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Tempo é vida.

A lei do tempo

Tempo é vida. A lei do tempo

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O tempo é uma lei universal inexorável. É um bem jurídico. Quem perde tempo perde a vida. "É a própria vida em todo o seu percurso."

A gente sempre arranja um tempinho para fazer o que gosta.

O tempo não admite descuidos e nem tolera demoras. Não se deve ocupar o tempo em olhar para os erros ou os defeitos dos demais, entretanto deve-se prosseguir eliminando os próprios.

Demonstra ser inimigo do tempo aquele que diz que não tem tempo.

O tempo é, por sua vez, uma lei universal, porque fixa sem distinção normas e regras inexoráveis.

O que é amigo do tempo o aproveita, fazendo que seja fértil ou produtivo.

A medida física do tempo dista muito de sua dimensão cósmica.

O que não sabe desfrutar do tempo experimenta a sensação desagradável de que ele corre e não espera.

Ele passa inexoravelmente, nunca para e segue, levando o passado, as esperanças, o presente e o futuro. Ele, enfim, não espera.

O certo é que o tempo, segundo Pecotche “é a própria vida em todo o seu percurso.”

O impaciente, em realidade, é um escravo do tempo, porque não aprendeu a saber esperar.

Como eu aproveito o meu tempo? Inicialmente tive que rever o meu conceito de tempo. Tempo é vida. É uma criação universal, como o oxigênio, a luz, o espaço. Ele é algo que existe dentro da Criação. O tempo está formado por substância mental.

O tempo é uma força e um poder. O tempo está presente em tudo. O enfermo precisa de tempo para se convalescer. O agricultor precisa de tempo para colher. O empreendedor necessita dele para ver progredir seu empreendimento. Precisamos de tempo para nascer. Há problemas que se resolvem com tempo. A fruta necessita de tempo para amadurecer. O tempo não é igual para todos. Estamos falando de um tempo que não se mede pelas horas físicas. É o tempo mental.

Quando se desconhece a finalidade da vida, se perde tempo. Para que serve a vida?

Sempre quando se está ativo, aproveita-se o tempo?

Observando se percebe uma outra dimensão de tempo, desvinculada totalmente dos ponteiros de um relógio.

Estou aprendendo que devo me adestrar para saber aproveitar melhor o meu tempo e dispor dele com grandes vantagens para minha vida.

Um dos primeiros benefícios que alcancei nesse esforço constante de aproveitar bem o meu tempo foi quando pratiquei o exercício de por ordem em minha vida. Lembro-me que iniciei por estabelecer um horário para cada atividade que desenvolvia durante o dia. Eu me empenhava em cumprir com o programado e me dispunha a não deixar que o espaço destinado a uma atividade fosse ocupado por outra, pelo fato de ter perdido o tempo que havia destinado para a atividade anterior.

Outro exercício que, também, faço é o de pensar depois de minhas tarefas habituais no que irei fazer no dia seguinte.

Até o meu tempo livre, percebi que poderia aproveitá-lo bem, me dedicando, nessa oportunidade a aprender o que não sabia.

Quando descobri que os insaciáveis devoradores do tempo são os inconvenientes e problemas cotidianos, tanto os do âmbito familiar, como os do trabalho ou da profissão ou os do próprio mundo interno, passei a me policiar no sentido de não permitir que esses inconvenientes e problemas cotidianos me levassem a desaproveitar o meu tempo. E uma das técnicas que aprendi foi a de pensar - orientado pela Ciência Logosófica - “em tudo quanto direta ou indiretamente conspire contra o auspicioso propósito de aperfeiçoamento integral”.

Assim, aprendendo a pensar e exercitando, com método essa função, passo a não malgastar e nem a perder meu tempo, pois quem perde tempo, perde vida.

Entendi que a melhor e maior ajuda que posso prestar a mim mesmo é a de aspirar ser mais do que sou, superar-me, afastar-me definitivamente, do aniquilamento, do inferior, da debilidade. Devo infundir valor a minha vida, rompendo de vez com a debilidade.

Vitor Vilela Guglinski, com especialização em Direito do Consumidor, assim se expressou em artigo intitulado: Dano moral pela perda do tempo útil: uma nova modalidade:

“Finalmente, cabe lembrar que os fornecedores atuam no mercado de consumo assumindo os riscos do empreendimento, tese inspiradora da teoria da responsabilidade civil objetiva do fornecedor. Sendo assim, se este decide explorar empresa, deve arcar com os danos eventualmente decorrentes de sua atuação, inclusive o dano extrapatrimonial causado ao consumidor por despojá-lo de seu tempo útil.”

“Para o empreendedor, tempo é dinheiro; para o consumidor, tempo é vida.”

Fonte: http://emporiododireito.com.br/dano-moral/

E nesse mesmo artigo o especialista transcreve trecho de autoria do Juiz de Direito do TJPE – Luiz Mário Moutinho:

O tempo é hoje um bem jurídico e só o seu titular pode dele dispor. Quem injustificadamente se apropria deste bem, causa lesão que, dependendo das circunstâncias pode causar dano que vai além do simples aborrecimento do cotidiano, ou seja, dano moral”.

E ensina González Pecotche que “há muitas formas de perder o tempo e muito poucas oportunidades de recuperá-lo; lamentável é que, com o tempo, também se vai a vida. “ (extraído do livro Colección de la Revista Logosofia – Tomo IV)



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