4425 e 4357, onde o Supremo Tribunal Federal analisou a inconstitucionalidade da Emenda Constitucional nº 62/2009, que ficou inconteste o entendimento daquela Corte no sentido de que a TR não pode ser utilizada como índice de atualização monetária, eis que não é capaz de espelhar o processo inflacionário brasileiro.

    Seguem trechos do voto do Ministro Luiz Fux, redator para o acórdão:

    Quanto à disciplina da correção monetária dos créditos inscritos em precatórios, a EC nº 62/09 fixou como critério o 'índice oficial de remuneração da caderneta de poupança'. Ocorre que o referencial adotado não é idôneo a mensurar a variação do poder aquisitivo da moeda. Isso porque a remuneração da caderneta de poupança, regida pelo art. 12 da Lei nº 8.177/91, com atual redação dada pela Lei nº 12.703/2012, é fixada ex ante, a partir de critérios técnicos em nada relacionados com a inflação empiricamente considerada. Já se sabe, na data de hoje, quanto irá render a caderneta de poupança. E é natural que seja assim, afinal a poupança é uma alternativa de investimento de baixo risco, no qual o investidor consegue prever com segurança a margem de retorno do seu capital.

    A inflação, por outro lado, é fenômeno econômico insuscetível de captação apriorística. O máximo que se consegue é estimá-la para certo período, mas jamais fixá-la de antemão. Daí por que os índices criados especialmente para captar o fenômeno inflacionário são sempre definidos em momentos posteriores ao período analisado, como ocorre com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). A razão disso é clara: a inflação é sempre constatada em apuração ex post, de sorte que todo índice definido ex ante é incapaz de refletir a efetiva variação de preços que caracteriza a inflação. É o que ocorre na hipótese dos autos. A prevalecer o critério adotado pela EC nº 62/09, os créditos inscritos em precatórios seriam atualizados por índices pré-fixados e independentes da real flutuação de preços apurada no período de referência. Assim, o índice oficial de remuneração da caderneta de poupança não é critério adequado para refletir o fenômeno inflacionário.

    Destaco que nesse juízo não levo em conta qualquer consideração técnico-econômica que implique usurpação pelo Supremo Tribunal Federal de competência própria de órgãos especializados. Não se trata de definição judicial de índice de correção. Essa circunstância, já rechaçada pela jurisprudência da Casa, evidentemente transcenderia as capacidades institucionais do Poder Judiciário. Não obstante, a hipótese aqui é outra.

    Diz respeito à idoneidade lógica do índice fixado pelo constituinte reformador para capturar a inflação, e não do valor específico que deve assumir o índice para determinado período. Reitero: não se pode quantificar, em definitivo, um fenômeno essencialmente empírico antes mesmo da sua ocorrência. A inadequação do índice aqui é autoevidente.

    Corrobora essa conclusão reportagem esclarecedora veiculada em 21 de janeiro de 2013 pelo jornal especializado Valor Econômico. Na matéria intitulada 'Cuidado com a inflação', o periódico aponta que ' o rendimento da poupança perdeu para a inflação oficial, medida pelo IPCA, mês a mês desde setembro'de 2012. E ilustra: 'Quem investiu R$1mil na caderneta em 31 de junho [de 2012], fechou o ano com poder de compra equivalente a R$996,40. Ganham da inflação apenas os depósitos feitos na caderneta antes de 4 de maio, com retorno de 6%. Para os outros, vale a nova regra, definida no ano passado, de rendimento equivalente a 70% da meta para a Selic, ou seja, de 5,075%' . Em suma: há manifesta discrepância entre o índice oficial de remuneração da caderneta de poupança e o fenômeno inflacionário, de modo que o primeiro não se presta a capturar o segundo. O meio escolhido pelo legislador constituinte (remuneração da caderneta de poupança) é, portanto, inidôneo a promover o fim a que se destina (traduzir a inflação do período).

    (...)

