5. CONCLUSÃO
De acordo com os objetivos determinados, pode-se concluir, resumidamente, que a situação atual das negociações é pautada por uma nova estrutura mais flexível e aparentemente mais compatível com a realidade econômica e políticas dos seus signatários. O Brasil externou, através de seu Chanceler [21], com relação às oportunidades antevistas com a conclusão do Acordo, que "para nós, a ALCA é basicamente uma negociação com os Estados Unidos e o Canadá. Para o resto, não precisamos da ALCA" e, com relação aos possíveis riscos para o País, que "na negociação de tarifas, temos que evitar uma redução desequilibrada, que dificulte a entrada de nossos produtos agrícolas nos Estados Unidos e facilite a entrada dos produtos manufaturados deles no Brasil. Mas o maior risco era mesmo transformar a ALCA num instrumento que tirasse nossa liberdade de regulamentação da economia".
No que concerne aos impactos na economia e no comércio brasileiro, os resultados das pesquisas recentes são dispares, oscilando entre posições otimistas e pessimistas, isso devido a metodologia adotada por cada estudo, exigindo cautela na leitura dos dados. Nota-se, também, que a maioria dos estudos não oferecem informações detalhadas por produto, mas sim por impacto no bem-estar social e no desgaste da democracia.
Com relação aos temas de natureza sistêmica e normativa, ou seja, investimentos, serviços e propriedade intelectual, não há expectativa de serem tratados no âmbito da ALCA, mas serão levados a discussão na OMC, o que é legalmente correto, com base no Direito Internacional Público.
Salienta-se que, como tratado no decorrer do trabalho, o enfoque deve certamente girar em torno das formas e políticas de acesso a mercados e nas políticas tarifárias. Porém, para que seja possível auferir ganhos é necessário que o Brasil esteja bem preparado para identificar com clareza a sua agenda para cada um dos temas em negociação, apresentando com clareza as suas posições e perseguindo seus objetivos utilizando táticas adequadas.
BIBLIOGRAFIA:
ALMEIDA, P. R. de. Mercosul e ALCA na Perspectiva do Brasil: Uma Avaliação Política sobre Possíveis Estratégias de Atuação. São Paulo: IPRI, 2002.
ANDER-EGG, Ezequiel Apud LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de Metodologia Científica. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1991.
BOUZAS, R.; VEIGA, P. M. Como pensar a arquitetura da ALCA light? In Revista de Comércio Exterior. Ano XVIII, n. 78, jan/mar de 2004. p. 07.
BRASIL. Revista Brasil: Prestação de Contas do Governo Federal. 2003. Disponível na Internet em: <http://www.brasil.gov.br/balanço/revista/revista_42-47.pdf>. Acesso em 12/09/04.
CASTRO, T. O Processo de Formação da ALCA e a Posição brasileira: Implicações Jurídico-Diplomáticas. Artigo científico disponível na Internet em: <http://buscalegis.ccj.ufsc.br/arquivos/processo_formacao_alc_htm>. Acesso em 07/09/2003.
COUTINHO, L. G. (Coord.), et al. Estudo da competitividade de cadeias integradas no Brasil: impactos das zonas de livre comércio. UNICAMP – IE. Campinas, 2003. Disponível em: < http://www.eco.unicamp.br/neit/estudo_compet.htm>. Acesso em agosto de 2003.
GALLIANO, G. A. O Método Científico: Teoria e Prática. São Paulo: Harbra, 1979.
HUNTINGTON, S. O choque das civilizações e a recomposição da nova ordem mundial. Rio de janeiro: Objetiva, 1997.
LAKATOS, E. M; MARCONI, M. A. Fundamentos de Metodologia Científica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
MACHADO, J. B. ALCA: Menos bravata, mais ousadia, mais flexibilidade, mais criatividade. In Revista de Comércio Exterior. Ano XVII, n. 77, out/dez de 2003. p. 02.
MARQUES, Christopher. Latin American allies: docile and reliable no longer. The New York Time, January 9, 2004. Disponível em: <http://nytimes.com>.
MORINI, C.; SIMÕES, R. C. F. A Ordem Econômica Mundial: considerações sobre a formação de blocos econômicos e o Mercosul. Impulso, Piracicaba, v. 13, n. 31, 2002, p. 139-154.
MÜLLER, V. C. Direito comunitário: a função judicial no MERCOSUL. UNIMEP – CNPq/PIBIC. GONZALEZ, E. T. Q. (O). Piracicaba, 2003. Artigo científico disponível na Internet em: <http://jus.com.br/revista/doutrina/texto.asp?id=4873>.
NYE, J. S. O paradoxo do poder americano. Trad. Luiz A. O. de Araújo. São Paulo: Editora da UNESP, 2002.
PINHEIRO, P. S. Estado e Terror. USP.Mimeografado. p. 198.
RELNET. A Palavra Internacional do Brasil. Edição de 15 jan. 2004. Entrevista concedida pelo Chanceler Celso Amorim à Revista Época. Brasília, 05 jan 2004.
