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Bullying: rápido bate o coração de uma criança quando ela sente medo

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Os programas de prevenção e combate à violência escolar são o meio mais eficaz para garantir que todos sejam respeitados

Resumo – O presente artigo trata do comportamento agressivo denominado “Bullying”, fenômeno social que tem atingido instituições de ensino em todo o mundo. Especificamente trata-se do “Bullying” praticado entre alunos na instituição escolar; segundo estudos realizados nos últimos vinte anos, ele pode acarretar conseqüências negativas para todos os envolvidos. Famílias e instituições escolares têm papel fundamental na interrupção e no reconhecimento de tal fenômeno, na elaboração de medidas sócio-educativas e programas de prevenção. O “Bullying” é um assunto de grande relevância social, o que justifica a importância da pesquisa biblográfica realizada para a elaboração do artigo. O objetivo do artigo é alertar para existência do problema “Bullying”, suas várias facetas e conseqüências e, ainda, apontar algumas possíveis ações de intervenção.

Palavras-chave: Bullying. Educação. Violência.


INTRODUÇÃO

O tema do presente artigo é o “Bullying”. O tema foi delimitado ao “Bullying” praticado entre alunos de instituições escolares, tratando-se, aqui, do fenômeno social que tem atingido instituições de ensino em todo o mundo.

O “Bullying” pode ocorrer fora do âmbito escolar, em zonas onde a supervisão adulta é mínima ou inexistente; pode, ainda, ocorrer na internet, através da divulgação de fotografias montadas, e insultos em sites de relacionamentos. Ele pode ser praticado tanto por meninos, quanto por meninas, e qualquer um pode ser vítima de “Bullying”, já que é um tipo de agressão sem motivação aparente.

O “Bullying” tem atravessado os portões escolares e se tornado um importante problema de ordem social, já que sua ocorrência tem interferido na formação pessoal de muitas crianças e adolescentes, gerando graves conseqüências de ordem psicológica e pedagógica, grandes tragédias (suicídios, homicídios) e motivando de práticas anti-sociais (delinquência, violência, reincidência criminal, etc). O “Bullying”, portanto, é um assunto de grande relevância social, o que justifica a importância da pesquisa biblográfica realizada para a elaboração do artigo.

A maior parte dos autores que investigam o problema da violência escolar aceita uma definição ampla que inclui atos de delinqüência não necessariamente passíveis de punição, ou que, de qualquer forma, passam despercebidos pelo sistema jurídico. O objetivo geral do artigo é mostrar os principais aspectos do “Bullying” e a abordagem atual pelos doutrinadores.

Especificamente, pretende-se alertar a sociedade para o desafio de famílias e instituições reconhecerem quando o “Bullying” começa a gerar graves consequências de ordem psicológica e pedagógica.

Muitas são as discussões sobre a postura das instituições frente às ocorrências de “Bullying”. O desafio está em detectar e interromper, mas deve concentrar-se em prevenir. A instituição escolar, junto com pais, corpo docente e todos os funcionários da instituição, devem criar e executar campanhas de conscientização anti-bullying.


“BULLYING”, ASPECTOS GERAIS

O termo “Bullying” é utilizado na literatura anglo-saxã, na área da psicologia, em estudos sobre a violência, para designar comportamentos agressivos e anti-sociais. A palavra é de origem inglesa, sem tradução na língua portuguesa, assemelha-se às palavras “intimidar” ou “amedrontar”, e refere-se a uma situação na qual um indivíduo, que é chamado de “bully” ou um grupo de indivíduos denominados “bullies”, atormenta, hostiliza ou molesta outra(s) pessoa(s) de forma freqüente, sem apresentar motivações específicas ou justificáveis.

Muitas são as pesquisas que se dedicam a questão da principal origem do “Bullying”. Alguns especialistas defendem a idéia de que a principal causa do “Bullying” está no modelo atual de sociedade que vivemos, uma sociedade consumista, individualista e violenta.

