3.LUDWIG WITTGENSTEIN – BREVE BIOGRAFIA
3.1.Vida
Ludwig Joseph Johann Wittgenstein nasceu em Viena na Áustria, em 26 de abril de 1889 e faleceu na Inglaterra na cidade de Cambridge, no dia 29 de abril de 1951. Trata-se do caçula da família de Karl [14] e Leopoldine Wittgenstein que tiveram outros sete filhos antes dele. Seus avós paternos, Herman Cristian e Fanny Wittgenstein eram de origem judaica, mas ao se mudarem da Saxônia para Viena, se converteram ao protestantismo, ainda na metade do século XIX, o que lhes permitiram ser inseridos no meio protestante de Viena. Nessa cidade, o pai de Ludwig tornou-se um gigante industrial no ramo do ferro e aço, o que lhe permitiu criar os filhos na alta sociedade, oferecendo-lhes boa educação acadêmica. Assim, Ludwig teve uma infância e uma adolescência de classe alta, o que lhe permitiu, ainda na juventude, manter uma vida bastante intensa no meio artístico e intelectual de Viena. Vislumbra-se na biografia de Wittgenstein que seus pais, além de cultos, eram pessoas interessadas em artes, sendo que Karl chegou a ser considerado um grande mecenas de Viena. Esse gosto pelas artes e principalmente pela música influenciou os Wittgensteins de tal maneira que, Paul, irmão de Ludwig, chegou a ser conhecido internacionalmente como um músico de grande talento ao piano, mesmo depois de perder a mão direita na guerra. De outra sorte, Ludwig, apesar de não possuir grande talento musical, utilizou-se dessa arte para fazer metáforas em boa parte de sua obra. Outro ponto de bastante relevância na vida dos Wittgensteins é que eles possuíam forte tendência ao suicídio, tanto que três irmãos de Ludwig cometeram suicídio.
Até a primeira década do século XX, o interesse de Ludwig era a física, tendo sido fortemente influenciado por Boltzmann [15]. Esse interesse o levou a Berlim, onde iniciou seus estudos em Engenharia Mecânica, chegando, a partir de suas pesquisas sobre o comportamento das pipas, a desenvolver o design de um motor a jato. Esses estudos, realizados na Universidade de Manchester, mudaria de forma pragmática as pretensões acadêmicas de Ludwig, pois tomou gosto pelos fundamentos da matemática, o que o levou a entrar em contato com as obras e posteriormente, pessoalmente com Russell, Frege e Moore, de quem se tornaria amigo e contemporâneo na Filosofia e, por que não dizer, de uma nova Filosofia, posteriormente denominada de Filosofia Analítica.
Recomendado por Frege, em 1911 Ludwig tornou-se aluno de Russel, por quem nutria grande admiração científica, devido a seus trabalhos voltados para a Lógica. A influência de Russel foi marcante e tamanha nas idéias de Ludwig que em 1913, decidido a desenvolver-se filosoficamente, refugiou-se em Skfolden [16], na Noruega, onde dá início a uma promissora fase de desenvolvimento filosófico, começando por escrever Logik, sua primeira obra, tratando dos fundamentos da lógica. Com esta obra, Wittgenstein abria caminho para escrever sua primeira grande obra filosófica, o Tractatus Logico-Philosophicus.
O fim da Primeira Grande Guerra marca ou profundamente a vida de Wittgenstein sob dois aspectos, a saber: O primeiro deles é a quase conclusão de Tractatus depois de grande esforço de Ludwig, visto que foi soldado e participante ativo do movimento bélico, chegando inclusive a ser promovido a Tenente. Capturado quase no fim da Guerra pelos italianos, Ludwig aproveitou o tempo de clausura para concluir o Tractatus e remetê-los a seus amigos na Inglaterra, dentre eles, Russell, Keynes [17] e Pinsent [18], com quem havia se correspondido durante o tempo em que permanecera preso. Num primeiro momento o livro de Wittgenstein não foi aceito para publicação e, nesse momento é que a amizade com Russell fez a diferença. Depois de ser libertado, Wittgenstein passa a ter a preciosa ajuda de Russel, e reconhece em Tractatus uma obra de importância fundamental para a Filosofia, passando, assim, a ajudá-lo a conseguir que seja publicado, o que é viabilizado, inclusive, com a confecção por Russell, da introdução da obra, o que o faria, mais tarde, tornar-se desafeto de Wittgenstein, digamos assim, devido a vaidades e ciúmes, fenômenos comuns nos meios intelectuais e acadêmicos.
