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Você é pós-moderno?

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04/11/2013 às 16:17
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Referências

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Notas

[1] Arnold Joseph Toynbee foi historiador britânico cuja obra-prima é "Um Estudo de História” (A Study of History) onde examina em doze volumes, o processo de nascimento, crescimento e queda das civilizações sob a perspectiva global.

[2] Gianteresio Vattimo é um filósofo e político italiano, um dos expoentes do pós-modernismo europeu. Nos anos 1950, trabalhou em programas culturais da RAI. É diretor da Rivista di estetica, membro de comissões científicas de vários periódicos italianos e estrangeiros e sócio correspondente da Academia de Ciência Turim. Escreve para o seminário L'Espresso,  para o diário La Repubblica e sobretudo La Stampa, onde produz editoriais com reflexões críticas sobre politica e cultura. Recebeu o título de Doutor Honoris Causa das Universidades de La Plata, Palermo e Madrid.

[3] A contundente afirmação de Nietzsche: - “Deus está morto! Eis que lhes mostro o super-homem”. Abriu o caminho para o pós-modernismo. E, concluímos que a razão e a ciência não nos levarão  ao paraíso. Daí, não é de se admirar que existissem reações contra o modernismo. E, uma destas reações foi o pós-modernismo. No plano histórico, Nietzsche esbravejou: - a realidade é o que você cria. Portanto, os seres humanos têm tanto a oportunidade como a responsabilidade de criar seu próprio mundo. Já para Heidegger, por sua vez enunciou: a realidade é ser. Heidegger é filósofo alemão do século XX que concordando com Nietzsche ao confirmar que a linguagem cria a realidade. Em vez de analisar a linguagem, o filósofo queria afinal experimentá-la, e através desta experiência chegar a contato com o "ser". Já para Derrida, não há sentido evidente. Também se preocupa com linguagem. Uma vez que não temos uma visão imediata da realidade, dependemos do falar e do escrever. Mas falar e escrever são ambíguos e não comunicam necessariamente o que gostaríamos. Derrida propôs decompor os textos, o inclui analisar a etimologia de palavras, trocadilhos não intencionais, e deslizes freudianos no esforço de demonstrar que eles não contem nenhum sentido óbvio. Essas foram resumidamente as bases filosóficas do pós-modernismo: primeiro, os seres humanos não tem acesso à realidade e, portanto, nenhum meio de perceber a verdade; Segundo, a realidade é inacessível porque somos restritos a uma linguagem que molda nossos pensamentos antes de pensarmos e porque não podemos expressar o que pensamos; Terceiro, através da linguagem criamos a realidade, e assim a natureza da realidade é determinada por quem quer que detenha o poder de moldar a linguagem.

[4] A crise atual da humanidade constata que as inteligências deficitárias de nossa época, que cooperam, conscientemente ou não, na tentativa de destruir o que havia de mais positivo no pensamento humano. A crise atual, portanto, manifesta uma ruptura entre o sujeito e sua subjetividade que lhe é própria, e isto entre outros fatores levaram ao nihilismo; entre sujeito e a economia, levou a supervalorização da economia em detrimento da pessoa, devemos salvar a economia das instituições ou as pessoas submetidas ao poder das instituições econômicas.

[5] O neotomismo representa a tentativa de fazer renascer o tomismo, o sistema filosófico de São Tomás de Aquino, no seio da modernidade. O neotomismo pretender manter, no fundamental, todas as características atribuídas à filosofia tomista, que considera representar o ponto mais elevado e evoluído da escolástica medieval. Das teses tomistas destaca-se a tese mediadora da acesa problemática que ocupou a filosofia medieval, na tentativa de definir uma posição quanto ao problema do realismo e do nominalismo.

A tese tomista inspirou-se em Aristóteles para defender que o gênero é real (realismo), mas que a substância primeira é o indivíduo (nominalismo), como individuação do gênero. Os neotomistas pretendem reforçar que o pensamento de São Tomás foi o ponto culminante do saber filosófico e, daí o apelo para a necessidade de a ele retornar. O tomismo, após o seu período de ampla divulgação, na Idade Média, acabou por ir ficando no esquecimento durante a modernidade, até que o Papa Leão XIII faz uma exortação, na encíclica Aeterni Patris, em 04 de agosto de 1879, em favor do regresso ao tomismo por parte dos católicos, dando assim impulso necessário para o neotomismo já iniciado na Itália se pudesse continuar a se desenvolver. Há a se destacar, como personagens fundamentais neste renascimento, ainda na primeira metade do século XIX, Buzzetti, depois Serafim e Domingos Sordi, Luís Taparelli d'Azeglio e Mateus Leberattore. Na Alemanha, foi precursor do neotomismo o jesuíta G. Kleugten.