O “Bullying”, ou “intimidação” pode acontecer em muitos contextos, o local de trabalho, a casa da família, as forças armadas, as prisões etc. Temas como a intimidação no local de trabalho vêm despertando crescente interesse por parte dos pesquisadores. Também nas escolas, é possível pensar em termos de intimidação de professor-a-professor, de professor-a-aluno, de aluno-a-professor, tanto quanto de alunoa-aluno. No entanto, as pesquisas, até os dias de hoje, vêm-se concentrando principalmente na intimidação de aluno-a-aluno, e é desse tipo de intimidação tratado nesse artigo.

O “Bullying” atualmente ganhou  foco nos meios de comunicação brasileiros. Embora seja um assunto antigo - no que diz respeito a xingamentos, provocações, apelidos e violência entre alunos nas instituições escolares - a importância que tem sido dada a esse assunto é nova.

A preocupação com a violência no ambiente escolar, segundo Sposito (2001), emergiu nos estudos acadêmicos brasileiros a partir da década de 1980, ou seja, parece que a preocupação com a barbárie e o compromisso com uma educação contra a violência são ainda muito recentes no Brasil (LOPES, 2005).

O “Bullying” é um fenômeno tão antigo quanto à própria instituição denominada escola, porém, certos fenômenos sociais agiram como propulsores para a intensificação do “Bullying”. Segundo Ana Beatriz Barbosa Silva:

Na Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945) foi um parêntese traumático na história da humanidade. Ela deu inicio ao embate ideológico e político que dominou os anos 50. A Guerra fria e a explosão econômica surgidas no período pós-guerra moldaram o capitalismo como conhecemos hoje. Nesse contexto, diferentes modelos culturais surgiram, entre eles alguns ligados à diferenciação e à contraposição de classes sociais. Isso influenciou a mentalidade, as escolhas sociais e as questões ligadas à educação no seio de muitas famílias. (SILVA, 2010, p.58).

A violência escolar é um repertório de uma série de novos problemas sociais que se transplantaram para dentro das escolas, Ela inclui a intimidação por colegas, o não-comparecimento às aulas e a indisciplina em sala de aula, que ocorre até mesmo em meio aos alunos das primeiras séries da escola primária, que perturbam as aulas sendo ruidosos e não permanecendo em seus lugares durante as aulas, problemas de comportamento que têm profundas ligações com questões psicológicas, não sendo incomum encontrar alunos afetados por problemas múltiplos. O “Bullying” é um fenômeno que faz parte desse universo de violência escolar.

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Ocorre agora uma transição na localização do problema, que passou da delinqüência praticada em comunidades locais à violência praticada dentro das escolas; da violência praticada dentro das escolas para a intimidação em meio ao grupo de alunos e de problemas de comportamento a problemas internos.

Outro fato que desencadeia a atenção social é a violência que agrava a situação, quanto ao crescimento do “Bullying”, pois como cita Ana Beatriz Barbosa Silva , em seu livro “Mentes Perigosas nas Escolas, ‘Bullying’”:

O aumento do comportamento agressivo entre adolescentes é um dos fenômenos que mais preocupam e angustiam os pais e todos que, de forma direta e indireta, lidam ou se ocupam com os jovens. A agressividade entre eles pode se manifesta das mais diversas formas, desde pequenos conflitos verbais entre indivíduos e/ou grupos até brigas físicas e violentas pelas razões mais fúteis possíveis (SILVA, 2010, p. 66).

A preocupação não é apenas pelas conseqüências do “Bullying”, mas também pelo fato dele estar, cada dia mais, tornando-se um problema de ordem social.

“Estudos acerca das implicações do bullying revelaram que indivíduos que apresentaram comportamentos de bullying na infância e adolescência tiveram maior probabilidade de serem condenados, mais tarde na vida, por crimes graves, e de apresentarem reincidência criminal. Além disso, podem engajar-se em comportamentos de abuso de substâncias, relações negativas com pares, delinquência e envolvimento com gangues, depressão, ideação suicida e violência doméstica” (HEINRICHS, 2003).

A violência social que se transplantou para dentro do ambiente escolar acaba por dar o seu retorno á sociedade. Assim, podemos afirmar que o “Bullying” atravessou os portões da escola tornando-se um problema de abrangência maior, devendo ser tratado como tal.