O segundo aspecto marcante na vida de Wittgenstein ao final da Primeira Grande Guerra foi a morte do seu amigo Pinsent. Tamanho foi o impacto, que fez florescer em Wittgenstein a tendência ao suicídio, tão presente na vida de seus familiares.
3.2.O Círculo de Viena e a Filosofia na época de Wittgenstein
Antes de falarmos sobre o Círculo de Viena, é imperioso que teçamos alguns comentários acerca da filosofia como um todo na época de Wittgenstein. No final do século XIX para o início do século XX, tem-se no mundo, a partir da Europa, uma propagação do positivismo com foco no logicismo científico. Tratava-se de uma espécie de filosofia idealista e especulativa que reinava nos centros acadêmicos europeus, com relevante importância nas universidades alemãs e inglesas.
Positivistas como Ernst Mach, Whitehead, Peano e Frege, bem como a lógica de Russel, foram os principais fomentadores e inspiradores dos membros do Círculo de Viena. O grupo foi originalmente formado por Philip Frank [19], Otto Neurath [20] e Hans Hahn [21]. Mais tarde incorporaram-se ao grupo, precipuamente na segunda década do século XX, Moritz Schilick e Rudolf Carnap [22]. Outros grandes nomes de segmentos distintos da filosofia, como a economia e o direito, também fizeram parte do círculo. O que deu mais credibilidade e, conseqüentemente mais notoriedade ao Círculo de Viena foi a publicação, em 1929, do manifesto intitulado A concepção científica do mundo: O Círculo de Viena, de iniciativa de Carnap, Hahn e Neurath.
Uma das principais contribuições do Círculo de Viena para a Filosofia foi a noção de verificabilidade que compreendia que o sentido de uma proposição está intrinsecamente relacionado à sua possibilidade de verificação. Para os filósofos do círculo uma sentença x só teria significado para quem pudesse determinar em que condições a sentença x seria verdadeira ou falsa, assim, determinar tais condições é o mesmo que apontar possibilidades empíricas de verificação.
O Círculo de Viena perdeu força e credibilidade com a morte de Hahn, Sehilick e Neurath, e a saída de Carnap e outros membros, o que pôs fim à época dourada da filosofia empírica e os exageros positivistas do início do século XX.
3.3.A Filosofia Analítica de Wittgenstein
A filosofia da linguagem é um ramo da filosofia contemporânea surgida do final do século XIX ao início do século XX, cujos principais representantes são Frege, Russell, Moore e Wittgenstein. Todos esses filósofos acreditavam na idéia de que a filosofia era puramente a análise e a arte de filosofar e, conseqüentemente, a arte de analisar o significado dos enunciados e, sendo assim, a análise da própria linguagem. O objetivo geral da filosofia analítica era contribuir para o entendimento de tais enunciados e para o esclarecimento das idéias e do pensamento humanos.
