No último dia 8 de julho de 2014, o povo assistiu atônito à goleada da seleção alemã contra o Brasil na semifinal da copa do mundo de futebol..
O massacre começou no primeiro tempo de jogo e se estendeu até o segundo tempo, certamente muitos rezaram para que o jogo acabasse prematuramente, pois, se o tempo normal fosse superior a 90 minutos, poderíamos perder de 10 ou 12. Não é exagerado dizer isto, para todos nós que vimos 5 gols serem feitos em menos de 20 minutos.
Não sou comentarista de futebol e entendo superficialmente as regras do jogo, mas por analogia posso chegar à seguinte conclusão.
Imaginemos que aquele time fosse uma equipe de um escritório de advocacia, que o técnico fosse o líder, o gestor da banca.
Nos primeiros minutos o Brasil deu sinal de destreza e de tática, pelo menos do lado direito.
É o mesmo que acontece quando advogados se unem, para montar um escritório. O fôlego e a empolgação do início, a movimentação da escolha do imóvel, a compra dos móveis, a escolha do nome e a abertura propriamente dita.
Naquele jogo, depois dos primeiros dez minutos, o que vimos foi uma seleção desestruturada, sem jogadas audaciosas, sem passes certeiros, sem cruzamentos de mestre, o meio de campo com várias lacunas e a zaga sem marcação. Vi até um jogador dentro do gol ao invés de estar na marcação. Vi depois dois goleiros e um gol feito.
Com todo meu amadorismo no referido esporte, como sou uma boa mineira, não posso deixar de dar um palpite.
Faltou planejamento, faltou tática, estratégia, faltou encantamento, faltou estudar o adversário.
Se abrirmos um escritório e não planejamos, se não traçamos metas, se não fazemos aporte de capital de giro e se não estudamos o mercado, estamos sujeitos a tomar uma goleada da concorrência.
Não podemos dizer que a seleção não tinha grandes jogadores, são jovens que se sobressaíram nos times de base, fizeram história em equipes importantes e muitos estão fazendo a diferença no futebol Europeu.
Ora, se as habilidades individuais são incontestáveis, mesmo com a presença solitária do craque Neymar, que, diga-se de passagem, teve a felicidade de não estar presente, como protagonista ou coadjuvante naquele malfadado jogo, a quem podemos imputar primeiramente a culpa pelo desastre? Ao técnico.
O gestor em qualquer atividade ou empresa é o cérebro, cabe a ele colocar cada um na posição onde podem desenvolver da melhor forma suas habilidades individuais. Cabe ao chefe selecionar os talentos, dar aos mesmos; condições de trabalho, treinar a equipe, criar estratégias, estudar a concorrência, além de inserir na banca, todas as regras básicas de gestão por espelhamento empresarial.
O sucesso de uma banca de advocacia não acontece por acaso, pois se no futebol o treino tem que ser diário, na advocacia o estudo tem que ser contínuo, se no futebol o centroavante tem que ser goleador, na advocacia o executor tem que ter conhecimento para convencer o juiz e ganhar a demanda.
Se no futebol a zaga tem o perfil de defender, na banca há de ter um profissional especializado em vendas e marketing, para defender a empresa no mercado cada vez mais competitivo. Se no futebol o técnico tem que ser um expert em estratégia, o líder da banca tem que sair na vanguarda do seu tempo, com uma performance surpreendente.
A Alemanha perdeu duas guerras, mas ganhou a batalha do dia 08 de julho no território inimigo. Tinha como adversário 12 jogadores, a torcida colorida de verde e amarelo, quase sem voz, ainda ousou um grito engasgado de EU ACREDITO!
O Mineirão foi o cenário de olhos assustados, outros com lágrimas, muitos desolados e sem esperança.
Mas se a seleção brasileira teve 12 jogadores, podemos nas bancas de advocacia inserir mais um jogador: o cliente.
Ele pode ir para as arquibancadas sozinho, ou se confiar e ficar satisfeito com o nosso trabalho poderá levar um batalhão de gente, uma torcida. A ordem é encantar, para isso, temos que inserir o pós-venda nas nossas atividades para que o cliente se junte a outros e formem a nossa torcida.
O fato de a Alemanha vencer ou não vencer a copa é somente um detalhe, porque aqui na nossa reflexão, não estenderemos a outros jogos, não falaremos da força dos holandeses, a ousadia dos hermanos argentinos, ou da saída do melhor jogador do mundo, Cristiano Ronaldo, que levou com ele o país que nos colonizou.
Poderíamos falar também sobre a repercussão que a derrota brasileira pode trazer nas eleições de outubro.
Mas isto é outra história.
Nossa reflexão é acerca daquele jogo, onde o mundo incrédulo viu mais do que um show de técnica alemã, viu a inércia de um time temido como um dos melhores do mundo, acuado e sem rumo.
Se colocarmos o time para jogar nas posições certas, se nossa meta a exemplo do gol for concreta, se valorizarmos a concorrência, se estudarmos estudarmos e estudarmos faremos o gol de placa no mercado e poderemos também ganhar de goleada.
O jogo do dia 8 de julho não foi em vão, pelo menos para mim.
Procurei entender um pouquinho de futebol, por isso enxerguei o que aquele placar pode significar na minha vida profissional.
Se formos proativos podemos também dar uma goleada no mercado.
A seleção brasileira pode ainda vencer, mudanças precisam ser feitas.
Mas ainda com a voz engasgada ouso a gritar: NO BRASIL EU ACREDITO.