[6] A tese central de Habermas em seu discurso filosófico da modernidade expõe sua posição no debate entre modernidade e pós-modernidade. Além de querer revitalizar e completar o inacabado projeto da modernidade pela via da razão comunicativa, como saída para um paradigma da filosofia do sujeito que estaria esgotada, ele quer mapear e atacar os discursos críticos da modernidade, que em alguns caminhos levam à pós-modernidade conservadora e irracional. Em conclusão, Habermas leva a um embricamento confuso entre modernidade e pós-modernidade que coloca esses dois termos num mesmo nível aparente, sendo a pós-modernidade crítica como a modernidade que é autocrítica da modernidade, assim revê seu projeto; e a pós-modernidade conservadora como crítica irracional que pensa ter se afastado de forma legítima da modernidade.

[7] Em outubro de 2008, a Alemanha, França, Áustria, Países Baixos e a Itália anunciaram pacotes econômicos que somaram 1,17 trilhão de euros em ajuda aos seus sistemas financeiros. O PIB da Zona do Europa teve queda de 1,5% no quarto trimestre de 2008, em relação ao trimestre anterioir e experimentou a maior contração da história da economia mundial.

[8] Lacan retomando o texto original de Freud intitulado "Para além do princípio do prazer", desenvolve a categoria de sujeito do inconsciente, como sujeito dividido, sendo marcado por uma falta radical, por um não-saber. Lacan pôs o futuro na Psicanálise e nos legou uma clínica que nos possibilita, a partir do nosso desejo, inventar o nosso próprio futuro.

[9] Jacques Derrida (1930-2004) foi filósofo francês que iniciou nos anos 1960 a Desconstrução em filosofia. Esta Deconstrução é termo que cunhou e deve ser compreendida à luz do que é conhecido como intuicionismo e construcionismo no campo da metamatemática.. A sua figura é alvo frequente de ataques polêmicos, sobretudo por autores que se reclama da tradição analítica, pelas usas opções de escrita filosófica. em geral.

[10] Jean Baudrillard (1929-2007) foi sociólogo e filósofo francês. Foi personagem polêmico e desenvolveu uma série de teorias que remetem ao estudo dos impactos da comunicação e das mídias na sociedade e na cultura contemporâneas Partindo da realidade construída (hiper-realidade), o autor discute a estrutura do processo em que a cultura de massa produz esta realidade virtual. Suas teorias contradizem o discurso da "verdade absoluta" e contribuem para o questionamento da situação de dominação imposta pelos complexos e contemporâneos sistemas de signos. Os impactos do desenvolvimento da tecnologia e abstração das representações dos discursos são outros fenômenos que servem de objeto para os seus estudos. Sua postura era profética e apocalíptica foi baseada em teorias irônicas que tem como objetivo o desenvolvimento de hipóteses e polêmicas sobre questões atuais e que refletem sobre a definição do papel do homem ocupa neste ambiente.

[11] E começamos a duvidar: temos a liberdade contingenciada, a igualdade meramente formal e injusta. E uma fraternidade para fins comerciais e não solidária.

[12] A crise da história tida como disciplina da qual faz parte uma crise geral, ideológica, política, de valores e que afeta o conjunto de ciênciais sociais e humanas. Toma por referência as décadas dos anos de 1970, 1980 e 90.  Os anos 1970 foi marcada por um retrocesso em tudo o que supôs o movimento de maio de 1968, ocorreu o primeiro retorno do sujeito. Há o redescobrimento do sujeito mental e, também o sujeito social. Já, nos anos de 1980 muda a raiz do contexto político-ideológico no mundo. São anos de neoconservadorismo que veio depois a ser chamado de neoliberalismo ou pensamento único, e são os anos da difusão do pós-modernismo, como proposta filosófica em voga.

