Síndrome de Burnout.

Um estudo dos fatores mais relevantes que a desencadeiam

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As mudanças nas relações trabalhistas no decorrer da história e a evolução tecnológica dos dias atuais trouxeram mudanças significativas no dia a dia das empresas e nas relações entre elas e seus empregados. Tal aspecto afetou a qualidade de vida.

Resumo

As mudanças nas relações trabalhistas no decorrer da história e a evolução tecnológica dos dias atuais trouxeram mudanças significativas no dia a dia das empresas e nas relações entre elas e seus empregados. Tal aspecto afetou a qualidade de vida e a saúde do trabalhador. Considerando como objeto de estudo a Qualidade de Vida no Trabalho, com foco na Síndrome de Burnout, definiu-se como problema de pesquisa “Quais os fatores mais relevantes que ocasionam a Síndrome de Burnout no ambiente de trabalho?”. O objetivo definido foi identificar os pontos mais relevantes que levam ao estresse ocupacional e a Síndrome de Burnout. Por meio de uma pesquisa bibliográfica, que utilizou como argumentos de pesquisa Qualidade de Vida no Trabalho, Síndrome de Burnout e Fatores desencadeadores da Síndrome de Burnout, ficou claro que o estresse e a Síndrome de Burnout não são fenômenos isolados, mas ambos são convertidos em um risco ocupacional significativo. É grande a importância do bem-estar e da saúde do indivíduo no trabalho, pois é no trabalho que se passa a maior parte do tempo. A qualidade de vida está diretamente relacionada com as necessidades e expectativas humanas e com a respectiva satisfação desta. Os resultados encontrados deixam claros que são diversos os fatores desencadeadores da Síndrome de Burnout, agrupados nas dimensões Organização, Indivíduo e Sociedade. Os mais relevantes estão relacionados à dimensão Organização. A percepção dos trabalhadores sobre seu trabalho, a qualidade das relações entre o indivíduo e seu ambiente de trabalho, entendido como a forma de interação entre as pessoas, o tipo de gestão, os valores institucionais, entre outros, estão nesta dimensão.

Palavras-chave: Qualidade de Vida no Trabalho; Síndrome de Burnout; Fatores desencadeadores da Síndrome de Burnout.

1 INTRODUÇÃO

       A Revolução Industrial proporcionou muitas mudanças no âmbito do trabalho.

       Do final do século XVIII até o século XIX, os trabalhadores da época eram explorados e viviam em péssimas condições de trabalho, devido à grande ambição dos empresários, que queriam lucrar a todo custo e forçavam-nos a trabalhar com cargas horárias exaustivas e com salários baixos, o que os deixavam insatisfeitos e muitas vezes revoltados.

A Teoria das Relações Humanas foi determinante para que as boas condições de trabalho passassem a ser consideradas como uma parte essencial, para que o indivíduo obtivesse maior rendimento nas organizações.

Foram desenvolvidas inovações tecnológicas e organizacionais, condizentes com o conhecimento técnico da época, modificando a maneira das empresas fabricarem seus produtos e a forma de gestão das mesmas. Com isso, tanto empresas quanto trabalhadores tiveram que adaptar-se a estas mudanças, buscando o conhecimento técnico necessário e adaptando-se à nova realidade empresarial.

Atualmente, apesar da preocupação para que se tenha um bom clima organizacional, os colaboradores vivem num ambiente de grande competitividade, o que têm exigido muito esforço, tornando-os suscetíveis ao desenvolvimento de distúrbios emocionais laborais.

As variáveis saúde e doença deveriam estar intrínsecas na cultura e nas práticas organizacionais, embora observasse que hoje essa realidade não exista, ou seja, a empresa que mantem seus colaboradores saudáveis tem um comprometimento com esta questão, se o empenho for baixo e/ou ignorado, a saúde das pessoas ficará comprometida.

Considerando o objeto de estudo a Qualidade de Vida no Trabalho, com foco na Síndrome de Burnout, definiu-se como problema de pesquisa “Quais os fatores mais relevantes que ocasionam a Síndrome de Burnout no ambiente de trabalho?”.

