Violações sistemáticas de direitos nas penitenciárias mineiras.

A falência do sistema prisional brasileiro

26/12/2024 às 12:21

Resumo:


  • Estudos da UFMG revelam violação sistemática de direitos humanos no sistema prisional de Minas Gerais.

  • Presídios mineiros enfrentam superlotação extrema, falta de serviços básicos e violência institucional.

  • Desumanização dos apenados e falha do Estado em garantir direitos fundamentais são pontos alarmantes.

Resumo criado por JUSTICIA, o assistente de inteligência artificial do Jus.

Recentes estudos conduzidos por pesquisadores da UFMG revelam uma dura realidade que assombra o sistema prisional de Minas Gerais: a violação sistemática de direitos humanos. Os resultados, fruto de investigações criteriosas, mostram que os presídios mineiros, longe de cumprirem sua função ressocializadora, tornaram-se epicentros de práticas degradantes, configurando o completo abandono do compromisso constitucional com a dignidade da pessoa humana.

As pesquisas apontam que os internos enfrentam condições desumanas, incluindo superlotação extrema, falta de acesso a serviços básicos como saúde e educação, e atos recorrentes de violência institucional. Tal cenário revela não apenas o fracasso do Estado em garantir os direitos fundamentais daqueles que estão sob sua custódia, mas também reforça a perpetuação de ciclos de exclusão e marginalização.

A superlotação, uma das marcas mais emblemáticas desse colapso, ultrapassa os limites da razoabilidade. Em celas projetadas para abrigar dez pessoas, frequentemente encontram-se mais de trinta detentos. Esse quadro desumano, associado à precariedade das condições sanitárias e à insuficiência de atendimento médico, cria um ambiente onde doenças se proliferam e a dignidade humana é sistematicamente violada.

Outro ponto alarmante é a perpetuação da violência. Detentos relatam agressões físicas e psicológicas, muitas vezes promovidas ou negligenciadas pelos próprios agentes responsáveis por garantir sua segurança. O silêncio estatal diante dessas práticas evidencia um sistema que naturaliza a opressão como método de controle, ignorando as garantias constitucionais que deveriam proteger mesmo aqueles que infringiram a lei.

Essas violações são reflexo de um problema estrutural maior: a desumanização da figura do apenado. O sistema prisional brasileiro, em vez de promover a reinserção social, alimenta a ideia de que a punição deve ser cruel e degradante, afastando-se dos princípios de proporcionalidade e ressocialização que deveriam nortear sua atuação.

Frente a esse cenário, cabe à sociedade civil, organizações de direitos humanos e ao próprio Judiciário questionarem o modelo vigente. Não há justiça em um sistema que falha em respeitar a dignidade dos que estão sob sua tutela. Urge que políticas públicas sérias e estruturadas sejam implementadas, priorizando o respeito aos direitos humanos e a busca por soluções que efetivamente contribuam para a reintegração dos apenados à sociedade.

O que se observa, enfim, é uma crise moral e jurídica que transcende os muros das penitenciárias. A violação sistemática de direitos nas prisões mineiras não é apenas um problema local, mas um sintoma de uma sociedade que precisa urgentemente redefinir suas prioridades e assumir o compromisso de proteger a dignidade humana, independentemente de circunstâncias ou histórico pessoal.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG). Pesquisas demonstram violação sistemática de direitos em penitenciárias de Minas Gerais. Disponível em: https://ufmg.br/comunicacao/noticias/pesquisas-demonstram-violacao-sistematica-de-direitos-em-penitenciarias-de-minas-gerais. Acesso em: 24 dez. 2024.

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Sobre a autora
Bárbara Rastelli

Bárbara possui Graduação em Direito pela Universidade Candido Mendes (RJ) e Formação Pedagógica em História pela Iseed-Faved (MG). Também possui registro como jornalista (MG) e certificação em Psicoterapia.

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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