Folha de pagamento e seus pesados encargos, aluguéis, impostos e tributos, juros bancários ou matéria-prima?
Dentre os pesados e cruéis itens acima, qual seria o que mais onera o caixa das micro, pequenas e médias empresas, levando-as, muitas vezes, à falência?
A resposta é um pouco engraçada, mas bem interessante: nenhum deles e todos eles! Deu para entender? Não?
Eu explico!
O pagamento de salários e seus encargos sociais representa, para muitas empresas, o mais salgado custo mensal. Tanto em época de crise como fora dela não é nada fácil para os gestores arcarem com esse encargo, ainda mais pelo fato de que uma empresa não se movimenta sozinha, tendo em seus funcionários um dos mais importantes ativos.
O pagamento de aluguéis é igualmente perverso. E, quando a economia está parada, poucas coisas doem mais do que pagar tributos que independem do bom andamento dos negócios.
Os juros bancários, velhos conhecidos, são o que sempre foram. Todavia, em uma economia em crise, tornam-se ainda mais cruéis, devido à lógica capitalista maligna do sistema financeiro. Se a sociedade está em crise, o risco aumenta. Se o risco aumenta, leva consigo para as alturas as taxas de juros. E o resto todo mundo sabe!
O mais elevado custo, todavia, e o que mais pode corroer o caixa já doente de muitas empresas, é o chamado CUSTO DO DESPERDÍCIO e da DESORDEM.
Isso mesmo. Boa parte dos recursos que saem das empresas poderiam ser economizados através de técnicas simples de gestão, que nada têm de complicadas. Ao contrário, estão ao alcance de todos nós.
Pense em um daqueles armarinhos antigos, uma daquelas simpáticas lojinhas de interior. Lembram das tais cadernetas, onde os donos anotavam tudo? Pois é. Muitos empresários nem sequer têm noção de quais são as suas despesas mensais.
O primeiro passo é pegar um caderno em branco e anotar tudo. Todas as contas a pagar e seus respectivos vencimentos. Este procedimento, quando feito com humildade, provoca inúmeras reações nas pessoas.
Alguns se apavoram, ao concluírem que suas despesas são muito maiores do que pensavam. Outros, enlouquecem, quando descobrem que estão pagando contas completamente desnecessárias.
Um exemplo disso aconteceu com uma cliente nossa. A empresa tinha cinco imóveis sem alugar. Três de seus locatários tinham falido, deixando, inclusive, dívidas de aluguéis. Os outros dois tiveram de rescindir seus contratos por não conseguirem suportar os reajustes nos valores mensais dos aluguéis.
Ao perceber que os cinco imóveis comerciais estavam parados, gerando despesas completamente necessárias, como pagamento de condomínio e IPTUs, a cliente ficou muito preocupada. Mas quando descobriu que todos os cinco imóveis estavam com suas contas de energia elétrica ativas, gerando pagamentos mensais à concessionária, sem nenhuma necessidade, ela quase surtou.
Este é um pequeno exemplo de como o esforço e o suor dos empresários e empreendedores pode ir pelo ralo. Se pararem para pensar, verão vários outros exemplos dentro de suas próprias empresas ou, até mesmo, dentro de suas casas.
Algo que poderia ser resolvido com o velho e ultrapassado livrinho de contas a pagar e uma caneta. Às vezes, a melhor arma contra o desperdício é a humildade de fazer o que é simples.
Simples assim!