Todos os semestres muitos e muitos formandos em direito. Vem exame da OAB e vai exame da OAB e mais advogados no mercado.
Para muitos, um caos. Outros, fogem da advocacia e tentam outras carreiras.
Já estamos próximos de chegarmos a 1 milhão de advogados no Brasil, posto que atualmente já passamos dos 800 mil profissionais.
Diante deste cenário, além de profissionalizar a advocacia, trazendo a gestão, tecnologia e marketing jurídico para o seu desenvolvimento pleno, um questionamento se faz necessário: Ser ou não ser advogado?
Muito além das aptidões de oratória, escrita e conhecimento técnico. Vamos aprofundar: Será que realmente a advocacia é o que me dá prazer de viver e fazer?
Isto é essencial para continuar na profissão.
Todas as profissões tem seus pontos fortes e fracos, dias ruins e dias bons, problemas e coisas boas. Lembrando que o resultado financeiro pode advir de qualquer profissão, diante da soma de perspectivas, expectativas e bagagem adquirida.
Um interessante artigo de Hunter S. Thompson nos remete a esta reflexão:
Vou ficar longe da palavra “existencialismo”, mas você deve tê-la em mente como uma espécie de chave. Você pode experimentar algo chamado “O Ser e o nada” de Jean-Paul Sartre e outra coisinha chamada “Existentialism: From Dostoyevsky to Sartre.” Essas são apenas sugestões. Se você se considerar genuinamente satisfeito com o que você é o que você está fazendo, então fique longe desses livros (Não vale procurar sarna pra se coçar). Mas, voltando à resposta, como eu disse, pôr nossa fé em objetivos tangíveis parece ser, na melhor das hipóteses, pouco sábio. Então, nós não devemos nos esforçar para sermos bombeiros, não devemos nos esforçar para sermos banqueiros, nem policiais, nem médicos. DEVEMOS NOS ESFORÇAR PARA SERMOS NÓS MESMOS.
Não me entenda mal. Não quero dizer que nós não podemos ser bombeiros, banqueiros ou médicos – mas que nós devemos adequar a meta ao indivíduo e não o indivíduo à meta. Em cada ser humano, hereditariedade e ambiente se combinam para produzir uma criatura com certas habilidades e desejos – incluindo um arraigada necessidade de agir de um jeito que sua vida seja SIGNIFICATIVA. Um homem precisa ser alguma coisa; ele precisa ter significado.
A meu ver, a fórmula seria algo como: um homem precisa escolher um caminho que deixe suas HABILIDADES funcionarem no máximo de sua eficiência em direção à satisfação dos seus DESEJOS. Fazendo isso, ele está preenchendo uma necessidade (dando a si uma identidade que funciona em um padrão em direção a sua meta), evitando frustrar seu potencial; (escolhendo um caminho que não ponha limites em seu autodesenvolvimento), e ele evita o terror de ver sua meta murchar ou perder seu encanto à medida que se aproxima dela. (Ao invés de moldar-se para realizar as demandas do que busca, ele moldou seu objetivo às suas habilidades e desejos.)
Leia na íntegra aqui: http://www.gluckproject.com.br/vale-a-pena-largar-o-que-tenho-para-buscar-algo-melhor-uma-reflexao-de-hunter-s-thompson-sobre-o-sentido-da-vida/
Destaco um trecho importante:
Nós devemos adequar a meta ao indivíduo e não o indivíduo à meta.
Obviamente falando de si mesmo e não de uma empresa. Feito esta ressalva, a ideia de adequar a meta ao indivíduo e não o contrário faz muito nexo.
Não podemos nos atirar no chão e esperar o melhor acontecer, por óbvio. Contudo, com tantos talentos que cada um de nós possuímos, ater-se a apenas um deles pode não ser a melhor alternativa.
Tenho amigos que sairam da advocacia para outras profissões diversas e estão muito felizes. Outros tantos são felizes na advocacia. E outros tanto estão infelizes na advocacia e ainda procuram o seu caminho na vida.
Ninguém nasce sabendo, ninguém sabe exatamente o que é o melhor. Contudo, perceber o que não dá certo muitas vezes é mais lógico e fácil.
Ser ou não ser advogado. Mais do que ganhar dinheiro, é uma escolha. Escolha ser feliz, mesmo que mudar de profissão seja necessário.
E se a escolha for a advocacia, saiba que gestão, tecnologia e marketing fazem parte da advocacia de sucesso. Se prepare nestes elementos e não seja mais um, seja o/a advogado(a) com “A” maiúsculo!
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