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A historiografia ocidental se fragmenta então, em temas, métodos e escolas, até ao inimaginável (é a chamada história em migalhas). Em 1989 chega o clímax do neoliberalismo e pelo pós-modernismo, pela fragmentação historiográfica e pela crise de progresso que constituem a filosofia básica dos três movimentos historiográficos mais importantes do século XX, e, em geral, das ciências sociais, que se alimentaram, desde suas origens, do mesmo modo que a história científica, da filosofia de Ilustração. No contexto dos anos 90 é a própria crise do neoliberalismo e do pós-modernismo busca-se novo paradigma mais autocrítico, local e global, social e cultural, estatal e livrecambista, mais complexa e difícil mas não abandonando o critiscimo e nem renuncie à transformação da sociedade e com a liderança da razão. Com a internet nasce uma nova comunidade internacional de historiadores.

[13] É uma representação gráfica de dados numéricos ou alfanuméricos. A decodificação (leitura) dos dados é realizada por um tipo de scanner - o leitor de código de barros, que emite um raio vermelho que percorre todas as barras. Onde a barra for escura a luz é absorvida, onde a barra for clara (espaços), a luz refletida novamente para o leitor. Os dados capturados nessa leitura óptica são compreendidos pelo computador, que por sua vez converte-os em letras ou números humanos e legíveis.

[14] Segundo Freud, a doença da era moderna era a histeria, onde ocorria a teatralização do sujeito, incapaz de suportar tanta repressão, originada no conflito psíquico. O mal estar pós-moderno, é visível e trivial, expresso na linguagem do cotidiano do trabalho compulsivo, muitas vezes vendido como se fosse lazer ou o “ócio criativo”, que gera estresse, perversão, depressão, obesidade e tédio.

[15] Em eletrônica, um circuito integrado (também conhecido como CI), microcomputador, microchip, chip de silício, chip ou chipe é um circuito eletrônico miniaturizado composto principalmente por dispositivos semicondutores que tem sido produzido na superfície de um substrato fino de material semicondutor.

[16] GPS é sigla para global positioning system que significa sistema de posicionamento global em português. É sistema de navegação por satélite com um aparelho móvel que envia informações sobre a posição de algo em qualquer horário e em qualquer condição climática.

[17] Octávio Ianni (1926-2004) foi sociólogo brasileiro. Aposentado pelo AI-5, foi proibido de dar aulas na USP, foi para PUC-SP e integrou a equipe de pesquisadores do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP), foi professor visitante e conferencista em universidades norte-americanas, latino-americanas e europeias. Participou da chamada Escola de Sociologia Paulista que traçou um panorama novo sobre o preconceito racial no Brasil. Ao lado de Florestan Fernandes e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é considerado um dos principais sociólogos do país. Nos seus últimos anos de vida, dedicou seus estudos à globalização.

[18] Hangouts permitem conectar as pessoas com som e imagem através do site google.com

[19] Role-playing game também conhecido como RPG em português é jogo de interpretação de personagem, é um tipo de jogo em que os jogadores assumem os papéis de personagens e criam narrativas colaborativamente. O progresso de um jogo se dá conforme um sistema de regras predeterminado, dentro das quais os jogadores podem improvisar livremente. As escolhas dos jogadores determinam a direção que o jogo irá tomar. O RPG tem seu uso amplamente incentivado pelo Ministério da Educação (MEC) como método de ensino. É usado igualmente para aguçar a cooperação mútua e o raciocínio lógico dos estudantes.

[20] Hélio de Oiticica (1937-1980) foi pintor, escultor, artista plástico e performático de aspirações anarquistas. É considerado por muitos críticos um dos artistas mais revolucionários de seu tempo e sua obra experimental e inovadora e reconhecida internacionalmente. Grande parte dos documentos de Hélio Oiticica foi perdida no incêndio e foi preservado pela digitalização realizada pelo Programa Hélio Oiticica, coordenado pela curadora e crítica de arte Lisette Lagnado e desenvolvido em parceria com Instituto Itaú Cultural.

[21] Em sua origem o pós-modernismo significava a perda da historicidade e o fim da "grande narrativa", e no campo estético significou o fim de uma tradição de mudança e ruptura, o apagamento da fronteira entre "cultura de elite" e da "cultura de massa" e a prática da apropriação e da citação de obras do passado. Há diversos ícones do movimento pós-modernista nas artes. Nas artes plásticas foi Andy Warhol e a Pop Art, o fotorrealismo e o neoexpressionismo. Se o modernismo foi caracterizado por "imagens de máquinas", podemos concluir que o pós-moderno é caracterizado por "máquinas de imagens", como a televisão, o computador, a internet, instgram e, etc.