O objetivo definido foi identificar os pontos mais relevantes que levam ao estresse ocupacional e a Síndrome de Burnout.

O presente trabalho foi desenvolvido por meio de uma pesquisa bibliográfica.

Além de contribuir com o estudo do tema, este trabalho procurou fornecer elementos de reflexão aos seus leitores, para que ações pudessem ser tomadas para minimizar os fatores aqui identificados, fornecendo elementos para ajudar os problemas ocupacionais relatados ao ambiente organizacional.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Conceito da Síndrome de Burnout

       Segundo Arantes e Vieira (2002, p. 87), o conceito de Burnout “é o esgotamento da resistência física, emocional ou da motivação”. Para os autores, “geralmente é resultado do estresse ou frustração prolongada”.

       Segundo Freudenberger (apud TRIGO, TENG e HALLAK, p. 224), a expressão Staff Burnout foi criada para descrever “uma Síndrome composta por exaustão, desilusão e isolamento em trabalhadores da saúde mental”.

       Para Maslach (1998, p. 68), a Síndrome é designada decorrente de exaustão emocional humana, uma condição em que o indivíduo tem suas energias consumidas.

       Para Pereira (2010, p. 14), o Burnout “[...] vai além do estresse. Está associado mais especificamente ao mundo laboral e ocorre pela cronificação de um processo de estresse”. Na visão da autora, “a Síndrome de Burnout está relacionada com o tipo de atividades laborais do indivíduo”.

       Em todas as conceituações apresentadas nota-se que os autores colocam o Burnout como uma resposta emocional para situações crônicas, em função de relações intensas de trabalho de profissionais que apresentam expectativas em relação a seu desenvolvimento e dedicação à profissão, e que, no entanto, em função de diferentes obstáculos não alcançam o retorno esperado.

2.2 Conceito de Qualidade de Vida no Trabalho

        Para Chiavenato (2004, p. 487), a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) tem o objetivo de “[...] facilitar ou trazer satisfação e bem-estar ao trabalhador na execução de suas tarefas. O conceito de qualidade de vida engloba vários aspectos como físicos, ambientas e psicológicos do local de trabalho”.

Para Romero, Silva e Kops (2013, p. 140), a QVT é:

 [...] a satisfação do trabalhador na tentativa de diminuição do mal-estar e do excessivo esforço físico do trabalho. Tem como objetivo maior levantar alternativas para a manutenção de ambientes de trabalho saudáveis para as pessoas, tendo como consequência maior qualidade e produtividade.

Segundo Limongi-França (2014, p. 22), “a QVT faz parte das mudanças pelas quais passam as relações de trabalho na sociedade moderna, em rápida transformação”.  

Os conceitos apresentados a respeito da QVT se relacionam. Em ambos a afirmação é de que, a partir das mudanças que a sociedade vem sofrendo, tem sido identificado que o bem-estar do trabalhador tem grande influência em suas atividades e, respectivamente, em seus resultados. Por esse motivo, tem se tornado necessária à preocupação com a qualidade do ambiente de trabalho que será oferecido ao colaborador.

  1. Características da Síndrome de Burnout

Segundo Maslach (apud LIMONGI-FRANÇA e RODRIGUES, 2005, p. 53) caracteriza-se o Burnout em três aspectos básicos:

  • Exaustão emocional – Costuma deixar os profissionais pouco tolerantes, facilmente irritáveis, “nervosos”, e “amargos”, no ambiente de trabalho e até mesmo fora dele, com familiares e amigos. As relações com o trabalho e com a vida são vividas como insatisfatórias e pessimistas.
  • Despersonalização - É o desenvolvimento do distanciamento emocional. O profissional perde a capacidade de identificação e empatia com as pessoas que o procuram em busca de ajuda. A questão relacionada ao trabalho é vista como um transtorno, pois o incomoda e perturba.
  • Redução da realização pessoal e profissional – o Burnout surge principalmente nas áreas em que as pessoas acreditam serem as mais promissoras para suas realizações, nos profissionais que procuram a competência, uma posição de destaque na comunidade, ser reconhecidos e alcançar boa situação econômica. Geralmente conduz a uma avalição negativa e baixa de si mesmo.