Como já mencionamos anteriormente e voltaremos a falar mais adiante, a contribuição de Russel nesta fase inicial da filosofia analítica foi de suma importância e se materializou com a publicação de sua teoria a respeito das descrições definidas, onde, por meio da análise de fases, provocou furor na comunidade de filósofos da época. Entretanto, não cometeremos a injustiça de atribuir apenas a ele o novo ramo da filosofia, nem tampouco a Wittgenstein que de longe foi o mais importante e profundo de todos que, ao lado de Moore e Frege , foram os responsáveis pela denominada "virada linguística". Com os trabalhos desses filósofos, o mundo tinha uma nova maneira de pensar e fazer filosofia, a denominada filosofia analítica que inicialmente recebeu o nome de filosofia continental. Outrossim, é de bom alvitre que se anote que a filosofia analítica, já à época de seu surgimento, comportava duas correntes, a saber: o empirismo lógico e a filosofia da linguagem, propriamente dita. À primeira corrente filiou-se Frege e depois Russel, num segundo momento. À segunda corrente filiou-se Moore e Wittgenstein. Este, aprofundou seus estudos, desenvolvendo e revolucionando a filosofia analítica a partir do significado da linguagem, o que lhe rendeu um lugar de destaque, como um dos mais importantes filósofos do século XX.
3.4.O Primeiro Wittgenstein
A comunidade filosófica internacional e a própria facticidade das obras de Wittgenstein, dividem-no em dois, indo o primeiro de 1921 a 1929 e o segundo de 1930 em diante. Do primeiro Wittgenstein destaca-se, as influências advindas do empirismo lógico e do neo-positivismo, cujos principais representantes foram Frege, Moore e Russell. Num segundo momento destacam-se as influências exercidas por Wittgenstein, após a publicação de Tractatus Logico-Philosophicus, junto a Russell e outros filósofos, além da marcante influência ao Círculo de Viena, do qual nunca foi membro.
Outro ponto de destaque no primeiro Wittgenstein é a concepção do filósofo de que seria capaz de resolver os problemas da filosofia, tanto que ao publicar Tractatus e diante das primeiras críticas favoráveis, Wittgenstein realmente acreditava que tinha resolvido os problemas da filosofia no mundo, tendo esta concepção durado todo o primeiro período, até meados de 1929. Acreditava Wittgenstein que grande parte dos problemas da filosofia tinha sua origem no uso incorreto da linguagem, conforme veremos mais adiante, quando trataremos de forma mais detalhada sobre o Tractatus Logico-Philosophicus.
3.5.O Segundo Wittgenstein
O período denominado de "Segundo Wittgenstein" tem início em 1930, quando o filósofo começou a desenvolver sua segundo grande obra, as Investigações Filosóficas. Destaca-se nesse período a influência da filosofia analítica, agora mais consubstancializada, e das escolas de Cambridge e de Oxford. A exemplo de Russell que ao longo de sua vida contrapôs-se às próprias idéias do início dos seus estudos, Wittgenstein, nas Investigações Filosóficas, se contrapôs ao Tractatus e à idéia de uma linguagem logicamente perfeita refutando, assim, a crença de ter resolvido de vez os problemas da filosofia. Nesse sentido, Wittgenstein entra no campo prático da linguagem, no seu uso diário, abrindo assim a possibilidade de pensar uma linguagem de estrutura ontológica, buscando uma maior proximidade com o mundo fático. Para o filósofo, não há possibilidade de determinação no campo prático do significado das palavras sem levar em consideração o contexto onde as palavras se inserem. Observa-se nas Investigações Filosóficas que Wittgenstein reconhece que se trata de um grande equívoco considerar no Tratactus a linguagem como um instrumento secundário de comunicação, onde a principal função é representar as coisas existentes no mundo, esta é, pois, a Teoria da Figuração da Linguagem. Assim, verifica-se que o cerne da segunda grande obra de Wittgenstein é o reconhecimento de que a principal característica da linguagem humana é o poder de transcender, exercendo uma função de maior relevância que simplesmente representar o mundo, conforme verificaremos mais adiante.