    Assentada a premissa quanto à inadequação do aludido índice, mister enfrentar a natureza do direito à correção monetária. Na linha já exposta pelo i. Min. relator, 'a finalidade da correção monetária, enquanto instituto de Direito Constitucional, não é deixar mais rico o beneficiário, nem mais pobre o sujeito passivo de uma dada obrigação de pagamento. É deixá-los tal como qualitativamente se encontravam, no momento em que se formou a relação obrigacional'. Daí que a correção monetária de valores no tempo é circunstância que decorre diretamente do núcleo essencial do direito de propriedade (CF, art. 5º, XXII). Corrigem-se valores nominais para que permaneçam com o mesmo valor econômico ao longo do tempo, diante da inflação. A ideia é simplesmente preservar o direito original em sua genuína extensão. Nesse sentido, o direito à correção monetária é reflexo imediato da proteção da propriedade. Deixar de atualizar valores pecuniários ou atualizá-los segundo critérios evidentemente incapazes de capturar o fenômeno inflacionário representa aniquilar o direito propriedade em seu núcleo essencial.

    Tal constatação implica a pronúncia de inconstitucionalidade parcial da EC nº 62/09 de modo a afastar a expressão 'índice oficial de remuneração da caderneta de poupança' introduzida no §12 do art. 100 da Lei Maior como critério de correção monetária dos créditos inscritos em precatório, por violação ao direito fundamental de propriedade (art. 5º, XII, CF/88), inegável limite material ao poder de reforma da Constituição (art. 60, §4º, IV, CF/88).
    grifou-se.

    A ré traz aos autos argumentação no sentido de que o índice de correção dos saldos da conta do FGTS devem ser mantidos, pois suas verbas são utilizadas para concessão de mútuos concedidos na área educacional, habitacional, de infra-estrutura urbana, os quais são remunerados também pela TR. Argumenta que a eventual procedência da demanda prejudicará tais políticas públicas.

    É o que afirma em sua contestação (evento 19, CONT1, pg. 15 do PDF):

    Embora tal remuneração traga benefícios ao fundista, não é este o objetivo final da lei, mas sim a manutenção do paralelismo entre os investimentos feitos com verbas do FGTS e sua remuneração. Por isso mesmo as verbas do FGTS são utilizadas em diversos tipos de mútuo, remunerados pela mesma taxa, qual seja, a TR.

    O que aparentemente esquece a ré é que ainda que exista tal paralelismo quanto ao índice de correção monetária, conforme por ela afirmado em sua contestação, não há qualquer paralelismo em relação aos juros aplicados.

    Veja-se: com a TR ostentando seus índices praticamente zerados desde o ano de 2009, os saldos das contas do FGTS acabaram sendo remunerados tão somente pelos juros anuais de 3% previstos na Lei 8.036/90. Ou seja, os juros que deveriam, supostamente, remunerar o capital, não são sequer suficientes para repor o poder de compra perdido pela inflação acumulada.

    Há que se verificar quais dos programas instituídos pelo Governo Federal e operacionalizados pela CEF, quer seja de financiamento estudantil, habitacional ou de infraestrutura em que há cobrança de juros de 3% ao ano. Segundo informações do sítio eletrônico da ré (www.cef.gov.br), a taxa cobrada no programa 'Minha casa melhor' é de 5% ao ano, enquanto do programa 'Minha casa minha vida' vão de 5% a 8,66% ao ano. Não há, pois, qualquer paralelismo quanto trata-se de taxa de juros aplicadas.

    Ou seja, no sistema atual o governo busca implementar projetos subsidiados às custas da baixa remuneração e quase nula atualização monetária dos saldos das contas do Fundo de Garantia. Ou seja, inexiste, no sistema atual, qualquer remuneração aos saldos das contas do FGTS. Pelo contrário, pois os juros de 3% ao ano sequer são suficientes para repor a desvalorização da moeda no período.

    Não se desconhece que o FGTS possui relevante papel social na prática das políticas públicas no Brasil, mas não há que se olvidar que historicamente sua criação teve por objeto dar ao trabalhador estabilidade no trabalho e alguma segurança financeira em caso de demissão sem justa causa, em substituição à antiga estabilidade decenal. Os valores depositados à sua ordem no FGTS, ainda que realizados pelo empregador, pertencem ao empregado, que não obstante não possa fazer livre movimentação de sua conta, é seu titular e destinatário final.

    O saldo do FGTS pode ser sacado, de acordo com o art. 20, inciso V, da Lei 8.039/90, para ser utilizado como pagamento de parte das prestações decorrentes de financiamento habitacional concedido no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação.