Para os autores, com o aumento do estresse emocional e a despersonalização e de todos seus efeitos, não é raro possuirmos uma percepção de que existem inadequações, onde o sentimento é de que se têm realizado ações que obtiveram falhas, com seus propósitos, normas e conceitos, podendo surgir a sensação de que se tornou outro tipo de pessoa, aparecendo à queda da autoestima e podendo chegar à depressão.

2.4 Qualidade de Vida no Trabalho - Recomendações e Indicadores

       Para Limongi-França e Rodrigues (2005, p. 160), “o trabalho é aquele que motiva e gratifica, quando realizado com afinco exige esforço, capacidade de concentração, de raciocínio, implica em desgaste físico e/ou mental, sendo importante que os gestores atentem para esse fato”, pois a tendência acaba sendo inversa, ou seja, “de estimular ambientes e pessoas para que o alto nível de estresse seja positivo para administrar a organização. Cabe a eles diagnosticar e tomar medidas administrativas que minimizem o quanto possível, as situações de estresse no trabalho”.

       Segundo a autora, existem seis aspectos que revelam o estilo de vida de uma pessoa, chamados de Hexágono Vital:

  • Alimentação – a alimentação é uma variável importante a ser considerada nos momentos de estresse. Pode criar defesas que ajudam a passar por estas situações.
  • Atividade física regular – é fundamental para a qualidade de vida e deve ser realizada de forma que se torne um hábito.
  • Tempo de repouso adequado e de relaxamento – como forma de controlar o estresse.
  • Espaço para lazer e diversão – procurar atividades que lhe dão prazer.
  • Trabalho – além de proporcionar sua sobrevivência deve lhe render satisfação.
  • Inserção em grupo social – manter contato com alguém, interagindo com outras pessoas é uma maneira de suportar o estresse.

Segundo Silva (2015, p. 07), “a Síndrome de Burnout aparece no indivíduo como uma resposta ao estresse laboral”. Além de “tratar-se de uma experiência subjetiva interna que agrupa sentimentos e atitudes e que tem um semblante negativo para o indivíduo, dados que implicam alterações, problemas e disfunções psicofisiológicas com consequências nocivas para a pessoa e para a organização”. 

Para a autora, a ausência de realização pessoal no trabalho constitui-se como uma predisposição desses profissionais a analisar-se negativamente, afetando a competência na execução do trabalho e o vínculo com as pessoas.

Segundo Trigo, Teng e Hallak (2007, p. 226-229), para a enumeração dos fatores de risco, para o desenvolvimento do Burnout, são levadas em consideração quatro dimensões:

  • Organização, onde estão incluídos a Burocracia, a ausência de autonomia, a rigidez nas normas da instituição, questões de relacionamento dos membros de uma equipe, como respeito, consideração, problemas de comunicação, falta de perspectiva de crescimento na carreira, problemas ambientais que podem levar a riscos e problemas de distribuição de tarefas (sobrecarga de alguns).
  • Indivíduo, características da personalidade, pessoas que se se envolvem em tudo, indivíduos competitivos, esforçados, impacientes, com excessiva necessidade de controle das situações, dificuldade em tolerar insatisfações, são índices associados à Síndrome.
  • Trabalho, pressão no trabalho, sobrecarga, salários desiguais que geram pouco ou nenhum contentamento do trabalhador.
  • Sociedade, evita que o indivíduo procure a família e amigos, pouco tempo para lazer devido ao trabalho, valores e normas culturais que podem ou não influenciar no desenvolvimento da Síndrome.

Conforme Pontes (2015, p. 01), “as empresas, para se manterem no mesmo nível das exigências da economia globalizada, impõem aos trabalhadores uma crescente pressão, que causam aumento das horas extras, da carga de trabalho, metas impossíveis de serem cumpridas, trabalho por turnos ou noturno, dentre outras”.