3.6.O Legado de Wittgenstein
Ao tomarmos contato com as duas principais obras de Wittgenstein, percebemos que não é possível falarmos de apenas um legado, mas de uma série de idéias que se tornaram célebres no mundo da filosofia no século XX. Destarte, com a devida atenção às principais idéias de Wittgenstein, destacaremos aqui os "jogos de linguagem", onde a linguagem deixa vista como algo morto, inoperante e sem atividade. Ao romper com este conceito do passado, o autor nos apresenta uma idéia nova de linguagem, onde ela é dinâmica, volátil no tempo e adequável a nichos diferentes. Um exemplo disso é a linguagem dos ripes da década de 70, que era "paz e amor". A tradicional idéia de que aprender um novo idioma é dar nomes a coisas não encontra amparo em Wittgenstein, onde a denominação de objetos é apenas um ato isolado, secundário em todo o processo de aprendizagem. Por fim, além dos jogos de linguagem, temos ainda a idéia de "formas de vida", onde para ilustrar sua idéia, o filósofo nos ensina que junto com determinada linguagem se aprende também uma nova forma de vida.
4.CARACTERES DO TRATADO LÓGICO-FILOSÓFICO
O Tratactus Logico-Philosophicus é uma obra, antes de tudo, pragmática. Primeiramente porque coloca diante de nós duas maneiras de ver e saber filosofia, rompendo, assim, com a filosofia até então aceita pelo mundo, a mesma de Sócrates, Platão, Aristóteles... Publicada em 1921, a obra de Ludwig Wittgenstein, composta por aforismos e corolários numerados de 1 a 7, rompe com o tradicionalismo dos filósofos desde Sócrates até aqueles do século XIX, como mencionamos em linhas passadas. O objetivo de Wittgenstein é percebido logo no início da obra, que é o de romper com a tradicional forma de se vê o mundo [23], não o aceitando mais como um mero agregado de coisas sem nexo e, assim, sem sentido, não sendo possível, pois, serem pensadas de forma independente uma das outras. O principal problema da forma antiga, segundo Wittgenstein, é que aquela visão retrógada não era capaz de explicar a relação existente entre as coisas. Para tanto, o autor aduz que "o que é o caso, o fato, é a existência de estados de coisas" (Tractatus, 2). Segundo o filósofo, "O estado de coisas é uma ligação de objetos" (Tractatus, 2.01).
Um dos principais pontos de interesse científico de Tractatus é a afirmação de Wittgenstein quanto à unidade das coisas. Para o filósofo, as coisas não possuem significado relevante, ou melhor, não possuem sentido se não estiverem relacionadas, unidas. Se não se pode pensar em algo fora do espaço tempo, também não podemos pensar numa coisa se esta não estiver ligada à outra para que justifique sua existência. Segundo Wittgenstein, litteris: Assim como não podemos de modo algum pensar em objetos espaciais fora do espaço, em objetos temporais fora do tempo, também não podemos pensar em nenhum objeto fora da possibilidade de sua ligação com outros. (Tractatus, 2.0121).
Como se percebe nesse aforismo, Wittgenstein aduz que o significado de uma coisa está ligado diretamente à existência dela junto à outras coisas, pois somente assim essa coisa aparecerá e poderá ser pensada. Nesse sentido, segundo Wittgenstein, cada coisa está como que num espaço de possíveis estados de coisas. Esse espaço, posso concebê-lo vazio, mas não a coisa sem o espaço. (Tractatus, 2.013).
Partindo dessas premissas lógicas, Wittgenstein relaciona os objetos no estado de coisas às palavras. Assim, as palavras, para terem sentido têm de estar junto à outras para formar as frases. Essas sim, possuem o condão de serem verdadeiras ou falsas e, sendo assim, podemos dizer que ela faz parte da estrutura do mundo e, nesse sentido, temos a linguagem como estrutura do mundo e oriunda da conexão entre os objetos e as palavras. A esse fenômeno, Wittgenstein chama de figuração do mundo. Segundo ele, a forma de afiguração é a possibilidade de que as coisas estejam uma para as outras tal como os elementos da figuração. (Tractatus, 2.151). Sendo assim, a figuração é um fato. (Tractatus, 2.141). e esta figuração consiste em estarem seus elementos uns para os outros de uma determinada maneira. (Tractatus, 2.14).