    Vemos, portanto, a hipótese absurda de que o trabalhador, tendo o saldo da sua conta de FGTS corroído pela inflação, não dispor do suficiente para adquirir a casa própria, de forma a necessitar firmar contrato pelo SFH (o qual foi financiado às suas expensas), para pagar juros muito superiores àqueles com os quais foi remunerado. O dinheiro que lhe foi subtraído pela má remuneração de sua conta, então, deverá ser tomado emprestado daquele que o subtraiu, mediante pagamento de juros.

    Tem-se, em resumo, que a Lei nº 8.036/90, lei específica do FGTS, determina que ao saldo de suas contas deve ser obrigatoriamente aplicado índice de correção monetária. Não sendo a Taxa Referencial (TR), índice disposto pela Lei 8.177/91, hábil a atualizar monetariamente tais saldos, e estando tal índice em lei não específica do FGTS, entende-se que como inconstitucional a utilização da TR para tal fim, subsistindo a necessidade de aplicar-se índice de correção monetária que reflita a inflação do período, tal como prevê a Lei nº 8.036/90.

    Nos moldes do que fora trazido pela parte autora em sua petição inicial, os índices que atualmente têm refletido a variação inflacionária brasileira são o INPC e o IPCA-E. Assim, resta analisar qual índice deverá ser adotado para fins de correção dos saldos do FGTS.

    Tendo em conta que a Corte Constitucional ainda não decidiu sobre a modulação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade do uso da TR na correção dos precatórios e dívidas da Fazenda Pública, bem como em razão de ser vedado o non liquet (art. 126 do CPC), tem-se que o índice aplicável à atualização monetária, em substituição à Taxa Referencial, deve ser o IPCA-E ao invés do INPC, calhando transcrever as suas formas de cálculos e abrangências, consoante previsto no sítio eletrônico (http://www.portalbrasil.net/ipca_e.htm, http://www.portalbrasil.net/inpc.htm, acessos em 15/01/2014), a saber, respectivamente:

    O que compõe o IPCA-E:
    Por determinação legal (Medida Provisória número 812, de 30 de dezembro de 1994), o IPCA - Série Especial está sendo divulgado trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, baseado nos índices do IPCA-15. O Portal Brasil apresenta na tabela também avariação mensal - apenas para efeito de estatística e estimativa futura doíndice . A sua validade e aplicabilidade, entretanto, é trimestral. Este índice é aqui informado apenas para subsidiar expectativas de acúmulos trimestrais ou entre períodos.
    O IPCA/IBGE verifica as variações dos custos com os gastos das pessoas que ganham de um a quarenta salários mínimos nas regiões metropolitanas de Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e município de Goiânia. O Sistema Nacional de Preços ao Consumidor - SNIPC efetua a produção contínua e sistemática de índices de preços ao consumidor, tendo como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, concessionária de serviços públicos e domicílios (para levantamento de aluguel e condomínio).
    O IPCA/E utiliza, para sua composição de cálculo, os seguintes setores:alimentação e bebidas, habitação, artigos de residência, vestuário,transportes, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, educação e comunicação.


    O que compõe o INPC/IBGE:
    O INPC/IBGE foi criado inicialmente com o objetivo de orientar os reajustes de salários dos trabalhadores.
    O Sistema Nacional de Preços ao Consumidor - SNIPC efetua a produção contínua e sistemática de índices de preços ao consumidor tendo como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, concessionária de serviços públicos e domicílios (para levantamento de aluguel e condomínio). A população-objetivo do INPC abrange as famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 (hum) e 5 (cinco) salários-mínimos (aproximadamente 50% das famílias brasileiras), cujo chefe é assalariado em sua ocupação principal e residente nas áreas urbanas das regiões, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e demais residentes nas áreas urbanas das regiões metropolitanas abrangidas.
    Abrangência geográfica: Regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Brasília e município de Goiânia.
    Calculado pelo IBGE entre os dias 1º e 30 de cada mês, compõe-se do cruzamento de dois parâmetros: a pesquisa de preços nas onze regiões de maior produção econômica, cruzada com a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF).
    Janeiro/2012 - Alterações Significativas: A partir de janeiro/2012 o INPC passou a ser calculado com base nos valores de despesa obtidos na Pesquisa de Orçamentos Familiares - POF 2008-2009. A POF é realizada a cada cinco anos pelo IBGE em todo o território brasileiro o que permite atualizar os pesos (participação relativa do valor da despesa de um item consumido em relação à despesa total) dos produtos e serviços nos orçamentos das famílias. De julho de 2006 à dezembro de 2011 a base dos índices de preços ao consumidor era a POF de 2002-2003.
    Outra mudança importante: Até 31.12.2011 eram consideradas no cálculo as famílias com rendimento de 1 à 6 salários mínimos. A partir de 01.01.2012 isso diminuiu (de 1 à 5 salários mínimos) em função da elevação real da renda do brasileiro evitando, assim, desvirtuação da faixa salarial.

