A alegoria da caverna: uma interpretação epistemológica

29/10/2016 às 12:26
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O mito da caverna é uma das alegorias mais famosas da filosofia antiga, repleta de metáforas, ela vem sendo estudada e utilizada através dos séculos, traduzindo de forma simples e didática a importância e função da razão científica para o homem.

Introdução

A alegoria platônica demonstra, de forma clara, como as ideias e concepções do mundo se constroem, segundo o contexto e experiência de cada indivíduo. Desta forma, a construção de realidade de cada pessoa e, consequentemente, de cada grupo social, se forma mediante a percepção do mundo a seu redor. Essa percepção, invariavelmente construída de forma espontânea, acarreta uma distorção entre o entendimento da realidade e a formação simbólica do mundo.

O mito de Platão conta que dentro de certa caverna, pessoas estavam aprisionadas, viradas da entrada, de forma que sua única visão era do fundo. Estes homens não conseguiam ver a luz do Sol, nem qualquer objeto fora da caverna, as únicas imagens que se tornavam nítidas no breu eram as sombras que se projetavam na parede ao fundo. Assim quem passasse pela abertura da caverna tinha sua sombra refletida na parede e era apenas por essas imagens que os homens acorrentados construíam sua realidade de mundo.


Quem foi Platão?

Platão, filósofo grego, nascido em 427 a.C. Foi um dos mais importantes filósofos de todos os tempos. Acredita-se que seu nome verdadeiro tenha sido Aristócles; Platão era um apelido que, provavelmente, fazia referência à sua característica física, tal como o porte atlético ou pelos ombros largos, ou ainda a sua ampla capacidade intelectual de tratar de diferentes temas.

Πλάτος (plátos), em grego significa amplitude, dimensão, largura. Sua filosofia é de grande importância e influência. Platão ocupou-se com vários temas, entre eles ética, política, metafísica e teoria do conhecimento.

Suas teorias, chamadas de Platonismo, concentram-se nas distinções de dois mundos: o visível, sensível ou mundo dos reflexos; e o invisível, inteligível ou mundo das idéias. Era discípulo de Sócrates, e desenvolve a Teoria do Método (ou dialética) e a Teoria da Reminiscência, segundo a qual o homem vive no mundo das idéias antes de sua reencarnação e as contempla em seu estado puro.

Após a morte de Sócrates, em 399 a.C, deixa Atenas e viaja por muitos anos, passando pelo Egito e pela Itália. Na Sicília, é incumbindo de ensinar filosofia ao rei Dionísio, que depois o expulsa de sua corte, vendendo-o como escravo. Quando volta pra Atenas em 387 a.C, e funda a Academia, procurando reabilitar a filosofia de Sócrates. Morre em 347 a.C.

Seus livros mais conhecidos são: Apologia de Sócrates, no qual retoma as teorias do filósofo sobre a idéia, dando-lhes novo sentido; O Banquete, que expõe de forma poética a dialética do amor; A República, que contém em síntese toda a sua filosofia e abordam teorias sobre a imortalidade da alma, a política e a dialética.

O mito que analisaremos está contido no livro: A República. Esta é a mais importante das obras de Platão. A República combina engenhosamente um modelo de utopia social a uma teoria sobre a construção do conhecimento humano. Platão expõe aqui suas idéias políticas e filosóficas, ao de propostas estéticas, éticas, pedagógicas e jurídicas. Está também no livro a famosa alegoria da caverna, por meio da qual o filósofo ilustra a evolução do conhecimento, desde as sombras da ignorância até a realidade suprema, que corresponderia à idéia solar do Bem.

Para Platão, o processo de aquisição do conhecimento é uma experiência libertadora, que permite emergir do mundo das aparências ilusórias. Convite à reflexão sobre os princípios supremos da realidade e a proposta de uma cidade ideal.


O Mito

Imaginemos uma caverna subterrânea onde, desde a infância, geração após geração, seres humanos estão aprisionados. Suas pernas e seus pescoços estão algemados de tal modo que são forçados a permanecer sempre no mesmo lugar e a olhar apenas para frente, não podendo girar a cabeça nem para trás nem para os lados. A entrada da caverna permite que alguma luz exterior ali penetre, de modo que se possa, na semi-obscuridade, enxergar o que se passa no interior.

A luz que ali entra provém de uma imensa e alta fogueira externa. Entre ela e os prisioneiros - no exterior, portanto - há um caminho ascendente ao longo do qual foi erguida uma mureta, como se fosse a parte fronteira de um palco de marionetes. Ao longo dessa mureta-palco, homens transportam estatuetas de todo tipo, com figuras de seres humanos, animais e todas as coisas.

