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A prática do crime do colarinho branco no Brasil: uma análise segundo a visão de Sutherland e Friedrichs

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Conclusão

Foi demonstrado neste trabalho, em síntese, qual o perfil dos criminosos do colarinho branco, os quais são, no geral, adultos com anos de experiência no ambiente em que eles praticam os crimes, com bom status social, poder aquisitivo, além de fazerem parte da classe média ou alta, o que os ajuda na pratica de delitos econômicos.

Além disso, foram analisados e comparados os dados obtidos pela empresa Price Water House Coopers sobre a prática dos crimes econômicos na sociedade e comparados com as constatações dos autores Edwin H. Sutherland e David O. Fredrichs.

A partir da análise do entendimento dos autores mencionados e dos dados da pesquisa feita pela PwC, conclui-se que, apesar dos grandes avanços e da redução da criminalidade econômica no Brasil, é necessário o aprofundamento da pesquisa sobre esse tema, para que seja possível a aplicação de penas adequadas a esses tipos de criminosos, que possuem um perfil específico e costumam praticar crimes no ambiente em que eles já estão familiarizados.

Paralelamente, o ambiente privado deve continuar investindo em meios para a prevenção desses crimes, pois as empresas podem sofrer danos muito maiores além da perda financeira pelas práticas desses crimes.

Por fim, também é necessário o estudo de novos mecanismos aptos a mensurar, de modo mais exato, quais os danos efetivamente causados por estes criminosos fora do âmbito corporativo. Isso porque, em regra, é muito difícil a constatação da ocorrência desse tipo crime pelas vítimas, que podem alcançar a população de um país inteiro e não podem ser tuteladas juridicamente, por não ser possível a mensuração do dano efetivamente causado.


Referências

Livros

FRIEDRICHS, David O, Trusted Criminals: White Collar Crime in Contemporary Society, 4th Edition, 2010.

SUTHERLAND, Edwin H., White Collar Crime, The Uncut Version, Yale University, New Heaven and London, - tradução em espanhol - "El delito de cuello blanco", Editorial bdef, Montevideo – Buenos Aires, 2009.

SILVA SANCHEZ, Jesús-María, A expansão do direito penal: aspectos da política criminal nas sociedades pós-industriais – tradução Luiz Otávio de Oliveira Rocha – 3ª ed. rev. atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013.

COSTA, José Faria, Direito Penal e a Globalização, 1ª Ed., Coimbra Editora, abril de 2010.

Endereços eletrônicos

Pesquisas sobre Crimes Econômicos, Brasil, 2014

https://www.pwc.com.br/pt/publicacoes/servicos/assets/consultoria-negocios/pesquisa-gecs-2014.pdf (Acesso em 18 de abril de 2017)

Pesquisas sobre Crimes Econômicos, Brasil, 2016:

http://www.pwc.com.br/pt/publicacoes/servicos/assets/consultoria-negocios/2016/pwc-gecs-pt-16.pdf (Acesso em 19 de abril de 2017)

http://www.pf.gov.br/imprensa/lava-jato (Acesso em 19 de abril de 2017)

http://lavajato.mpf.mp.br/ (Acesso em 19 de abril de 2017)

http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?incidente=11541 (Acesso em 19 de abril de 2017)


Notas

[1]    SUTHERLAND, Edwin H., "El delito de cuello blanco",2009, pág. XVIII.

[2]    SUTHERLAND, Edwin H, "El delito de cuello blanco",2009, pág. XIX.

[3]    FRIEDRICHS, David O., Trusted Criminals: White Collar Crime in Contemporary Society, 4th Edition, 2010, págs. IV e XXI.

[4]    FRIEDRICHS, David O, Trusted Criminals: White Collar Crime in Contemporary Society, 4th Edition, 2010, capítulo 1.

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Sobre a autora
Marina de Campos Pinheiro da Silveira

Advogada formada na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Como citar este texto (NBR 6023:2018 ABNT)

SILVEIRA, Marina Campos Pinheiro. A prática do crime do colarinho branco no Brasil: uma análise segundo a visão de Sutherland e Friedrichs. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 22, n. 5048, 27 abr. 2017. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/57329. Acesso em: 25 abr. 2024.

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