RELNET. A Palavra Internacional do Brasil. Edição de 29 jan 2004. Entrevista concedida pelo Chanceler Celso Amorim à Revista Veja. Brasília, 28 jan 2004.
RELNET. Resenha Econômica n. 10/2004. Matéria do Jornal La Nación, da Argentina, de título ‘Sin acuerdo em la reunión por el ALCA’. 06/02/2004.
RELNET. Resenha Econômica n. 11/2004. Matéria do Jornal Valor Econômico de título ‘Impasse na ALCA expões limites para abertura e ameaça cronograma’. 09/02/2004.
SIMÕES, A. J. F. A ALCA no limiar do século XXI: Brasil e EUA na negociação comercial hemisférica. Banco Interamericano de Desenvolvimento, INTAL – ITD – STA. Documento de trabalho n. 9. Buenos Aires, 2002. 40p. Disponível na Internet em: <http://www.iadb.org/intal>. Acesso em: 28/06/2003.
THE NEW YORK TIMES. Brazil’s moments. January 24, 2004. Disponível na Internet em: <http://nytimes.com>.
TRUJILLO FERRARI, A. Metodologia da Ciência. 3ª ed. Rio de Janeiro: Kennedy, 1974
Notas
1 SIMÕES, A. J. F. A ALCA no limiar do século XXI: Brasil e EUA na negociação comercial hemisférica. Banco Interamericano de Desenvolvimento, INTAL – ITD – STA. Documento de trabalho n. 9. Buenos Aires, 2002. 40p. Disponível na Internet em: <http://www.iadb.org/intal>. Acesso em: 28/06/2003.
2 HUNTINGTON, S. O choque das civilizações e a recomposição da nova ordem mundial. Rio de janeiro: Objetiva, 1997.
3 MÜLLER, V. C. Direito Comunitário: a função judicial no Mercosul. UNIMEP – CNPq/PIBIC. GONZALEZ, E. T. Q. (O). Piracicaba, 2003. Artigo científico disponível na Internet em: <http://jus.com.br/revista/doutrina/texto.asp?id=4873>.
4 TRUJILLO FERRARI, A. Metodologia da Ciência. 3ª ed. Rio de Janeiro: Kennedy, 1974.
5 GALLIANO, G. A. O Método Científico: Teoria e Prática. São Paulo: Harbra, 1979.
6 ANDER-EGG, Ezequiel Apud LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de Metodologia Científica. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1991.
7 LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de Metodologia Científica. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1991.
8 TORRENT, Ramon Apud BOUZAS, R.; VEIGA, P. M. Como pensar a arquitetura da ALCA light? In Revista de Comércio Exterior. Ano XVIII, n. 78, jan/mar de 2004. p. 07.
9 RELNET. A Palavra Internacional do Brasil. Edição de 15 jan. 2004. Entrevista concedida pelo Chanceler Celso Amorim à Revista Época. Brasília, 05 jan 2004.
10 RELNET. A Palavra Internacional do Brasil. Edição de 29 jan 2004. Entrevista concedida pelo Chanceler Celso Amorim à Revista Veja. Brasília, 28 jan 2004.
11 BOUZAZ, R; VEIGA, P. M. Op. Cit. p. 08.
12 RELNET. Resenha Econômica n. 11/2004. Matéria do Jornal Valor Econômico de título ‘Impasse na ALCA expões limites para abertura e ameaça cronograma’. 09/02/2004.
13 NYE, J. S. O paradoxo do poder americano. Trad. Luiz A. O. de Araújo. São Paulo: Editora da UNESP, 2002.
14 PINHEIRO, P. S. Estado e Terror. USP.Mimeografado. p. 198.
15 PINHEIRO, P. S. Idem. p. 199.
16 MARQUES, Christopher. Latin American allies: docile and reliable no longer. The New York Time, January 9, 2004. Disponível em: <http://nytimes.com>.
17 THE NEW YORK TIMES. Brazil’s moments. January 24, 2004. Disponível na Internet em: <http://nytimes.com>.
18 BRASIL. Revista Brasil: Prestação de Contas do Governo Federal. 2003. Disponível na Internet em: <http://www.brasil.gov.br/balanço/revista/revista_42-47.pdf>. Acesso em 12/09/04.
19 Embaixador Graça Lima Apud CASTRO, T. O Processo de Formação da ALCA e a Posição brasileira: Implicações Jurídico-Diplomáticas. Artigo científico disponível na Internet em: <http://buscalegis.ccj.ufsc.br/arquivos/processo_formacao_alc_htm>. Acesso em 07/09/2003.
20 RELNET. Resenha Econômica n. 10/2004. Matéria do Jornal La Nación, da Argentina, de título ‘Sin acuerdo em la reunión por el ALCA’. 06/02/2004.
21 RELNET. A Palavra Internacional do Brasil. Edição de 15 jan. 2004. Entrevista concedida pelo Chanceler Celso Amorim à Revista Época. Brasília, 05 jan 2004.