Gari é morto a tiros em BH após discussão no trânsito.

Justiça mantém prisão e detalhes da audiência chamam atenção

14/08/2025 às 14:24

Resumo:


  • Belo Horizonte foi palco de um crime brutal motivado por desentendimento no trânsito, resultando na morte de um gari.

  • O suspeito, Rene da Silva Nogueira Junior, foi preso após perseguição policial e teve sua prisão convertida em preventiva.

  • O caso chocou pela frieza do crime, envolvimento de uma delegada da Polícia Civil e detalhes que indicaram planejamento da ação.

Resumo criado por JUSTICIA, o assistente de inteligência artificial do Jus.

Belo Horizonte foi sacudida nesta semana por um crime brutal, cometido à luz do dia e motivado por um desentendimento banal no trânsito. Na manhã de terça-feira, 12, no bairro Vista Alegre, um gari foi morto a tiros enquanto trabalhava, após uma breve retenção provocada pelo caminhão de coleta de lixo.

O suspeito, Rene da Silva Nogueira Junior, teria se irritado com a parada do veículo e, segundo testemunhas, ameaçado os trabalhadores antes de efetuar o disparo fatal. O gari chegou a ser socorrido para o Hospital Santa Rita, em Contagem, mas não resistiu.

A prisão ocorreu poucas horas depois. Policiais militares fizeram uma perseguição ininterrupta que combinou trabalho de campo e análise de imagens de câmeras de segurança. Com as iniciais da placa e a descrição física do autor, localizaram o veículo trafegando na Avenida Raja Gabaglia. O condutor, que batia com o perfil do atirador, foi abordado no estacionamento de uma academia.


Audiência de custódia

Na audiência realizada nesta quarta-feira, 13, o juiz Leonardo Vieira Rocha Damasceno homologou a prisão em flagrante e a converteu em preventiva, citando “gravidade concreta do delito” e “risco real à ordem pública”. A decisão destacou que o crime foi cometido “por motivo fútil, com recurso que dificultou a defesa da vítima” e que o acusado já responde a processo por lesão corporal grave em São Paulo, demonstrando “reiteração delitiva e personalidade violenta”.

A defesa pediu segredo de justiça, mas o magistrado negou, afirmando que a publicidade é regra constitucional e que não havia hipótese legal para restrição. Também determinou que o preso receba atendimento médico e seja protegido de fotografias dentro da unidade prisional.


Detalhes que marcaram o caso

  • Mesmo após o homicídio, o suspeito foi encontrado indo à academia, comportamento que reforçou, para a Justiça, a frieza da ação.

  • Rene é casado com uma delegada da Polícia Civil. Foi ela quem autorizou as buscas no carro e na residência, onde a pistola calibre .380 foi apreendida.

  • Testemunhas contaram que o carregador caiu antes do disparo. O acusado o recolocou, preparou a arma e só então atirou — afastando a tese de ato impensado.

  • Minutos antes do tiro, teria dito à motorista do caminhão: “Se você esbarrar no meu carro, eu vou dar um tiro na sua cara, duvida?”.

  • Munições calibre .380 encontradas no local coincidiam com o armamento apreendido em sua casa.

O crime, cometido contra um trabalhador no exercício de uma função essencial, reacendeu discussões sobre intolerância no trânsito, banalização da violência e o peso da impunidade na escalada de casos de agressão armada no país.

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Sobre o autor
Gustavo Lopes Pires de Souza

Doutor Honoris Causa pela Emil Brunner World University; Mestre em Direito Desportivo pela Universidade de Lérida (Espanha); MBA em Consultoria e Gestão Empresarial; Especialista em Gestão em Marketing Digital; Ouvidor pela Escola Nacional da Administração Pública; Membro da Academia Nacional de Direito Desportivo; Colunista; Autor de livros e artigos publicados no Brasil e no exterior; Professor em instituições de ensino nacionais e internacionais; Palestrante de eventos e conferências no Brasil, América Latina e Europa. - @gustavolpsouza

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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