    Vê-se, pois que, enquanto o INPC abrange as famílias com rendimentos mensais entre 1 a 5 salários mínimos e é calculado pelo IBGE com base em pesquisa de preços nas 11 regiões de maior produção econômica cruzada com a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) - encontro de 2 parâmetros, o IPCA-E, por sua vez, alcança o patamar familiar de 1 a 40 salários mínimos é calculado também IBGE de forma direta, abrangendo os seguintes setores: alimentação e bebidas, habitação, artigos de residência, vestuário,transportes, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, educação e comunicação, sendo este último (IPCA-E) mais abrangente e refletindo a real inflação nos principais setores econômicos que influenciam os gastos familiares de forma real (sem interferência da POF a qual pode ficar congelada por 5 anos, diversamente do que ocorre na fórmula de cálculo do INPC que deve ser cruzada com aquela pesquisa).

    Não bastasse a eleição de tal índice pelos Tribunais Pátrios, a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2014 (Lei 12.919/2013), previu no seu artigo 27 que os precatórios no ano de 2014 serão corrigidos pelo IPCA-E do IBGE:

    Art. 27. A atualização monetária dos precatórios, determinada no §12 do art. 100 da Constituição Federal, inclusive em relação às causas trabalhistas, previdenciárias e de acidente do trabalho,observará, no exercício de 2014, a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - Especial - IPCA-E do IBGE. grifou-se.

    Corroborando, ainda, a eleição de tal índice, importa consignar que em sessão ordinária do Conselho da Justiça Federal - CNJ, ocorrida em 25/11/2011, foi aprovado o novo 'Manual de Cálculos da Justiça Federal' onde passa a incidir o IPCA-e como indexador de Correção Monetária para as sentenças condenatórias em geral, conforme se pode verificar no sítio do cjf na internet (www.cjf.jus.br).

    Assim sendo, entendo que deve ser aplicado, para fins de dar cumprimento à atualização monetária dos saldos das contas do FGTS prevista no art. 2º da Lei 8.036/90, o IPCA-E do IBGE, em substituição à TR, desde janeiro do ano de 1999, a partir de quando tal índice deixou de refletir a variação inflacionária da moeda. Além disso, tais valores deverão ser acrescidos de juros de mora de 1% a.m. (um por cento ao mês), a contar da citação, até o efetivo pagamento.

    Dispositivo

    Ante o exposto, JULGO PROCEDENTES os pedidos, condenando a CEF a pagar à parte autora os valores correspondentes à diferença de FGTS em razão da aplicação da correção monetária pelo IPCA-E desde janeiro de 1999 em diante até seu efetivo saque, cujo valor deverá ser apurado em sede de cumprimento de sentença. Caso não tenha havido saque, tal diferença deverá ser depositada diretamente na conta vinculada do autor.

    Sem custas e honorários advocatícios (artigos 54 e 55 da Lei nº 9.099/95 c/c artigo 1º da Lei 10.259/01).

    Sentença publicada e registrada eletronicamente. Intimem-se.

    Havendo recurso(s), intime(m)-se a(s) parte(s) contrária(s) para apresentação de contrarrazões, no prazo de dez dias. Recebo, desde já, eventual recurso no efeito devolutivo. Juntados os eventuais recursos e as respectivas contrarrazões apresentadas no prazo legal devem ser os autos remetidos à Turma Recursal.

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    A

    advogado novato Sexta, 17 de janeiro de 2014, 14h59min

    Qual o número do processo, nome da parte e comarca/estado desta ação?

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