Por causa da luz da fogueira e da posição ocupada por ela, os prisioneiros enxergam na parede do fundo da caverna as sombras das estatuetas transportadas, mas sem poderem ver as próprias estatuetas, nem os homens que as transportam.

Como jamais viram outras coisas, os prisioneiros imaginam que a sombra vista são as próprias coisas. Ou seja, não podem saber que são sombras, nem podem saber que são imagens (estatuetas de coisas), nem que há outros seres humanos reais fora da caverna. Também não podem saber que enxergam porque há a fogueira e a luz no exterior e imaginam que toda a luminosidade possível é a que reina na caverna.

Que aconteceria, indaga Platão, se alguém libertasse os prisioneiros? Que faria um prisioneiro libertado? Em primeiro lugar, olharia toda a caverna, veria os outros seres humanos, a mureta, as estatuetas e a fogueira. Embora dolorido pelos anos de imobilidade, começaria a caminhar, dirigindo-se à entrada da caverna e, deparando com o caminho ascendente, nele adentraria.

Num primeiro momento, ficaria completamente cego, pois a fogueira na verdade é a luz do sol, e ele ficaria inteiramente ofuscado por ela. Depois, acostumando-se com a claridade, veria os homens que transportam as estatuetas e, prosseguindo no caminho, enxergaria as próprias coisas, descobrindo que, durante toda sua vida, não vira senão sombras de imagens (as sombras das estatuetas projetadas no fundo da caverna) e que somente agora está contemplando a própria realidade.

Libertado e conhecedor do mundo, o prisioneiro regressaria à caverna, ficaria desnorteado pela escuridão, contaria aos outros o que viu e tentaria libertá-los.

Que lhe aconteceria nesse retorno? Os demais prisioneiros zombariam dele, não acreditariam em suas palavras e, se não conseguissem silenciá-lo com suas caçoadas, tentariam fazê-lo espancando-o e, se mesmo assim, ele teimasse em afirmar o que viu e os convidasse a sair da caverna, certamente acabariam por matá-lo.


Discussão

Em “O Mito da Caverna”, é criada uma metáfora para descrever a situação geral em que se encontra a humanidade. Essa metáfora consiste em propor que todos nós estamos condenados a ver sombras em nossa frente e as imaginarmos como verdadeiras.

Platão descreve a humanidade condenada à seguinte condição: seres-humanos algemados de tal modo que são forçados a permanecer sempre no mesmo lugar e a olhar sempre para frente, sem poder girar a cabeça para trás ou para os lados, dentro de uma caverna semi-obscura, onde a luz que entra ali provém de uma imensa fogueira externa. No exterior da caverna, há um caminho ascendente, ao longo do qual foi erguida uma mureta, que pode ser comparada a parte fronteira de um palco de marionetes. Através desse caminho, homens transportam estatuetas de todo tipo: figuras de seres-humanos, animais e todas as coisas. As pessoas dentro da caverna só podiam ver as sombras, projetadas ao fundo da caverna, surgindo e se desfazendo, dos objetos transportados fora dela, ou seja, acreditavam que aquelas imagens das sombras eram verdadeiras por jamais terem visto outra coisa.

Então, Platão indaga: o que aconteceria se um daqueles presos fosse libertado? Estaria dolorido e se movimentaria sem agilidade provocado pelos anos de imobilidade. Em primeiro lugar, observaria a caverna como um todo, os seres humanos, a mureta, as estatuetas e a fogueira, que na verdade é a luz do sol. Assim, teria bastante dificuldade de enxergar, com os olhos ofuscados pelo imenso brilho proporcionado pela luz, visto que a iluminação da caverna era escassa e, assim, imaginava que aquela intensidade de luz era toda a luminosidade possível existente para todos.

Em seguida, quando seus olhos se acostumassem com a grande claridade, se depararia com os homens transportando as estátuas e, prosseguindo, enxergaria as coisas reais, descobrindo a existência de um mundo totalmente oposto ao que estava habituado. Concluiria que, durante toda sua vida não vira nada se não a sombra das imagens reais, assim contemplando a própria realidade.

Libertado e com o conhecimento do mundo, ao retornar a caverna, estaria desacostumado com a escuridão. Tentando libertá-los, contaria aos outros o que viu fora dali. Seria ridicularizado, ninguém iria crer nas descrições feitas. Se insistisse em contar suas histórias, os demais o fariam parar através de violência, agredindo-o. Se ainda assim não cessasse, acabariam por matá-lo (com o crime de querer mostrar o caminho da luz e da sabedoria).

Ao falar do caminho da ascensão, o filósofo nos remete o conceito da ignorância, a idéia da correção do olhar: o sábio deveria corrigir o olhar dos acorrentados de modo a levá-los a direcionar-se para a luz do saber.

