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Aspectos da violência

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CONSIDERACÕES FINAIS

Na contextualização da violência na sociedade contemporânea, os jovens assumem posição como portadores de grande porção desse conflito social que se reflete nos atos de violência que os afligem, seja na busca de afirmação e reconhecimento, seja nos ritos de passagem para a vida adulta. No entanto, para além das atuais contradições estruturais e culturais da sociedade brasileira, os jovens e adolescentes precisam ocupar um lugar privilegiado para que todos possam viver em espaços de sociabilidade, sem práticas de violência, nos quais se potencializem as esperanças de uma sociedade pacifica e alternativa.

Por outro lado, à luz das políticas públicas de segurança deve-se atinar para um novo arranjo institucional voltado para a prevenção social da criminalidade e da violência que rompa com a lógica tradicional da repressão, promovendo a adoção de mecanismos de acompanhamento e mensuração de resultados; este reordenamento do aparato institucional tem papel fundamental no enfrentamento da violência e da criminalidade.

No que atine a violência no campo o momento atual é propício para que mudanças ocorram, como de fato vem ocorrendo, no sentido corrigir erros históricos que deixaram à margem da sociedade grande parte da população do campo por conta dos grandes latifúndios. Apenas existirá uma democracia verdadeira, portanto, efetiva, quando os grandes desequilíbrios sociais forem se atenuando gradativamente, sem isso, persistindo a desigualdade envergonha e faz corar, teremos avançado nada como democracia e estaremos mais próximos do que éramos três séculos atrás.

A violência é, e sempre foi, uma parte importante da vida humana. A história da humanidade é assim; problemas insolúveis sempre existiram. E quando se encontra uma solução, logo surgem efeitos colaterais inesperados para atrapalhar novamente as esperanças e expectativas.

Não existem soluções rápidas e fáceis. As pessoas sempre conviveram com a violência; a geração atual terá que conviver também, tentando minimizar seus custos e impactos na medida do possível, sempre, porém, respeitando a dignidade da pessoa humana.

Do exposto, é possível concluir ser necessário:

1.Realizar seminários, palestras, conferências sobre o tema, explicando os reflexos da violência sobre o indivíduo e a sociedade;

2.Promover um crescimento econômico sustentável;

3. Fortalecer os controles preventivos sobre a criminalidade;

4.Incentivar a aproximação da Polícia com a Comunidade;

5.Canalizar as frustrações da juventude para as práticas esportivas, educativas e culturais;

6.Reverter a cultura da arma de fogo;

7.Investir na educação dos jovens no seio familiar, estudantil e profissional;

8.Não olvidar o papel dos meios de comunicação social na prevenção e combate às diversas formas de manifestação de violência.

"A VIOLÊNCIA PODE SER PREVENIDA E CONTROLADA".


