O terrorismo da imprensa produziu frutos.

Os jornalistas responderão pelos crimes que instigaram?

29/09/2014 às 15:02
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A irresponsabilidade e o partidarismo da imprensa levará o país a uma guerra civil se as autoridades não começarem a responsabilizar os jornalistas pelo ódio que instigam.

Não é de hoje que a imprensa ataca sistematicamente o PT para tentar influenciar eleições ou, no mínimo, para beneficiar eleitoralmente o PSDB. O fenômeno ficou tão evidente que já acarreou a publicação de alguns livros. A Ditadura Continuada - Fatos, factoides e partidarismo da imprensa na eleição de Dilma Rousseff, de Jackson de Alencar, publicado pela editora Paulus,  é uma das melhores e mais bem fundamentadas obras sobre o assunto.

Até a presente data a imprensa nunca tratou a corrupção do PSDB (Mensalão Tucano de Minas Gerais, Roubalheira do Metrô em São Paulo) com a mesma insistência e virulência dispensou ao caso do Mensalão Petista e as suspeitas de superfaturamento da refinaria de Pasadena. O tratamento diferenciado e discriminatório que a imprensa a dá aos petistas em relação aos tucanos não é casual, nem apenas fruto da liberdade de imprensa. As virtudes dos governos Lula e Dilma raramente são noticiadas pelos grandes veículos de comunicação. Os jornalistas e telejornalistas fazem de tudo para criar uma imagem exageradamente negativa do PT, preservando a aura de compromisso republicano do PSDB.

Reinaldo Azevedo, Olavo de Carvalho, Diogo Mainardi, Rachel Sheherazade, Danilo Gentili, Demétrio Magnoli e Rodrigo Constantino nunca demonstraram qualquer compromisso com a isenção jornalística ou com a ética profissional. Muito pelo contrário. Há centenas de textos produzidos por eles pregando abertamente o ódio ao PT, aos petistas e ao petismo.

O ódio político é a matriz do terrorismo, o jornalismo engajado é sua principal ferramenta. É por isto que podemos dizer que o terrorismo praticado pelos jornalistas diariamente nos últimos anos deu seu primeiro fruto. Refiro-me ao sequestrador que aterroriza um Hotel em Brasília exigindo a queda de Dilma Rousseff para libertar os reféns que fez: 

http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2014/09/hotel-em-brasilia-e-esvaziado-apos-homem-fazer-funcionario-refem.html

É criminosa a atitude do rapaz que pretende violentamente influenciar o resultado da eleição presidencial. As autoridades devem tratá-lo com rigor, mas dentro da Lei. O sequestrador não precisa ser abatido a tiros, nem tampouco espancado ou humilhado. Ele precisa ser convencido a se entregar, contido de maneira civilizada e preso como um criminoso qualquer. Depois, ele responderá processo crime na forma da Lei pelos atos que praticou. Mas isto não basta. 

Os jornalistas que instigam o ódio ao PT ajudaram a fazer a cabeça do seqüestrador. Eles também devem responder pelos seus atos. Eles são, de certa maneira, os co-autores intelectuais do crime que ele cometeu. Caso os articulistas e jornalistas em questão não respondam pelo ódio que instigam e que se tornou real, episódios semelhantes virão a ocorrer com consequencias nefastas para a paz pública no país. 

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Sobre o autor
Fábio de Oliveira Ribeiro

advogado em Osasco (SP)

Informações sobre o texto

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