[22]Jean-François Lyotard (1924-1998) foi filósofo francês e muito importante na discussão sobre a pós-modernidade. Autor dos livros “A Fenomenologia”, “A Condição Pós-Moderna” e “O Inumano”. Em seu livro "A Condição Pós-Moderna" (1979) utiliza o conceito de "jogos de linguagem", originalmente desenvolvido por Ludwig Wittegenstein, e centros e a complexidade das relações sociais dos sujeitos. A primeira tradução para o português optou pelo título “O pós-moderno, tendo recentemente a retomado a tradução direta do original “La Condition Post moderne”, a qual expressa devidamente uma condição de vivência, e não um estado dado”. “O Pós-moderno seria o estado da cultura, depois de transformações súbitas nas regras dos jogos da ciência, da literatura e das artes, a partir do século XIX (...)”. Segundo Lyotard "não podemos mais recorrer à grande narrativa - não podemos nos apoiar na dialética do espírito nem mesmo na emancipação da humanidade para validar o discurso científico pós-moderno".

[23]Ludwig Joseph Johann Wittgenstein (1889-1951) foi filósofo austríaco, naturalizado britânico. Foi um dos principais atores da chamada virada linguística na filosofia do século XX. Suas principais contribuições foram feitas nos campos da lógica, da linguagem, da matemática e da filosofia da mente.

[24]As agudas contradições entre a teoria e a prática do pensamento iluminista em geral, e da doutrina dos direitos humanos em particular, reforça o discurso pós-moderno que os valores iluministas, incluindo o dos direitos humanos não tenham qualquer validade. A verdade é tais valores foram e prosseguem sendo usados como instrumento de exercício de poder e violência de regimes e movimentos políticos. E, pior ainda, que muitos atos que violam os direitos humanos são estes mesmos justificados como atos de proteção aos direitos humanos, como por exemplo, as intervenções humanitárias e a Guerra do Iraque que são dois exemplos desse fenômeno.

[25] Zygmunt Bauman é sociólogo polonês que iniciou sua carreira acadêmica na Universidade de Varsóvia, e teve artigos e livros censurados e em 1968 fora afastado da referida universidade. Emigrou da Polônia, reconstruindo sua carreira no Canadá, Estados Unidos e Austrália até chegar ao Reino Unido, onde em 1971 se tornou professor titular da universidade de Leeds, cargo que ocupou por vinte anos. Atualmente é professor emérito de sociologia das universidades de Leeds e Varsóvia. Vale a pena assistir a entrevista ao sociólogo, vide em http://g1.globo.com/globo-news/milenio/platb/?s=Bauman

[26] Gilles Lipovetsy é filósofo francês, professor de Filosofia da Universidade de Grenoble, teórico da hipermodernidade. Autor dos livros "A Era do Vazio", "O luxo eterno", "O império do efêmero", "A felicidade paradoxal: ensaio sobre a sociedade do hiperconsumo", entre outros. A hipermodernidade é termo criado por ele para delimitar o momento atual da sociedade humana. Onde o prefixo "hiper" é utilizado em referência a uma exacerbação dos valores criados na modernidade, atualmente elevados exponencialmente.

[27] O poeta e crítico mexicano Octavio Paz, lamentou que a modernidade "tenha sido cortada do passado e tenha de ir continuamente saltando para a frente, num ritmo vertiginoso que não lhe permite deitar raízes, que a obriga meramente a sobreviver de um dia para o outro: a modernidade se tornou incapaz de retornar a suas origens para, então recuperar seus poderes de renovação.

[28] A economia pós-moderna diferencia-se da economia fordista ou de escala. Nesse processo, o "Estado do capital mundial" (Banco Mundial/FMI), ofusca a autonomia do Estado-nação, e a corporação transnacional é decisiva num sistema de mercado onde a hegemonia é dada pelo poder da competição.