Para Castanhede (2012, p. 01), a Síndrome como doença, está relacionada aos estímulos externos à qual é submetida uma determinada pessoa e ao esgotamento que ela pode sofrer. As mudanças tecnológicas e a elevação dos rendimentos, levaram a consideráveis impactos à saúde do trabalhador, visivelmente no campo físico e psíquico.

De acordo com Viveiros (2004, p. 01):

[...] profissionais mais idealistas, exigentes consigo mesmos, dedicados e com menos capacidade de lidar com situações difíceis estão mais propensos a sofrer da Síndrome, assim como aqueles que estão sujeitos a desorganização, baixos salários, poucas perspectivas de promoção, assédio moral e competição excessiva no ambiente de trabalho.

No entendimento de Gelly (2014, p. 01), são muitos os casos de manifestações desta Síndrome, que se torna cada vez mais constante, pois as pressões do dia a dia, a disputa acirrada, trabalho excessivo, levam a níveis aterrorizantes de estresse, que se não identificados a tempo, tornam-se permanentes, desenvolvendo a Síndrome.

        Para Oliveira, Gurguel, Costa e EI-Aouar (2014, p. 63), cabe salientar que:

[...] nas profissões que exigem diariamente uma interação entre as pessoas, esta Síndrome pode se manifestar como uma possível decorrência adversa desse contato. Em outras palavras, qualquer espaço de trabalho, o trabalhador pode manifestar/desenvolver a Síndrome de Burnout, tendo em vista os fatores internos ao próprio trabalho, bem como questões externas, como, por exemplo, relações familiares, doenças, dentre outras que podem acometer qualquer ser humano.

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        Segundo Castro e Zanelli (2007, p. 4 e 13), “as pessoas que desenvolvem Burnout são engajadas com um futuro profissional e comprometidas com valores que desejam pôr em prática. O fracasso e a perda desse futuro geram desilusão e uma consequente perda do comprometimento, dando lugar à sintomatologia de Burnout”.

        Para os autores, o desenvolvimento da Síndrome de Burnout envolve aqueles profissionais motivados e comprometidos com sua profissão e seu trabalho e que, progressivamente, vão exaurindo-se, descomprometendo-se e frustrando-se. Tal processo indica um desvio ou uma perda do projeto de ser original, que, por sua vez, vai afetando o desejo de fazer tal trabalho e de ser determinado sujeito através do trabalho que realiza.

        De acordo com Andrade (2015, p. 02), as principais causas da Síndrome são:

  • Sobrecarga de trabalho: Um problema corriqueiro, pois as vezes, é acrescentado responsabilidades extras sem se importar com o indivíduo, o trabalhador não sabe dizer não, aceita tarefas que não lhe competem, gerando frustração.
  • Ambiguidade: Quando não há clareza na comunicação, o gestor consegue enxergar a falta de resultado como incompetência do trabalhador e o mesmo vê o seu gestor como uma pessoa injusta.
  • Conflito: Enfrentar conflitos torna-se desanimador. A sensação é de estar trabalhando contra si mesmo. Quanto mais tempo o conflito persistir, fica mais difícil conseguir qualquer resultado de valor.   

Segundo Orlandi (2011, p. 03), a pressão para obter resultados é:

[...] uma das principais causas deste transtorno. Na ânsia para obter bons resultados, muitos líderes exageram na cobrança e definem metas na maioria das vezes difíceis de serem alcançadas, fazendo o colaborador se desgastar e se frustrar por um resultado não atingido. Outra causa que colabora para o desenvolvimento do Burnout é deixar o colaborador na mesma função durante muito tempo, sem ter novos desafios e autonomia para fazer uma função diferente que o estimule, que faça ele se sentir capaz de realizar algo diferente.

3 METODOLOGIA

O trabalho foi desenvolvido por meio de uma pesquisa bibliográfica, abrangendo a leitura, análise de livros e periódicos. Analisando os fatores e exigências sobre o que é ter saúde na relação com o trabalho, a Síndrome de Burnout é considerada um dos desdobramentos mais importantes do estresse profissional tornando o tema estudado de grande relevância.