REFERÊNCIAS

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Notas

  1. GAUER, Ruth M. Chittó. A fenomenologia da Violência. Curitiba: Juruá Editora, 2000, p.35.
  2. PINHEIRO, Paulo Sérgio; ASSIS DE ALMEIDA, Guilherme. Violência Urbana, São Paulo: Publifolha, 2003, p. 14.
  3. SILVA, De Plácido e. Vocabulário Jurídico. Rio de Janeiro: Forense, 2001, p. 401.
  4. CHESNAIS, J.C. Histoire de la violence, Robert Laffont, París, 1981, p. 438.
  5. PINHEIRO, Paulo Sérgio; ASSIS DE ALMEIDA, Guilherme. Violência Urbana, São Paulo: Publifolha, 2003, p. 16.
  6. BUORO, Andréa; SHILLING, Flávia; SINGER, Helena; SOARES, Marina. Violência Urbana, Dilemas e Desafios. 2. ed., São Paulo: Atual, 1999, p. 45.
  7. ZALUAR, Alba. Violência: questão social ou institucional? In: Insegurança Púbica: reflexões sobre a criminalidade e a violência urbana. São Paulo: Nova Alexandria, 2002, p. 75.
  8. ZALUAR, Alba. Violência: questão social ou institucional? In: Insegurança Púbica: reflexões sobre a criminalidade e a violência urbana. São Paulo: Nova Alexandria, 2002, p. 75.
  9. Ibid.
  10. ZALUAR, Alba. Violência: questão social ou institucional? In: Insegurança Púbica: reflexões sobre a criminalidade e a violência urbana. São Paulo: Nova Alexandria, 2002, p. 75.
  11. Idem p. 76.
  12. TOURINHO PERES, Maria Fernanda. Violência: um problema de saúde pública. In: Segurança Pública e violência: o Estado está cumprindo seu papel? São Paulo: Contexto, 2008, p. 201.
  13. NICOLITT, André. As subversões da presunção de inocência: violência, cidade e processo penal. Rio de Janeiro: Lumem Juruis, 2006, p. 31.
  14. NICOLITT, André. As subversões da presunção de inocência: violência, cidade e processo penal. Rio de Janeiro: Lumem Juruis, 2006, p. 22.
  15. PINHEIRO, Paulo Sérgio; ASSIS DE ALMEIDA, Guilherme. Violência Urbana, São Paulo: Publifolha, 2003, p. 28.
  16. PINHEIRO, Paulo Sérgio; ASSIS DE ALMEIDA, Guilherme. Violência Urbana, São Paulo: Publifolha, 2003, p. 17.
  17. CHIAVARIO, Mario. Direitos Humanos, processo penal e criminalidade organizada. Revista Brasileira de Ciências Criminais. São Paulo, n. 5, p. 28, jan/mar. 1994.
  18. CARDIA, Nancy. Pesquisa sobre atitudes, normas culturais e valores em relação à violência em 10 capitais brasileiras. Brasília: Ministério da Justiça, Secretaria de Estado dos Direitos Humanos, 1999, p. 118.
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  31. VELTMEYER, H., J. Neoliberalism and Class Conflict in Latin America. Macmillan: Londres, 1997, p. 15.
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  34. DELMANTO JUNIOR, Roberto. O movimento dos trabalhadores rurais sem terra em face do direito penal. Disponível em: <http://www.buscalegis.ufsc.br/revistas/index.php/buscalegis/article/view/11011/10576>. Acesso em: 09 nov. 2009.
  35. PEREIRA DA ROCHA, Florêncio Pereira. Como Melhorar a atuação dos Agentes de Segurança Publica no Município de Lagoa do Piauí. Disponível em:
  36. <http://www.segurancacidada.org.br/index.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=1552> Acesso em: 14 out. 2009.

  37. ZALUAR, Alba. Violência: questão social ou institucional? In: Insegurança Púbica: reflexões sobre a criminalidade e a violência urbana. São Paulo: Nova Alexandria, 2002, p. 75.
  38. GUIMARÃES, Eloísa. Escola, Galeras e Narcotráfico. Rio de Janeiro: UFRJ, 1998, p. 15.
  39. DOWDNEY, Lucke. O aumento do emprego de crianças e adolescentes no tráfico de drogas. In: Insegurança Púbica: reflexões sobre a criminalidade e a violência urbana. São Paulo: Nova Alexandria, 2002, p. 97.
  40. TAVARES DOS SANTOS, José Vicente. A agonia da vida: mortes violentas entre a juventude do país do futuro. In: Homicídios no Brasil, Organizadores: Marcus Vinicius Gonçalves da Cruz e Eduardo Cerqueira Batitucci. Rio de Janeiro: FGV, 2007, p. 13.
  41. TAVARES DOS SANTOS, José Vicente. A agonia da vida: mortes violentas entre a juventude do país do futuro. In: Homicídios no Brasil, Organizadores: Marcus Vinicius Gonçalves da Cruz e Eduardo Cerqueira Batitucci. Rio de Janeiro: FGV, 2007, p. 13.
  42. ZIMERMAN, David. Fundamentos psicanalíticos: teoria, técnica e clínica. Porto Alegre: Artmed, 1999, p. 95.
  43. Ibid.
Assuntos relacionados
Sobre a autora
Maria Claudionice Ramos Kawamoto

Bacharel em Direito pelo Centro de Ensino Superior Cesufoz. Pós-Graduada "Latu Sensu "pela EMAP-Escola da Magistratura do Paraná. Núcleo em Foz do Iguaçu. Juíza Arbitra da CAMEFI- Câmara de Mediação-Conciliação e Arbitragem de Foz do Iguaçu- PR

Como citar este texto (NBR 6023:2018 ABNT)

KAWAMOTO, Maria Claudionice Ramos. Aspectos da violência. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 15, n. 2714, 6 dez. 2010. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/17976. Acesso em: 25 abr. 2024.

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