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Autonomia e liberdade: STF decide que separação de bens em casamentos de pessoas acima de 70 anos não é obrigatória

12/02/2024 às 10:00

Resumo:

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  • O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que pessoas com mais de 70 anos podem escolher o regime de bens em casamentos e uniões estáveis, derrubando a obrigatoriedade da separação de bens.

  • A decisão destaca a autonomia e a liberdade dos idosos, considerando a imposição anterior como uma forma de discriminação proibida pela Constituição.

  • Para alterar o regime de bens, é necessário uma escritura pública em cartório, e a mudança só produzirá efeitos patrimoniais futuros, sem afetar direitos já constituídos.


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Resumo criado por JUSTICIA, o assistente de inteligência artificial do Jus.

O STF definiu que o regime obrigatório de separação de bens pode ser alterado pela vontade das partes, respeitando a autonomia e a autodeterminação das pessoas idosas.

Uma decisão histórica do Supremo Tribunal Federal (STF) trouxe uma importante mudança para os casamentos e uniões estáveis envolvendo pessoas com mais de 70 anos. Por unanimidade, o Plenário do STF definiu que o regime obrigatório de separação de bens, previsto no Código Civil, pode ser alterado pela vontade das partes, respeitando a autonomia e a autodeterminação das pessoas idosas.

Essa decisão representa um avanço significativo, permitindo que os idosos tenham a liberdade de escolher o regime de bens mais adequado para suas relações. O relator do caso destacou que a obrigatoriedade da separação de bens, baseada apenas na idade, é uma forma de discriminação expressamente proibida pela Constituição Federal.

Para realizar a alteração do regime de bens, é necessário manifestar esse desejo por meio de escritura pública, firmada em cartório. Casais acima de 70 anos que já estejam casados ou em união estável também podem alterar o regime de bens, mediante autorização judicial ou manifestação em escritura pública, produzindo efeitos patrimoniais apenas para o futuro.

A proposta de modulação feita pelo STF visa garantir a segurança jurídica, assegurando que a mudança no regime de bens só tenha efeitos prospectivos, sem afetar situações jurídicas já definitivamente constituídas. Dessa forma, casais que desejam alterar seu regime de bens podem fazê-lo, mas apenas para casos futuros, sem impactar processos de herança ou divisão de bens em andamento.

Essa decisão do STF reforça a importância da autonomia e da liberdade na escolha do regime de bens, garantindo que as pessoas idosas tenham o direito de decidir sobre suas relações patrimoniais de acordo com suas vontades e necessidades. 


NA PRÁTICA

O que isso significa?

  • Casais com mais de 70 anos podem escolher livremente o regime de bens que desejam para seu relacionamento, incluindo comunhão parcial de bens, comunhão universal de bens ou participação final nos aquestos.

  • A separação de bens, antes obrigatória, agora é apenas uma opção.

Por que essa mudança é importante?

  • Reconhece a autonomia e a capacidade dos indivíduos de tomar decisões sobre seus próprios bens.

  • Permite que os casais personalizem seus regimes de bens de acordo com suas necessidades e objetivos específicos.

  • Promove a igualdade entre as pessoas, independentemente da idade.

Como a decisão do STF impacta os casamentos e uniões estáveis de pessoas acima de 70 anos?

A decisão do STF permite que pessoas com mais de 70 anos possam escolher um regime de bens diferente do obrigatório previsto no Código Civil, trazendo mais autonomia e liberdade para essas uniões.

 Quais são os procedimentos necessários para alterar o regime de bens nesses casos?

Para afastar a obrigatoriedade da separação de bens, é necessário manifestar esse desejo por meio de escritura pública, firmada em cartório. Pessoas acima dessa idade que já estejam casadas ou em união estável podem alterar o regime de bens, mas para isso é necessário autorização judicial (no caso do casamento) ou manifestação em escritura pública (no caso da união estável). 

Por que a obrigatoriedade da separação de bens foi considerada desrespeitosa pelo STF?

A obrigatoriedade da separação de bens foi considerada desrespeitosa pelo STF, pois impede que pessoas capazes para praticar atos da vida civil, em pleno gozo de suas faculdades mentais, definam qual o regime de casamento ou união estável mais adequado. Além disso, a discriminação por idade é expressamente proibida pela Constituição Federal. A proposta de modulação foi feita em respeito ao princípio da segurança jurídica, para que a mudança passe a valer somente nos casos futuros, sem afetar processos de herança ou divisão de bens que já estejam em andamento. 


Fonte: STF, ARE 1.309.642/SP, Pleno, Rel. Min. Luís Roberto Barroso, j. 1º/02/2024.

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Sobre a autora
Roberta Fialho

Advogada - OAB SC 48.980

Como citar este texto (NBR 6023:2018 ABNT)

FIALHO, Roberta. Autonomia e liberdade: STF decide que separação de bens em casamentos de pessoas acima de 70 anos não é obrigatória. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 29, n. 7530, 12 fev. 2024. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/108309. Acesso em: 22 dez. 2024.

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