Ainda acerca da conexão, Wittgenstein alerta para o fato de que deve haver uma identidade lógica entre as palavras, ou seja, relação lógica entre a estrutura das coisas e a estrutura do pensamento, tem-se, assim a forma lógica que é uma espécie de conditio sine qua non da possibilidade da afiguração. Segundo ele, O que toda figuração, qualquer que seja sua forma, deve ter com comum com a realidade para poder de algum modo – correta ou falsamente – afigurá-la é a forma lógica, isto é, a forma da realidade. (Tractatus, 2.18). Assim, completa o autor, se a forma de afiguração é a forma lógica, a figuração chama-se figuração lógica. (Tractatus, 2.181).
A forma lógica é pois, a nosso ver, o grande "pulo do gato" da filosofia de Wittgenstein, pois com ela, ele tenta provar que o pensamento e o mundo tem a mesma forma lógica. Para o filósofo, para podermos representar a forma lógica, deveríamos poder-nos instalar, com a proposição, fora da lógica, quer dizer, fora do mundo. (Tractatus, 4.12).
Por fim, temos ainda na obra de Wittgenstein, a pretensão do filósofo de esclarecer o pensamento por meio de uma forma lógica, ou seja, por meio da figuração lógica. Segundo ele, a forma lógica não se explica, se mostra. E o que pode ser mostrado não pode ser dito. (Tractatus, 4.1212).
Nessa esteira, vimos um Wittgenstein "confuso" em algumas idéias, externando, como ele mesmo aduz, um contrasenso de suas posições. Ao defender que não se deve fazer especulação sobre a totalidade do mundo e da linguagem, vimos que ele se mostra contrário à metafísica, por exemplo, defendendo que a filosofia deveria se ocupar de esclarecer a linguagem e ajudar a construção de proposições claras e aceitáveis. Para ele, em Tractatus, 4.112), litteris:
O fim da filosofia é o esclarecimento lógico dos pensamentos. A filosofia não é uma teoria, mas uma atividade. Uma obra filosófica consiste essencialmente em elucidações. O resultado da filosofia não são "proposições filosóficas", mas é tornar proposições claras. Cumpre à filosofia tornar claros e delimitar precisamente os pensamentos, antes como que turvos e indistintos.
O contrasenso de Wittgenstein consiste, por exemplo, no fato de ao mesmo tempo em que combate a metafísica, a utiliza também, como no caso do aforismo 3.02 do Tractatus: O pensamento contém a possibilidade da situação que ele pensa. O que é pensável é também possível. Nota-se aqui a utilização de proposição metafísica para expor uma idéia, a exemplo de tantos outros aforismos ao longo da obra, como os de nº 1 e seguintes. Wittgenstein, em um natural instinto de defesa, aduz que, (Tractatus, 6.53) litteris:
O método correto da filosofia seria propriamente este: nada dizer, senão o que se pode dizer; portanto, proposições da ciência natural – portanto, algo que nada tem a ver com filosofia; e então, sempre que alguém pretendesse dizer algo de metafísico, mostrar-lhe que não conferiu significado a certos sinais em suas proposições. Esse método seria, para ele, insatisfatório – não teria a sensação de que lhe estivéssemos ensinando filosofia; mas esse seria o único rigorosamente correto.
Por fim, numa sacada inteligente, o genial filósofo encerra o Tractatus com os seguintes dizeres, (Tractatus, 6.54) litteris:
Minhas proposições elucidam dessa maneira: quem me entende acaba por reconhecê-las como contrasensos, após ter escalado através delas – por elas – para além delas. (Deve, por assim dizer, jogar fora a escada após ter subido por ela.) Deve sobrepujar essas proposições, e então verá o mundo corretamente. Sobre aquilo de que não se pode falar, deve-se calar.