A polícia pode intervir apenas quando o ato de intimidação se enquadre no direito penal. Portanto, a questão da intimidação por colegas é geralmente vista como um problema de relações humanas enfrentado pelas crianças em sua vida cotidiana escolar, e que deve ser deixado a cargo dos próprios estudantes, que devem, eles mesmos, tomar iniciativas para restabelecer a ordem e evitar a intimidação; quando muito, e informalmente, um docente ou funcionário da escola intervém fazendo cessar o “Bullying”.

Entretanto, o fato é que testemunhamos uma série de casos de suicídio, de assassinatos e de agressões físicas graves ligadas à vingança, e de abandono da escola, traumas mentais e doenças psiquiátricas provocados pela intimidação, demonstrando que esta é capaz de causar um nível tão elevado de danos psicológicos que a questão não pode ser deixada nas mãos das próprias crianças e de leigos. A atenção dos profissionais que lidam com crianças e adolescentes voltaram-se agora para este fenômeno em razão das graves consequências psicológicas a curto e longo prazo tanto nas vítimas como nos agressores. As vítimas de intimidação muitas vezes sofrem de ansiedade e depressão, baixa auto-estima e queixas físicas e psicossomáticas. Tais conseqüências podem ser identificadas através de comportamentos físicos e clínicos como: enurese noturna, alterações do sono, cefaléia, dor epigástrica, desmaios, vômitos, dores em extremidades, paralisias, queixas visuais, síndrome do intestino irritável, anorexia, bulimia, isolamento, tentativas de suicídio, irritabilidade, agressividade, ansiedade, perda de memória, histeria, depressão, pânico, relatos de medo, resistência em ir à escola, demonstrações de tristeza, insegurança por estar na escola, mau rendimento escolar, atos deliberados de auto-agressão.

Conforme Lopes,

Alvos, autores e testemunhas enfrentam conseqüências físicas e emocionais de curto e longo prazo, as quais podem causar dificuldades acadêmicas, sociais, emocionais e legais. Evidentemente, as crianças e adolescentes não são acometidas de maneira uniforme, mas existe uma relação direta com a freqüência, duração e severidade dos atos de bullying. Pessoas que sofrem bullying quando crianças são mais propensas a sofrerem depressão e baixa auto-estima quando adultos. Da mesma forma, quanto mais jovem for a criança freqüentemente agressiva, maior será o risco de apresentar problemas associados a comportamentos anti-sociais em adultos e à perda de oportunidades, como a instabilidade no trabalho e relacionamentos afetivos pouco duradouros (LOPES, 2005).

A intimidação geralmente é vista como um subconjunto dos comportamentos agressivos, sendo caracterizada por sua natureza repetitiva e por desequilíbrio de poder. O fenômeno “Bullying” se caracteriza pela intencionalidade do ato, ocorrência por tempo prolongado e desequilíbrio de poder físico, psicológico ou social entre a vítima e agressor.  Quando o agressor pratica o “Bullying”, embora não apresente motivações justificáveis, o ato é intencional, pois o agressor busca uma satisfação pessoal, sua intenção é alimentar seu ego vendo a vítima sofrer. O problema tem ocorrência por tempo prolongado, esses comportamentos geralmente são vistos como repetitivos, ou seja, a mesma vítima é tomada como alvo inúmeras vezes. Quando as medidas cabíveis para a interrupção do “Bullying” não são tomadas no início, ele torna-se um fenômeno contínuo, sem limites.

O perfil de vítimas e agressores é bem diferenciado, geralmente os maiores prevalecem sobre os menores, os mais ricos sobre os mais pobres, os “bonitos” sobre os “feios”, os “populares” sobre os desajustados”, os desenvoltos sobre os tímidos, etc. Sempre há um desequilíbrio de poder físico, psicológico ou social entre vítima e agressor. Por uma ou mais razões, a vítima não consegue se defender com facilidade. Ele ou ela pode estar em minoria, pode ser de menor tamanho ou força física, ou apresentar menos flexibilidade psicológica que o autor ou os autores da intimidação.

As características citadas podem manifestar-se de várias maneiras, dependendo da predominância das atitudes do agressor, assim, podem existir separada ou concomitantemente, agressões físicas, verbais, sexuais, etc.