Os argumentos definidos para a elaboração da pesquisa foram à Qualidade de Vida no Trabalho, Síndrome de Burnout e Fatores desencadeadores da Síndrome de Burnout.

Deu-se preferência para a utilização do acervo bibliográfico da Faculdade Santa Marcelina, com publicações dos últimos 17 anos, na Língua Portuguesa, bem como a obra de Christina Maslach, professora de Psicologia da Universidade da Califórnia, e pesquisadora sobre a Síndrome de Burnout.

A pesquisa foi complementada com artigos disponíveis na Internet, na base de dados do Google acadêmico e sites como: www.abqv.com.br, www.g-qvt.com.br, dentre outros.

Os tópicos que foram desenvolvidos durante a pesquisa são:

  • Qualidade de Vida no Trabalho – conceitos, recomendações e indicadores;
  • Síndrome de Burnout – conceitos e características;
  • Síndrome de Burnout – principais desencadeadores.

O conhecimento da Síndrome de Burnout e dos modos de gestão em busca do bem-estar e de uma boa qualidade de vida contribuiu para as considerações finais desse trabalho.

Para melhor identificar os procedimentos metodológicos adotados, utilizou-se a classificação segundo Diehl e Tatim (2004, p. 63), como segue.

  • Quanto à abordagem do problema, no presente estudo foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa. Os textos foram selecionados e analisados em função de sua relação com o tema e o problema de pesquisa.
  • Quanto o objetivo geral, foi elaborada uma pesquisa descritiva, apresentando as características de um determinado fenômeno.
  • Quanto ao propósito, foi uma pesquisa diagnóstico, pois analisou os motivos que levaram a uma determinada situação.
  • Quanto ao procedimento técnico, foi uma pesquisa bibliográfica.

4 ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS

Após análise detalhada dos dados coletados no referencial teórico, foi possível identificar os desencadeadores da Síndrome de Burnout. A Figura 1 a seguir apresenta os resultados encontrados.

Fatores que desencadeiam a Síndrome de Burnout

Autores

Total

Desencadeadores da Síndrome

Desgaste físico ou mental

X

1

Estresse laboral

X

X

X

3

Falta de realização pessoal

X

1

Falta de autonomia

X

X

2

Pressão no trabalho

X

X

X

X

4

Baixa salarial

X

X

Competição excessiva

X

X

X

3

Questões externas

X

X

X

3

Acúmulo de tarefas

X

X

X

3

Comunicação ineficiente

X

X

2

Conflitos

X

X

2

Normas institucionais rígidas

X

1

Ambiente físico e seus riscos

X

1

Trabalhos por turnos e noturnos

X

X

2

Andrade (2015)

Castanhede (2012)

Castro e Zanelli (2007)

Gelly (2014)

Limongi-França (2005)

Oliveira, Gurguel, Costa e EI-Aouar   (2014)

Orlandi (2011)

Pontes (2015)

Silva (2015)

Trigo, Teng e Hallak (2007)

Viveiros (2004)

            Figura 1: Fatores que desencadeiam a Síndrome de Burnout.

            Fonte: Elaborada pelas autoras.

Analisando-se a tabela acima foi observado que a maioria dos autores considera que os fatores de risco para o desenvolvimento da Síndrome de Burnout, estão relacionados à organização.

A percepção dos trabalhadores sobre seu trabalho é fundamental no surgimento da Síndrome, principalmente quando a atividade é vista como estressante ou que envolvem pessoas que atrapalham o ambiente.

Isso ocorre porque a Síndrome resulta da qualidade das relações entre o indivíduo e seu ambiente de trabalho, entendido como a forma de interação entre as pessoas, o tipo de gestão e valores institucionais.

O segundo grupo de fatores está relacionado por características próprias do indivíduo. Conforme observado na visão dos autores, esta dimensão refere-se às sensações de estar além dos limites e exauridos de recursos físicos e emocionais. Os indivíduos que estão sofrendo deste mal precisam de energia suficiente para enfrentar mais um dia ou outro problema.

