Tendo em vista a modernização dos cemitérios no Rio de Janeiro, a Prefeitura anunciou a criação de um novo tipo de sepultura, o jazigo social.
Preliminarmente, deve-se esclarecer que a palavra sepultura, nesse momento, trata de um gênero, do qual existem várias espécies. São algumas das espécies: carneiro perpétuo, jazigo perpétuo (que são essas sepulturas mais vistas nos cemitérios, fazendo com que o gênero se confunda com a espécie); catacumbas (gavetas temporárias); nichos (para inumar restos mortais já exumados em caixas); mausoléus (pequenas construções, templos, capelas, etc.); sepulturas rasas (temporárias, direto no solo), entre outras menos conhecidas (1).
O jazigo social vem em substituição da sepultura rasa, a sepultura na qual o de cujus é inumado diretamente na terra.
A criação do jazigo social já foi anunciada pela Prefeitura e será implementada impreterivelmente na administração dos novos concessionários, conforme disposto no Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro do dia onze de setembro de 2013, na página 39.
A sepultura rasa tem caráter temporário, pois o corpo sepultado só fica inumado por três anos, depois os restos mortais são encaminhados para um nicho perpétuo específico para um resto mortal ou para a cremação.
A cova rasa é um tipo de sepultura geralmente utilizada por pessoas de classe social mais baixa, pois o custo do sepultamento é baixo e não tem caráter perpétuo.
A Prefeitura entende que o enterro do corpo diretamente na terra não é digno para as famílias.
Além disso, o Governo Federal, por meio do Conselho Nacional de Meio Ambiente, com a Resolução CONAMA n. 335/2003 (com suas modificações pela Resolução n. 368/2006), a partir do ano de 2003, gerou diversas responsabilidades para os cemitérios de todo o país em relação aos impactos ambientais gerados.
E a cova rasa é uma das espécies de sepultura que mais, se não a que mais, gera impacto ambiental no solo e nos lençóis freáticos, vez que o necrochorume (líquido que sai do cadáver no decorrer de sua deterioração) tende a ir diretamente para os lençóis freáticos, pois sequer existe barreira de concreto ou qualquer tipo de canalização do resíduo restante do corpo cadavérico.
Com todas essas questões que cercam a cova rasa, a Prefeitura do Rio de Janeiro, que esta iniciando agora um procedimento licitatório para os cemitérios públicos da cidade, anunciou a criação do jazigo social em substituição à cova rasa.
O jazigo social terá uma estrutura de concreto, como as estruturas dos carneiros perpétuos (espécie de sepultura mais comum que vemos nos cemitérios públicos) e terá um sistema de drenagem do necrochorume, fator que diminuirá, podendo com o tempo até acabar nessa modalidade de sepultura, com o impacto ambiental do necrochorume no solo e nos lençóis freáticos.
Além da questão ambiental, a Prefeitura também deseja dar mais dignidade para as famílias, já que um sepultamento em solo cria uma impressão ruim para as famílias que utilizam o serviço. Na verdade a própria Prefeitura utiliza a palavra “dignidade” para as famílias.