A agressão verbal aparece quando nos insultos, ofensas, colocação de apelidos pejorativos, etc. O agressor diz coisas cruéis e desagradáveis, caçoa, etc. A agressão física e material aparece quando nos beliscões, empurrões, chutes, roubo, furto ou destruição de pertences das vítimas, por exemplo.

A agressão sexual revela-se por abusos, assédios, insinuações e até mesmo violência sexual mais grave, como estupro. Ela pode se manifestar entre agressor masculino e vítima feminina, mas nada impede que seja entre pessoas do mesmo sexo, com ou sem o auxílio de outras pessoas.

A agressão virtual ou “cyberbullying” é realizado por meio de ferramentas tecnológicas como celulares, câmeras fotográficas e os recursos da internet.

A agressão psicológica e moral existem quando o agressor humilha, exclui, discrimina, chantageia, intimida, espalha boatos, difama, escreve coisas desagradáveis sobre a vítima nos pertences desta ou em muros (pichações), etc. A agressão moral está ínsita na agressão verbal ou física, pois cada ato agressivo, seja verbal ou físico, destina-se a provocar, também, um abalo psicológico na vítima. Embora haja muitos tipos de intimidação que impliquem danos físicos ou materiais, tais como violência que inclui bater, chutar, ameaçar ou extorquir, tomar dinheiro ou objetos, ou danificar os pertences, uma das características da intimidação é que, após terem sido expostas a esse tipo de maus-tratos, as vítimas vêm a sofrer ainda danos psicológicos subseqüentes, resultantes dessa intimidação.

A intimidação, por sua própria natureza, tende a ter características (como, por exemplo, o medo que a vítima tem de apresentar queixa) e resultados (tais como o desenvolvimento de baixa auto-estima e depressão na vítima) específicos. A condição relativamente indefesa da vítima, além disso, gera a obrigatoriedade da intervenção externa, caso se levem a sério os direitos democráticos da vítima.

O “Bullying” apresenta três elementos principais: a vítima, o agressor e o espectador. A vítima geralmente é tímida ou pouco sociável, é retraída e insegura, tem muita dificuldade em relacionamentos e não corresponde ao padrão do restante das pessoas de seu convívio; tal inadaptação pode ser relacionada à sua aparência física (peso, altura, raça) ou a um comportamento específico (por ser mais reservada, ter melhor desempenho escolar, pela sua religião ou opção sexual). Na maioria dos casos a vítima não consegue se impor sobre o agressor, não consegue se defender por ser ou se considerar mais fraca. O fato de a vítima ser ou se considerar mais fraca (física ou psicologicamente) colabora para que ela seja um alvo fácil para a prática do “Bullying”. Na interpretação há questões de causa e efeito, talvez a vitimização cause os efeitos negativos ou pode ser também que o fato de ser deprimido e de ter pouca auto-estima ajude a tornar um aluno mais suscetível à intimidação.

As vítimas podem sofrer caçoadas e xingamentos racistas, e já foi demonstrado que aquelas que não são de etnia branca sofrem mais xingamentos racistas (embora não necessariamente de outras formas de intimidação) que as crianças brancas da mesma idade e do mesmo gênero. Nas escolas secundárias, os jovens podem sofrer caçoadas devido a sua orientação sexual, podendo até mesmo ser agredidos ou ridicularizados por essa razão.

Ser portador de uma deficiência ou apresentar necessidades educacionais especiais é um outro fator de risco de vir a se tornar vítima. As crianças com necessidades especiais correm mais riscos de de virem a ser intimidadas, e também têm maiores probabilidades de vir a intimidar outras crianças.

O agressor geralmente não tem um padrão de educação estabelecido com regras e limites. Ele pode ter uma estrutura familiar problemática ou estar passando por um problema familiar momentâneo, por exemplo, a separação dos pais, crise financeira, ou doença na família. Os fatores comuns são o complexo de inferioridade e a desorganização ou desagregação dos padrões limitativos sociais, o agressor se sente livre para praticar as agressões e ainda, pode se cercar de pessoas espectadoras que apóiem direta ou indiretamente tais agressões.