Vivendo num mundo “fictício”, os seres-humanos que ali habitam tomam o seu redor como a única verdade existente, sem abrir suas mentes aos novos conhecimentos, sensações e vivências, excluindo e desmoralizando qualquer um que ali chegue e descreva alguma coisa diferente do que estão familiarizados.

Em suas metáforas, Platão nos mostra como as pessoas se fecham em um mundo de trevas (sem nenhum conhecimento variado) .

Encontramos, então, a questão da natureza e do limite do conhecimento, uma provocação epistemológica: o que é a verdade? (essência versus aparência).

Impressionante é saber que o mito foi escrito há 2.500 anos, e que a teoria de Platão ainda reina, quando pessoas vivem em um mundo alternativo obscuro, tomando que a luz é o conhecimento e a escuridão é a ignorância.


Conclusão

Ao escrever a Alegoria da Caverna, Platão faz referia de forma metafórica aos seus contemporâneos, fazendo uma genial crítica a crendices e superstições da época. Sendo; pois, o filósofo o ser libertado, capaz de fugir dos grilhões da ignorância indo a busca do saber.

Ao analisarmos as características atuais, com as encontradas na época de Platão, vemos uma profunda semelhança. Sobretudo, o conteúdo do conto, pode ser facilmente transferido para a realidade de hoje. Em relação à alienação e a ignorância, pode-se citar o exemplo da mídia, que atualmente atua como grande fator alienativo da população, metaforicamente, os meios de comunicação social seriam os grilhões que prendem a grande massa. Outro exemplo é o possível retorno do Panis et circensis, política de Pão e Circo, conhecida do Imperador César, aplicada ao Antigo Império Romano, uma maneira de contentar a população oferecendo comida e diversão, dessa maneira obliterando o espírito crítico e a capacidade ativista e contestadora.

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A obra de Platão ilustra a necessidade do homem de encontrar a verdade e libertar-se da ignorância, não obstante, para tanto há a necessidade de que “os grilhões sejam quebrados”. Neste caso o único modo de faze-lo é pela aquisição do conhecimento. Um exemplo desse, é através do ensino formal adquirido na escola. Entretanto, em um mundo dotado de grandes contrastes socioeconômicos, sobretudo na realidade brasileira, observamos a deferência educacional como grande obstáculo.

Por outro lado, podemos analisar o conceito da liberdade em detrimento do saber, como uma busca utópica. Numa comparação metafórica, a busca pela ciência seria como se tentássemos chegar no horizonte, onde o conhecimento total seria o horizonte, e eterna jornada seria a aprendizagem. Neste caso, voltando ao conto, por quê por mais que saibamos o que há ao redor da caverna, nunca saberemos tudo o que há lá fora.

O mito da caverna representa a constituição da realidade, onde as falsas imagens e sombras se sobrepõem às ideias e conceitos reais. Essa incorreta noção da realidade faz com o que os homens criem pré-conceitos que acabam por nortear sua fantasia e, consequentemente, sua vida. Assim, a mais leviana interpretação mitológica de Platão, demonstra a importância da sabedoria e da busca pelo conhecimento real, na tentativa de se desprender das amarras da ignorância e poder conhecer e desfrutar do mundo real, fora da caverna.

Analisando os outros elementos míticos, segundo a própria concepção platônica, as correntes simbolizam a força de resistência que os homens tem ao comodismo das ideias e preceitos culturalmente impostos. A existência de Deus, a necessidade de se obedecer os preceitos morais, são exemplos de símbolos apropriados pelos homens ao longo de seu desenvolvimento e tomados como verdadeiros. A quebra das correntes e o caminhar para fora da caverna representam a tomada de consciência crítica, a reflexão das ideias, até então tidas como verdadeiras, e a construção de um novo pensamento.

É claro que, como na metáfora, o exercício da reflexão e do pensamento crítico representaria uma certa dificuldade no início, pois a luz do Sol ofuscaria a visão do mundo real no início, sendo necessário que os prisioneiros libertados se acostumassem com a forte luminosidade, para, então, contemplar o mundo a seu redor. A saída da caverna, a observação de todos os detalhes e cores do mundo, e, por fim, seu desfruto, seriam um último estágio de evolução, onde o homem já não estaria mais ofuscado pela luz solar, e poderia contemplar o mundo de forma plena.