[29] Há um princípio da termodinâmica, a entropia,  que postula uma tendência para a desorganização das moléculas em um dado sistema. Quanto maior a temperatura, maior será a desorganização das partículas. Quanto maior a desorganização das partículas, maior será a entropia. Contudo, o nosso objetivo aqui não é especular sobre a termodinâmica.  O que buscamos refletir é sobre a experiência pós-moderna. Nesse sentido, o conceito de entropia serve-nos para pensarmos essa  experiência de luta e contradição, desintegração e mudança,  vazia de sentido e finalidade. O que podemos notar em nossa atualidade é uma tendência universal em todas as esferas da vida social para a disfunção,  para a anomia. Os vários sistema sociais como a política, a economia, a cultura, o meio ambiente, a família passam por um processo de ordem para um estado de desordem crescente. (In: SOUZA, Michel Aires de. Entropia e Pós-Modernidade: o mundo em que vivemos. Disponível em: http://filosofonet.wordpress.com/2012/11/20/entropia-e-pos-modernidade-o-mundo-em-que-vivemos/  Acesso em 23/07/2013. ).

[30] A epistemologia pós-moderna segue especialmente sua vertente relativista. E propõe a expansão cognitiva imbricada no indeterminismo quântico e na teoria do caos. Enfim, a ciência pós-moderna aboliu o conceito de realidade física e privilegia a não-linearidade e adescontinuidade. E transcende as distinções metafísicas cartesianas entre humanidade e natureza, entre observador e observado, entre sujeito e objeto. Sua prespectiva ontológica se baseia na trama dinâmica das relações entre o todo e as partes, no lugar das essências individuais fixas, contextualizando interações e fluxos.

[31] Escola de Frankfurt ou em alemão Frakfurter Schuler refere-se à escola de teoria social interdisciplinar neomarxista particularmente associada com o Instituto para Pesquisa Social da Universidade de Frankfurt. Inicialmente consistia de cientista sociais marxistas dissidentes que acreditavam que alguns seguidores de Marx tinham se tornado meros “papagaios” de uma limitada seleção de ideias de Marx, usualmente em defesa dos ortodoxos partidos comunistas. Muitos desses teóricos admitiam que a tradicional teoria marxista não pudesse explicar adequadamente o turbulento desenvolvimento das sociedades capitalistas no século XX.

[32] Desde a década de sessenta, a teoria crítica da Escola de Frankfurt tem sido crescentemente guiada pelo trabalho de Habermas na razão comunicativa, intersubjetividade linguística e o que denominou de "discurso filosófico da modernidade".

[33] O perfil desse homem  é caracterizado por ser aquele que não dá atenção às coisas que estão em sua volta, estando sujeito às mudanças bruscas e repentinas, e por essa razão, vive num mar à deriva, se apegando a qualquer coisa, e se conformando com a transitoriedade permanente, onde tudo vale à pena ou nada lhe interessa. Em primeiro lugar há o apego ao materialismo, ao hedonismo, à permissividade, à revolução sem finalidade, ao relativismo e ao consumismo desenfreado.

[34] A verdade é que a sociedade ocidental atual tem mudado radicalmente seu conceito do mundo. A grande questão é que o homem pós-moderno se vê numa encruzilhada. A máxima de que tudo é relativo é ilógica, pois ao universalizar o relativo, acaba o transformando em absoluto. E nesse grande desespero, o homem vivencia uma enorme desesperança em relação ao futuro.E, uma prova disso, é identificar que a atual juventude menos idealista, menos politizada e mais alienada. Não possui bandeiras pelas quais lutar, e apesar disso, no campo da religiosidade, houve acentuada espiritualização. Mas a religiosidade contemporânea é mais light pois também tende ao relativismo.

[35] Essa busca, segundo Edgar Morin, acaba por quebrar as tradições do homem pois, para ele, “a cultura de massa integra e se integra ao mesmo tempo numa realidade policultural'', que transforma as antigas identidades homogêneas em híbridos culturais. E, o homem ao tentar buscar no seu passado símbolos para respaldar sua identidade presente e futura, acaba por criar uma nova cultura sob a bênção da indústria cultural.

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Sobre a autora
Gisele Leite

Gisele Leite, professora universitária há quatro décadas. Mestre e Doutora em Direito. Mestre em Filosofia. Pesquisadora-Chefe do Instituto Nacional de Pesquisas Jurídicas. Possui 29 obras jurídicas publicadas. Articulista e colunista dos sites e das revistas jurídicas como Jurid, Portal Investidura, Lex Magister, Revista Síntese, Revista Jures, JusBrasil e Jus.com.br, Editora Plenum e Ucho.Info.

Como citar este texto (NBR 6023:2018 ABNT)

LEITE, Gisele. Você é pós-moderno?. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 18, n. 3778, 4 nov. 2013. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/25647. Acesso em: 19 abr. 2024.

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