Como terceiro grupo pode-se citar a sociedade em geral.  Alguns autores citam que o indivíduo acometido por Burnout pode provocar distanciar-se dos familiares, como filhos e cônjuges.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto pôde concluir-se que a saúde do trabalhador está cada vez mais vulnerável as pressões organizacionais, levando o trabalhador a estados críticos de estresse. É de grande relevância que as empresas tenham uma preocupação com a Qualidade de Vida do seu trabalhador, dando maior ênfase a responsabilidade social, criando medidas dentro da organização, afim de diminuir o impacto da Síndrome de Burnout, já que o trabalhador passa maior parte do seu tempo no seu ambiente de trabalho.

Este trabalho definiu como problema de pesquisa “Quais os fatores mais relevantes que ocasionam a Síndrome de Burnout no ambiente de trabalho? ”

Os resultados apresentados no tópico anterior deixam claros que são diversos os fatores, agrupados nas dimensões Organização, Indivíduo e Sociedade. Os mais relevantes estão relacionados à dimensão Organizacional. A percepção dos trabalhadores sobre seu trabalho, a qualidade das relações entre o indivíduo e seu ambiente laboral, entendido como a forma de interação entre as pessoas, o tipo de gestão, os valores institucionais, entre outros, estão nesta dimensão.

Observa-se a grande importância do gestor, ou líder, medidas que podem ser utilizadas para minimizar os problemas relativos à Síndrome. Verifica-se que fatores como acúmulo de tarefa, comunicação ineficiente, são aspectos que podem ser tratados pelos líderes tendo como reflexo um melhoramento no clima organizacional.

Cabe salientar que algumas medidas afins de evitar a Síndrome podem ser tomadas pelo próprio trabalhador, tais como, cuidado especial com alimentação, pratica regular de exercícios físicos, buscar dormir pelo menos 8 horas diária, além de reservar tempo para família, amigos e a si mesmo.

Na elaboração do trabalho foi utilizado principalmente o acervo Acadêmico da Instituição de Ensino onde as autoras estudam, o que gerou certa limitação quanto aos resultados obtidos referente os fatores desencadeantes existentes. É aconselhável a ampliação nacional sobre o assunto, já que é um campo novo, mas com importante repercussão social.

Como continuidade do estudo sobre o tema, sugere-se um novo trabalho, com uma pesquisa de campo, aplicada em empresas de diferentes segmentos e ramos de atuação, uma vez que a Síndrome não afeta somente o profissional da saúde e educação, mas está intrinsicamente relacionada a todas as áreas de atuação. Os resultados colhidos pela coleta de dados podem ser comparados com os aqui obtidos, permitindo uma comparação entre a teoria existente e a visão dos atores atuantes dentro das organizações

REFERÊNCIAS

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ARANTES, M. A. A. C; VIEIRA M. J. F. Estresse. São Paulo: Casa do psicólogo, 2002.

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DIEHL, A. A., TATIM, D. C. Pesquisa em ciências sociais aplicadas: métodos e técnicas. São Paulo: Prentice Hall, 2004.

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LIMONGI-FRANÇA, Ana Cristina, RODRIGUES Avelino Luiz. Stress e Trabalho: Uma Abordagem Psicossomática. São Paulo: Atlas, 2005.

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MASLACH C., Uma teoria multidimensional de Burnout. Em: CL Cooper (Org.), Teorias de estresse organizacional (1998). Manchester: Oxford University.

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TRIGO, Telma Ramos; TENG, Chei Tung; HALLAK, Jaime Eduardo Cecílio. Síndrome de Burnout ou estafa profissional e os transtornos psiquiátricos. Revista de Psiquiatria Clínica. Nº 34, Ano 5, 223-233, 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rpc/v34n5/a04v34n5.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2015.

VIVEIROS, Mariana. Excesso de trabalho pode provocar a Síndrome de "Burnout". 2004. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u3808.shtml> Acesso em: 23 ago.2015.

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Sobre as autoras
Rosimara Nogueira

Graduanda do curso de Administração da FASM

Elisângela Rosa Bolpeti

Graduanda do curso de Administração da FASM

Camila Francisca Cardoso dos Santos

Graduanda do curso de Administração da FASM

Informações sobre o texto

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