No exemplo clássico da árvore, ao ser perguntado o motivo pelo qual o homem mantinha o conceito de árvore mesmo diante das mais variadas formas, tamanho e espécies, Platão explica que independente de qual seja a árvore no mundo da realidade, existe uma árvore ideal no mundo das ideias e é com base nessa árvore, imaginária e perfeita, que o homem simboliza e identifica todas as árvores do mundo. Destarte, pode-se entender que o homem constrói sua consciência por meio da criação de símbolos, que são representações imaginárias da realidade. Primeiramente o homem utiliza seus sentidos para identificar um objeto, então ele utiliza sua percepção para interpretá-lo. O homem então pode ser chamado de objeto cognoscível, pois é ele quem quer conhecer o mundo e os demais objetos, estes, por sua vez, são os objetos cognoscíveis, aqueles que podem ser conhecidos.

Ora, a primeira vista parece lógico e intuitivo que ao filósofo moderno ou ao estudante que sua situação no mundo já seja aquela dos prisioneiros libertos, com suas plenas capacidades para observar e provar o mundo. Contudo, em que pese todo o conhecimento agregado pela humanidade desde os tempos do primitivismo, será que de fato o homem está hoje liberto dos grilhões da ignorância? Será que o simples fato de estar numa sociedade complexa e desenvolvida, estudar (no sentido mais formal da palavra) e exercer alguma atividade profissional ou inlectual já o torna capaz de entender e conhecer o mundo verdadeiro, livre de preconceitos e ilusões? Ou será que mesmo diante de todo conhecimento e desenvolvimento o homem hodierno ainda permanece como os prisioneiros de Platão?

Em suma, a filosofia ensina que o homem deve buscar a verdade, por meio da razão, contudo, será que esta realidade pode, de fato, ser alcançada? Utilizando-se da própria metáfora da caverna, sabendo que o homem, acorrentado a um corpo finito e limitado, contando apenas com seus sentidos, sua percepção e sua capacidade cognitiva para pensar o mundo, será que estes meios seriam suficientes para conhecê-lo em sua plenitude? Talvez, nesse argumento, se esteja a caminhar para uma explicação, de certa forma, metafísica ou teológica, entretanto, o que se pretende discutir é se a tomada de consciência e a busca crítica de uma realidade, como papel precípuo da Filosofia, não seja, em realidade, uma utopia. Em outras palavras, não seria a verdade, a episteme, um conhecimento tão puro e amplo, que não seria possível, nem inteligível se chegar a ele. Neste sentido, o importante não seria atingí-lo, e apropriar-se desse excelso conhecimento, mas continuar tentado, buscando e caminhando em sua direção.


Referências

Educaterra: Mito da Caverna. Recuperado em 25 de março de 2007: https://educaterra.terra.com.br\voltaire\cultura\caverna.html

Wikipédia, a enciclopédia livre: Mito da Caverna. Recuperado em 26 de março de 2007: https://pt.wikipedia.org/wiki/Mito_da_caverna

Sua Pesquisa.Com: Platão, Biografia e obras filosóficas deste importante filósofo da Grécia Antiga (História da Filosofia). Recuperado em 26 de março de 2007: https://www.suapesquisa.com/platao

Chauí, Marilena de Souza (2003). Convite à Filosofia. São Paulo: Ática

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Sobre o autor
Felipe Adaid

Advogado e consultor jurídico em Direito Penal e Direito Penal Empresarial no Said & Said Advogados Associados. Foi Diretor de Gerenciamento Habitacional da Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação e Primeiro Secretário do Conselho de Habitação do Município da Valinhos, SP. Mestre em Educação e Políticas Públicas pela PUC Campinas. Ingressou em primeiro lugar no mestrado e foi contemplado com a bolsa CAPES durante os dois anos de curso. Cursou disciplinas de pós-graduação na Unicamp. É especializando em Direito Penal, Processo Penal e Criminologia, pela PUC Campinas. Na graduação, tem 5 semestres de créditos no cursos de Psicologia, também pela PUC Campinas. Durante a graduação de Direito também foi bolsista de iniciação científica, CNPq, e foi monitor em diversas disciplinas, tanto no curso de Direito como no curso de Psicologia. Foi membro do grupo de pesquisa Direito à Educação do Programa de Pós-Graduação da PUC Campinas. É corretor de revistas científicas pedagógicas e jurídicas. É autor de 11 livros, sendo 3 ainda em fase de pré-lançamento, e organizador de outros 10 livros, além da autoria de 44 capítulos de livros publicados no Brasil, no Chile e em Portugal. É autor de mais de 100 publicações científicas, entre artigos científicos, resenhas e anais, nacionais e internacionais. Ademais, também escreve periodicamente ensaios e artigos para jornais e blogs. No âmbito acadêmico, suas principais bases teóricas são: Foucault, Lacan, Freud, Dewey e Nietzsche. Por fim, tem interesse sobre os seguintes temas: Direito, Direito Penal, Criminologia, Psicologia, Psicologia Forense, Psicanálise, Sexualidade, Educação e Filosofia.

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Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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