O título da postagem faz remissão a obra do escritor Maurício Dias, onde o autor faz um apanhado histórico acerca de um ponto polêmico e sem solução nos sistemas democráticos, como é o nosso. Trata-se do uso e abuso do poder econômico no processo eleitoral algo que, claramente, vai de encontro aos ideais democráticos. Abaixo, transcrevo a ementa da obra, na integralidade:
"A mentira das urnas - crônica sobre dinheiro & fraudes nas eleições trata de um ponto polêmico e até hoje sem solução nos sistemas democráticos: o uso do dinheiro nas eleições. Neste livro, o jornalista Maurício Dias faz um apanhado histórico do processo eleitoral brasileiro desde os tempos da monarquia até a eleição presidencial de 2002, mostrando que na política brasileira a relação entre dinheiro e voto implica questões que vão muito além da simples farsa contábil e dos desdobramentos éticos.
Nas sociedades de massa não se faz eleição sem gastar dinheiro com as regras eleitorais hoje praticadas. O voto, no entanto, virou mercadoria e pode ser comprado.
A questão não é nova e sempre esteve presente na história eleitoral. Da mesma forma, os procedimentos legais - que deveriam proteger o processo, mas, na verdade, encobrem interesses políticos - tornam-se, com frequência, instrumentos de controle do voto.
Em resumo: estão abalados os pilares do sistema eleitoral.
Disposto a jogar a discussão na centrífuga política brasileira, Mauricio Dias aponta alguns dos principais vilões do sistema: a administração pública usada, descaradamente, como fonte coletora de recursos; a pressão sobre o eleitorado carente sem condições mínimas de liberdade de opção; a televisão, mal utilizada, encarece as campanhas e, com influência avassaladora, distorce a formação do consenso eleitoral; e o marqueteiro, que baniu o discurso ideológico do debate. Mais do que um livro de denúncia, A mentira das urnaspretende discutir caminhos para uma reavaliação do processo eleitoral no Brasil.
O financiamento público seria mesmo uma solução?
Depois de refletir sobre esses pontos o leitor certamente passará a ver as eleições com outros olhos."