O agressor expressa o que sente através da violência, menosprezando e agredindo a vítima como forma de canalizar seus sentimentos, por se sentir inferiorizado pratica o “Bullying” para tentar esconder dos outros esse aspecto, ou seja, ele tenta se sentir superior se sobrepondo a alguém que ele pensa ser “mais inferior” do que ele. É real a inversão, o agressor pode ser forte fisicamente, mas é fraco psicologicamente; a vítima pode ser fraca fisicamente e psicologicamente ou pode ser forte fisicamente (resistente) e fraca psicologicamente.

Os agressores geralmente apresentam: tendência a uma auto-imagem negativa, forte complexo de inferioridade e nenhum respeito próprio; sistema de valores autocentrado; baixo sentimento de culpa e pouca consciência a respeito das normas vigentes; tendência a cometer atos de delinqüência por razões impulsivas, têm dificuldade em controlar as próprias emoções e não compreendem o sofrimento alheio. Há agressores que podem apresentar transgressão de personalidade com perfil de crueldade, mas estes são minoria.

Sobre questões de gênero, meninos e meninas tendem tanto a empregar quanto a sofrer tipos diferentes de intimidação. A dos meninos é mais física, e a das meninas, mais indireta e relacional.

O agressor pode não ter antecedentes de delinqüência, constituindo-se num tipo novo de delinqüente, não se encaixando nas categorias já existentes. Ressata-se a necessidade de lidar com esses jovens, cujos conflitos internos e frustrações reprimidas acabam por conduzir a um estado de mente distorcido que repentinamente ganha expressão na forma de violência e crime, com motivações e propósitos que são de difícil compreensão para os demais.

Por fim, o espectador. Ele comumente não é reconhecido como efetivo personagem do “Bullying”.  Entretanto, o espectador pode tornar-se um personagem do “Bullying”, sendo ativo ou passivo. Quando contribui com o agressor principal, ajudando-o a praticar a agressão ou incitando-o a praticá-la através de risos e deboches, o espectador é ativo. Ele pode ser passivo quando apenas presencia o fato, não contribuindo com o agressor, se omitindo ou desprezando a ocorrência e importância de tais agressões.

Lopes é bem enfático:

A maioria dos alunos não se envolve diretamente em atos de bullying e geralmente se cala por medo de ser a próxima vítima, por não saberem como agir e por descrerem nas atitudes da escola. Esse clima de silêncio pode ser interpretado pelos autores como afirmação de seu poder, o que ajuda a acobertar a prevalência desses atos, transmitindo uma falsa tranqüilidade aos adultos. Grande parte das testemunhas sente simpatia pelos alvos, tende a não culpá-los pelo ocorrido, condena o comportamento dos autores e deseja que os professores intervenham mais efetivamente (...). Muitas testemunhas acabam acreditando que o uso de comportamentos agressivos contra os colegas é o melhor caminho para alcançarem a popularidade e o poder e, por isso, tornam-se autores de bullying. Outros podem apresentar prejuízo no aprendizado; receiam ser relacionados à figura do alvo, perdendo seu  status e tornando-se alvos também; ou aderem ao bullying por pressão dos colegas.Quando as testemunhas interferem e tentam cessar o bullying, essas ações são efetivas na maioria dos casos. Portanto, é importante incentivar o uso desse poder advindo do grupo, fazendo com que os autores se sintam sem o apoio social necessário (LOPES, 2005).

Segundo Lopes, “Fatores econômicos, sociais e culturais, aspectos inatos de temperamento e influências familiares, de amigos, da escola e da comunidade, constituem riscos para a manifestação do bullying e causam impacto na saúde e desenvolvimento de crianças e adolescentes” (LOPES, 2005). No próximo capítulo trata-se pormenorizadamente das influencias familiares e da escola.

Sobre as autoras
Célia Cristina Muraro

Graduada em Direito, especialista em Filosofia do Direito, Mestre em Educação e Ensino Jurídico. Advogada, Professora no ensino superior.

Regiane Gonçalves Ferrato da Silva

Professor da Faculdade Arnaldo Horácio Ferreira - FAAHF, Luis Eduardo Magalhães, BA

Amanda Pereira

Graduanda do curso direito da Faculdade Arnaldo Horácio Ferreira - FAAHF, Luis Eduardo Magalhães, BA

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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